Álcool 70%

Álcool 70% é indicado para uso hospitalar, na desinfecção de superfícies fixas e artigos não críticos. O álcool etílico a 70% tem sido amplamente utilizado na prevenção de infecção relacionada à assistência saúde no ambiente hospitalar, tendo em vista a sua eficácia, baixa toxicidade, baixo custo e facilidade de uso.

É importante salientar que, para possuir ação germicida, o álcool etílico precisa estar diluído em água numa concentração de 70% p/p ou 77 v/v, uma vez que a água facilita a entrada do álcool no interior do microrganismo e diminui a sua evaporação aumentando o tempo de ação.

Mecanismo de Ação

O mecanismo de ação germicida do álcool é através da desnaturação de proteínas dos microrganismos e remoção de lipídios causando desidratação e precipitação do citoplasma ou protoplasma.

O álcool etílico à 70% p/p (etanol) e o álcool isopropílico (entre 60 e 95%) possuem ação contra bactérias na forma vegetativa, vírus envelopados (por ex. H1N1, coronavírus) microbactérias e fungos, sendo utilizados como desinfetantes e antissépticos. Eles não têm ação contra a forma esporulada das bactérias e nem contra vírus não envelopados e, por isso, não podem ser utilizados como esterilizantes químicos.

Sua Aplicação em Ambiente Hospitalar

Desinfecção para superfícies fixas e artigos não críticos de ambientes hospitalares e estabelecimentos relacionados com o atendimento a saúde como pisos, paredes, mobiliários e bancadas. atendendo todos os padrões de qualidade e para fins de registro exigidos pela ANVISA.

O uso de álcool etílico a 70% como desinfetante

De acordo com a definição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desinfetantes são formulações que têm na sua composição substâncias microbicidas e apresentam efeito letal para microrganismos não esporulados e que são utilizadas em superfícies e materiais não vivos.

O álcool à 70% é classificado como desinfetante de nível intermediário e tem sido utilizado, nos serviços de saúde, na desinfecção de mobiliários e equipamentos, termômetros, estetoscópios, ampolas e frascos de medicamentos, fibra óptica de endoscópios, dentre outros.

Uso do álcool etílico a 70% p/p como antisséptico

Antissepsia consiste num conjunto de medidas utilizadas para eliminação ou inibição do crescimento dos microrganismos presentes na pele ou nas mucosas, através da aplicação direta de um antisséptico.

Antissépticos são agentes germicidas compostos por substâncias hipoalergenicas e de baixa causticidade, sendo utilizados na pele e mucosas. São registrados na Anvisa como medicamentos ou como cosméticos. Os antissépticos aquosos são utilizados em mucosas e os alcoólicos são utilizados na pele. Há, ainda, os antissépticos degermantes que são utilizados para degermação das mãos e da pele.

O álcool a 70%, utilizado como antisséptico, é encontrado na forma líquida e na forma de gel. O álcool a 70% na forma líquida é registrado na Anvisa como medicamento e é utilizado na antissepsia da pele para realização de punções venosas. O álcool em gel é utilizado para higienização das mãos, possui emolientes para evitar ressecamento da pele e é registrado na Anvisa como cosmético.

O álcool a 70% é bastante usado como antisséptico por apresentar rápida ação como germicida, ser de fácil aplicação e de baixa toxicidade.

Riscos à saúde do álcool a 70%

Independente do seu uso (desinfetante ou antisséptico) ou de sua forma (líquido ou gel), o álcool à 70% é inflamável e, portanto, não deve ser utilizado próximo à fonte de ignição ou de chama.

O álcool a 70% na forma líquida é um irritante da pele e o seu uso constante pode levar a dermatites. Este efeito irritante é amenizado utilizando a formulação em gel. Devido ao efeito irritante, as soluções alcoólicas não devem ser usadas em mucosas. O uso tópico do álcool etílico não produz toxicidade sistêmica.

Em caso de ingestão acidental ou intencional, o álcool é absorvido pelo trato gastrointestinal e as manifestações clínicas da intoxicação são àquelas causadas pela intoxicação por etanol.

Cuidados na aquisição do álcool etílico à 70% em período de epidemia:

  1. Não comprar produto sem registro na Anvisa e sem rótulo adequado. O registro do produto na Anvisa como saneante começa com o número 3, já o registro como medicamento começa com o número 1 e como cosmético inicia com o número 2.
  2. Não utilizar álcool etílico que não seja hidratado e na concentração de 70% p/p ou 77 v/v.
  3. Dê preferência ao álcool etílico a 70% na formulação em gel para a higienização das mãos e com registro na Anvisa para que não haja irritação da pele.
  4. O álcool absoluto ou em concentrações mais elevadas não devem ser utilizadas, pois, além de não ter a eficácia desejada, são mais irritantes da pele e mais inflamáveis.

Referências:

  1. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Álcool: Enquadramento do produto: cosmético, saneante ou medicamento. Disponível em
  2. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 59, de 17 de dezembro de 2010. Dispõe sobre os procedimentos e requisitos técnicos para a notificação e o registro de produtos saneantes e dá outras providências.
  3. Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Santos AAM et al. Importância do Álcool no Controle de Infecções em Serviços de Saúde, 2002. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/controle_alcool.pdf
  4. Centers for Disease Control and Prevention. Chemical Disinfectants: Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities (2008). Disponível em https://www.cdc.gov/infectioncontrol/guidelines/disinfection/disinfection-methods/chemical.html
  5. Graziano UM et al. Eficácia da desinfecção com álcool 70% (p/v) de superfícies contaminadas sem limpeza prévia. Rev. Latino-Am. Enfermagem mar.-abr. 2013;21(2):[06 telas]
  6. National Center for Biotechnology Information. PubChem Database. Ethanol, CID=702, https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/Ethanol (accessed on Jan. 13, 2021).

Mochilas para Atendimento Pré-Hospitalar

As mochilas para o Atendimento pré-hospitalar são ferramentas para facilitar o atendimento de acordo com o tipo de suporte: O SBV / SAV.

De acordo com o Atendimento em questão:

  • SBV (Suporte Básico de Vida) : Sempre as mochilas vermelha e verde, DEA (Desfibrilador Externo Automático), adicionando a mochila laranja quando se tratar de casos traumáticos;
  • SAV (Suporte Avançado de Vida) : são as mochilas azul, Amarela, Verde, Monitor Cardíaco, Mochila laranja quando se tratar de casos traumáticos.

O Que contém em cada Mochila?

Mochila Verde

Possui as mais variadas medicações, possibilitando todo tipo de atendimento, como por exemplo, casos de hipertensão, parada cardíaca, dispneia, surtos psicóticos, náuseas, vômitos entre outras queixas.

Mochila Azul

Possui variados materiais para abertura de vias aéreas, intubação.

Mochila Vermelha

Possui materiais para punção venosa e aparelhos para mensuração de sinais vitais como oximetro, estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro e aparelho HGT.

Mochila Amarela

Possui materiais para pequenas cirurgias (instrumentos, tesouras, ataduras, gazes, etc).

Mochila Laranja

Possui materiais de apoio para queimaduras, acesso venoso, vias aéreas, entre outros.

Dependendo do tipo de ocorrência, comunicada pelo médico regulador, a equipe deve se organizar em relação a que tipo de material e como transportá-lo, a fim de diminuir o tempo resposta do atendimento.

Referência:

  1. SAMU 192 Sorocaba

Esponja Para Banho no Leito

O Mercado Hospitalar sempre inova com tecnologias que facilitam o cuidado ao paciente, acamado em âmbito hospitalar e domiciliar.

Atualmente, há produtos com tecnologias inovadoras ao banho do paciente, que permitem a facilidade e a não utilização de produtos pessoais convencionais, oferecendo suporte com produtos próprios e com Ph correto para a pele do paciente.

E a Esponja para Banho no leito é uma dessas inovações.

Ela é impregnada com gel dermatológico pH 5.5, que ao entrar em contato com água, o mesmo se desprende formando espuma.

Indicação de Uso

Indicada para higienização pessoal em várias condições, a esponja de banho possui ênfase em pacientes acamados ou com restrição de mobilidade. Esta característica permite ao profissional de saúde oferecer o banho no leito com maior praticidade e agilidade, reduzindo o tempo gasto para o banho.

esponja de banho para acamados limpa, hidrata, suaviza e ativa a circulação, eliminam células mortas, evita contágio por bactérias e fungos, evita a desidratação da pele, sendo indicado para qualquer tipo de pele.

Outras Indicações:

  • Para higiene pessoal, facilita o banho de pessoas acamadas ou com restrição de mobilidade;
  • Duas esponjas são suficientes para o banho: uma para a região genitoanal e outra para o restante do corpo.

Do que é confeccionada?

  • Confeccionada em poliéster, macia, altamente absorvente e isenta de impurezas;
  • Cada unidade mede aproximadamente 18cm x 12cm e 0,5cm de espessura;
  • pH: 5.5

Como utilizar estas esponjas?

Deve umedecer parcialmente a esponja com água morna, retirar o excesso de água, ensaboar a pele do paciente suavemente, enxaguar ou retirar o excesso de espuma com uma toalha, conforme necessidade, secar.

Alguns cuidados:

  • Verifique a integridade da embalagem antes de usar. Não utilizar se a embalagem estiver violada, danificada ou molhada;
  • Inspecione a esponja antes do uso. Se apresentar algum tipo de dano, rasgo, sujidade não utilizar;
  • Produto de uso único, descartar após o uso. O descarte deve seguir as normas de biossegurança para lixo hospitalar;
  • Este produto se destina à higiene corporal. Indicada para todos os tipos de pele;
  • Em caso de irritação da pele, suspender o uso;
  • Não utilizar em feridas com tecido vitalizado. Não utilizar em mucosa;
  • A esponja reage com a água liberando o sabonete formando espuma;
  • Use quantidades reduzidas de água para não liberar todo o sabonete de uma só vez;
  • Avalie atentamente a região a ser higienizada para decidir pelo enxague ou não;
  • O enxague é se necessário. Podendo ser removido o excesso de espuma com uma toalha úmida e posterior secagem com uma toalha seca;
  • Fazer a higienização da pele com delicadeza e suavidade, não é necessário aplicar força ou pressão para remover qualquer sujidade;
  • A esponja deve ser trocada entre a lavagem da cabeça, dos membros, tronco e genitais;
  • Considerar o uso de EPI adequado para o procedimento de higienização corporal;
  • Não há contraindicações conhecidas.

Veja também:

Os Tipos de Banho em Pacientes Hospitalares

Referência:

  1. Kolplast

Qual é a Finalidade do Expurgo Hospitalar?

expurgo hospitalar funciona como um setor que provém de um equipamento para despejo de sangue, secreções,  líquidos provenientes de cirurgias ou materiais que oferecem algum tipo de risco.

A importância do Expurgo Hospitalar

De acordo com um estudo feito pelo Hospital Albert Einstein, o maior risco ambiental a partir dos resíduos hospitalares é representado pelo chamado lixo infeccioso. Caracteriza-se pela presença de agentes biológicos como sangue e derivados, secreções e excreções humanas, tecidos, partes de órgãos, peças anatômicas; além de resíduos de laboratórios de análises e de microbiologia, de áreas de isolamento, de terapias intensivas, de unidades de internação, assim como materiais perfurocortantes.

Uma vez que esses materiais entrem em contato com o solo ou a água, podem causar sérias contaminações no ambiente e causar danos à vegetação. Também podem haver sérios problemas caso esses materiais contaminados entrem em contato com rios, lagos ou até mesmo com lençóis freáticos, pois dessa forma a contaminação irá se espalhar com maior facilidade, prejudicando qualquer ser vivo que entrar em contato com essa água.

Desta maneira, o expurgo hospitalar por ser um equipamento voltado para descarte de resíduos infecciosos é de suma importância em hospitais.

É no expurgo, que são acondicionados também, todos os sacos de resíduos hospitalares, subdivididos em tipos de resíduos para o descarte, materiais como artigos críticos e semi-críticos para a limpeza e desinfecção, e ao encaminhamento para a esterilização dos materiais.

Alguns cuidados de Enfermagem

  • O enfermeiro da unidade deverá fazer escala de serviço designando o profissional responsável pelos cuidados diários com o expurgo;
  • O expurgo deverá dispor de bancada, vaso sanitário (com tampa) para desprezar efluentes relacionados à assistência aos clientes e pia com torneira para lavagem de materiais;
  • Os materiais (comadres, papagaios, baldes e outros) usados que aguardam limpeza, os hampers (cestos) de roupa suja fechados e o lixo, devidamente acondicionado em lixeiras com tampa, deverão ser estocados no expurgo, permanecendo pelo menor tempo possível;
  • Os hampers com roupa suja deverão ser identificados com nome da unidade, data e horário;
  • Os recipientes de descarte de perfuro-cortante, que estejam no limite máximo da capacidade (2/3), deverão ser fechados e lacrados com fita adesiva e armazenados no expurgo até sua remoção pelo Serviço de Higienização e Limpeza;
  • A equipe de enfermagem deverá observar o local de armazenamento desses recipientes para evitar que sejam depositados sob superfícies molhadas;
  • Os acessórios utilizados para assistência respiratória (máscaras de assistência ventilatória:
    • De nebulização simples e contínua, de Venturi, traqueostomia, e com reservatório) e bandejas utilizadas, após a separação dos materiais descartáveis e perfuro-cortantes, deverão ser acondicionados em recipiente de material rígido com tampa, armazenados, temporariamente, no expurgo e encaminhadas ao CME ao final do plantão, respeitando os horários estabelecidos em sua Instituição.

Referência:

  1. EBSERH

Hamper Hospitalar: A Real Finalidade

A questão da higiene é fundamental nos setores hospitalares, a fim de que a proteção mais adequada das roupas e dos demais produtos que marcam presença nestes ambientes. E o mobiliário mais imprescindível é o Hamper Hospitalar, que faz parte essencial de todos os setores que demandam assistência à saúde.

Afinal, de onde vem essa palavra, o “Hamper”?

Termo originalmente do inglês, o “Hamper” refere-se a um conjunto de itens relacionados com cesta. Em uso principalmente britânico, refere-se a uma cesta de vime, geralmente grande, que é usada para o transporte de itens, muitas vezes alimentos.

Na América do Norte, o termo geralmente se refere a um receptáculo familiar, muitas vezes uma cesta, para roupas limpas ou sujas, independentemente da sua composição, ou seja, “um cesto de roupa”.

O mesmo tipo de recipiente seria usado para retornar roupas limpas, que seriam eliminadas pelo serviço de lavanderia e o recipiente vazio deixado no lugar do recipiente completo para retirada posterior.

No uso hospitalar, o Hamper tem sua utilização como meio de transporte de roupas de origem hospitalares (roupas de cama, roupas pessoais, enxovais hospitalares) sujas e infectadas ou contaminadas, sem ter o contato com outros ambientes externos.

A Utilização

Suporte de Hamper é indicado para embalar e transportar roupas sujas que foram utilizadas em ambientes médico-hospitalares. Geralmente o mobiliário é composto pela estrutura do suporte de aço inox, com sacos de resíduos hospitalares à parte para serem encaixados ao suporte, ficando prontos para o uso.

Mas o Hamper é só para roupa suja?

Não! Certamente os sacos para hampers são divididos em grupos, onde em alguns setores podem utilizar para acondicionar resíduos radioativos, químicos, descarte de peças anatômicas, etc. sendo descartados corretamente conforme as normativas da ANVISA.

Referências:

  1. Educalingo.

Quaternário de Amônia

Os Quaternários de Amônio/Amônia são uma família de compostos antimicrobianos agentes ativos catiônicos fortes, e obtém uma grande ação desinfetante, agindo com as bactérias gram-positivas, quanto para bactérias gram-negativas.

Os Quaternários de amônio também são usados como ativos desinfetantes comuns, desinfetantes hospitalares, bactericidas, bacteriostáticos, agentes de controle de fungos e bolor e entre outros.

Atualmente a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, dispõe de regulamentação de produto do tipo desinfetante e sanitizantes para diversas superfícies através da RDC35/2010 produtos com ação antimicrobiana utilizados em artigos semi-críticos e críticos.

Os Quaternários de amônio podem ser utilizados como ativos desinfetantes em:

  • Desinfetantes comuns
  • Desinfetantes semi críticos (superfícies dura)
  • Fungicidas
  • Viruscidas
  • Germicidas
  • Bactericidas
  • Bacteriostáticos
  • Agentes de controle de fungos e bolor

Quaternários tem inúmero outros usos relacionados, devido às suas largas propriedades de espectro, eficácia, e físico/químicos. Eles também aumentam a capacidade de limpeza de formulações de detergentes.

Embora quaternários de amônio possuam vários benefícios, também têm diversos aspectos negativos. Quaternários são difíceis de usar em formulações, uma vez que carecem de compatibilidade com muitos compostos. Por exemplo, aniônicos neutralizam quaternários e podem precipitá-los como insolúveis, tornando-os ineficazes.

Referência:

Polyorganic.com.br

O que são os Resíduos Hospitalares?

Resíduo Hospitalar

O Termo Resíduo Hospitalar provém dos resíduos descartados pelos Serviços de Saúde, na qual contém alto teor de contaminação para o ser humano e o meio ambiente.

Os mesmos devem ser corretamente separados, armazenados, identificados e encaminhados para um tratamento seguro mediante contratação de empresas especializadas e de acordo com as normativas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Os Serviços de Saúde geralmente incluem: hospitais, clínicas, laboratórios, ambulatórios, farmácias, postos de saúde, necrotérios, centros de pesquisa, entre outros.

O que geralmente são descartados nestes serviços são as luvas, seringas, algodão, gazes, bem como órgãos, tecidos, medicação, vacinas vencidas, materiais cortantes, dentre outros. Note que esses estabelecimentos podem ser também as clínicas veterinárias.

Como é feito este descarte?

Deve ser feito de maneira adequada, visto a quantidade de bactérias e vírus (resíduos infectantes) que apresentam os quais podem levar ao contágio de doenças infecciosas.

Além disso, os remédios contêm sustâncias tóxicas e radioativas que podem contaminar e alterar a qualidade do solo e a água.

Lembrando que, mesmo em casa, não devemos descartar os medicamentos vencidos, pois segundo a coleta seletiva eles são levados aos aterros sanitários, o que pode prejudicar a vida das pessoas que coletam o lixo, bem como contaminar a área.

Nesse caso, algumas farmácias contam com o descarte de medicamentos que não serão mais utilizados.

Para tanto, seu destino é realizado mediante uma coleta de lixo hospitalar própria e realizada por caminhões específicos que os levam aos locais para incineração, ou seja, para serem queimados em altas temperaturas.

Além da incineração, alguns casos são realizados o aterramento e a radiação. Lembre-se que o descarte inadequado desse tipo de lixo pode afetar gravemente o meio ambiente e a saúde humana.

A Classificação: Os Tipos de Resíduos Hospitalares conforme a ANVISA

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) na Resolução RDC nº 33/03 os resíduos hospitalares são classificados em 5 tipos, sendo que o primeiro (classe A) são os mais perigosos uma vez que representam grandes riscos de contaminação devido à presença de agentes biológicos.

  • Grupo A (potencialmente infectantes);
  • Grupo B (químicos);
  • Grupo C (rejeitos radioativos);
  • Grupo D (resíduos comuns);
  • Grupo E (perfurocortantes).

Essa classificação e sistematização foi implementada pela Anvisa com o intuito de evitar prejuízos ambientais bem como prevenir acidentes que possam atingir profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.

Afinal, o que são?

Os Resíduos Infectantes ou Biológicos?

Têm a possível presença de agentes biológicos, que, por suas características, podem apresentar risco potencial à saúde e capacidade de provocar infecção. Exemplos: sangue, membranas e excreções. O acondicionamento deve ser feito em saco plástico branco leitoso, resistente e impermeável. A destinação final é a incineração.

Os Resíduos Perfurocortantes?

São todos os materiais descartados que podem causar cortes e perfurações. Exemplos: agulhas, escalpes, lancetas e ampolas. O acondicionamento é feito em recipientes rígidos. A destinação correta é a incineração.

Os Resíduos Químicos?

Contêm substâncias químicas que podem apresentar riscos, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. Exemplos: resíduos saneantes, desinfetantes e desincrostrantes, resíduos de reagentes utilizados na realização de testes manuais e efluentes de equipamentos automatizados. O acondicionamento deve ser feito em sua embalagem original, dentro de recipiente inquebrável, envolvido por um saco. A destinação é a devolução ao fabricante.

Os Resíduos Comuns?

Não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente. Exemplos: sobras de alimentos, papéis de uso sanitário, fraldas e embalagens em geral. O acondicionamento deve ser feito em lixeiras ou recipientes que diferenciem cada conteúdo. Devem ser enviados à reciclagem, reutilização ou aterramento.

Os Resíduos Radioativos?

São quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados em norma. Exemplos: resíduos provenientes de serviços de medicina nuclear e radioterapia. O acondicionamento deve ser feito em recipientes blindados. A destinação final são os depósitos de lixo radioativo.

Os Subgrupos do Grupo A : Infectantes

  • Grupo A1: Resíduos provenientes de manipulação de microorganismos, inoculação, manipulação genética, ampolas e frascos e todo material envolvido em vacinação, materiais envolvidos em manipulação laboratorial, material contendo sangue, bolsas de sangue ou contendo hemocomponentes. Este resíduo deve ser acondicionado pelo gerador em saco branco leitoso com símbolo de risco infectante.
  • Grupo A2: Corresponde a carcaças, peças anatômicas, vísceras animais e até mesmo animais que foram submetidos a processo de experimentação com microorganismos que possam causar epidemia.  Como estes resíduos possuem um alto grau de risco, devem ser acondicionados em sacos vermelhos contendo símbolo de risco infectante.
  • Grupo A3: Peças anatômicas (membros humanos), produtos de fecundação sem sinais vitais, com peso inferior a 500 gramas e estatura menor que 25 cm, devem ser acondicionados pelo gerador em saco vermelho com símbolo de risco infectante.
  • Grupo A4: Kits de linha arteriais, filtros de ar e de gases aspirados de áreas contaminadas, sobras de laboratório contendo fezes, urina e secreções, tecidos e materiais utilizados em serviços de assistência á saúde humana ou animal, órgãos e tecidos humanos, carcaças, peças anatômicas de animais, cadáveres de animais e outros resíduos que não tenham contaminação ou mesmo suspeita de contaminação com doença ou microorganismos de importância epidemiológica. Estes resíduos devem ser acondicionados pelo gerador em sacos branco leitoso com símbolo de risco infectante.
  • Grupo A5: Órgãos, tecidos, fluidos e todos os materiais envolvidos na atenção à saúde de indivíduos ou animais com suspeita ou certeza de contaminação por príons (agentes infecciosos compostos por proteínas modificadas). Estes materiais devem ser acondicionados pelo gerador em 2 sacos vermelhos (um dentro de outro) contendo símbolo de risco infectante.

As Classes de Códigos conforme a ONU

Quando consideramos o transporte de resíduos no qual não seja prevista utilização, mas que são transportados para fins de despejo, incineração ou qualquer outro processo de disposição final devemos entender que são substâncias, soluções ou misturas que contêm, ou estão contaminados por, um ou mais produtos perigosos.

A classificação adotada para os resíduos considerados perigosos, considerando o tipo de risco que apresentam e conforme as recomendações para o transporte de resíduos Perigosos da ONU é composta das seguintes classes definidas abaixo:

  • Classe 1 – Explosivos

Subclasse 1.1 – Substâncias e artefatos com risco de explosão em massa

Subclasse 1.2 – Substâncias e artefatos com risco de projeção

Subclasse 1.3 – Substâncias e artefatos com risco predominante de fogo

Subclasse 1.4 – Substâncias e artefatos que não apresentam risco significativo

Subclasse 1.5 – Substâncias pouco sensíveis

  • Classe 2 – Gases comprimidos, liquefeitos, dissolvidos sob pressão ou altamente refrigerados.

Subclasse 2.1 – Gases inflamáveis;

Subclasse 2.2 – Gases não inflamáveis, não tóxicos;

Subclasse 2.3 – Gases tóxicos.

  • Classe 3 Líquidos Inflamáveis
  • Classe 4 – Esta classe se subdivide em: 

Subclasse 4.1 – Sólidos inflamáveis;

Subclasse 4.2 – Substâncias sujeitas à combustão espontânea;

Subclasse 4.3 – Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis.

  • Classe 5 – Esta classe se subdivide em: 

Subclasse 5.1 – Substâncias Oxidantes;

Subclasse 5.2 – Peróxidos Orgânicos.

  • Classe 6 – Esta classe se subdivide em: 

Subclasse 6.1 – Substâncias Tóxicas (venenosas);

Subclasse 6.2 – Substâncias Infectantes.

  • Classe 7 – Substâncias Radioativas
  • Classe 8 – Corrosiva
  • Classe 9 – Substâncias Perigosas Diversas

Os Cuidados de Enfermagem com os Resíduos Hospitalares

  • O primeiro cuidado que devemos ter no ambiente hospitalar é em relação a lavagem das mãos, esse deve ser feito de forma rigorosa, pois trata tanto da prevenção da saúde do paciente quanto do profissional. As mãos devem ser lavadas antes e após qualquer cuidado prestado a um paciente. Lembrando que o uso da luva não exclui a necessidade de lavagem das mãos.
  • Os cuidados com materiais contaminados é de extrema importância, pois visa a proteção do profissional e auxilia também no controle de infecção hospitalar, devendo ser acondicionados em locais apropriados.
  • É importante o uso de máscaras e protetor ocular quando o paciente possa gerar respingos ou aerosóis de secreções ou fluidos corporais durante o procedimento prestado.
  • O uso do avental é para proteger o profissional da umidade das roupas durante atividades com o paciente.
  • A equipe de enfermagem também deve ter um cuidado especial com relação ao descarte do lixo hospitalar, afim de prevenir acidentes e infecção.

Lembrando que o lixo deve ser separado de forma rigorosa, para cada classe existe um tipo de coleta e destinação, é necessário a identificação com a respectiva simbologia e seu transporte deve ser realizado por profissionais capacitados e treinados para não se contaminar.

Desinfecção de Artigos Hospitalares

Desinfecção

A Desinfecção Hospitalar, como veremos, é de extrema importância para que o técnico de enfermagem saiba distinguir os tipos e suas definições,  pois além de ser um assunto que muito cai em provas e concursos e também provas práticas em hospitais, o técnico de enfermagem trabalha em cima da prevenção e do controle de infecção hospitalar em geral, exercendo a limpeza dos artigos não críticos e semi-críticos com os produtos certos a serem utilizados, podendo ser de vários níveis e com vários tipos de desinfetantes, e o processo pode ser afetado por vários fatores como:

  • Limpeza prévia do material mal executada;
  • Tempo curto de exposição ao germicida;
  • Concentração da solução germicida alterada (diluída, por exemplo);
  • Temperatura e pH do processo.

Dependendo da necessidade, vários graus ou níveis de desinfecção podem ser obtidos, seja com substâncias diferentes, seja com a mesma substância, porém, com métodos diferentes (maior tempo de exposição, concentração do produto, etc.) ou, então, utilizando processos diferentes.

A desinfecção pode ser classificada em:

  • Baixo Nível
  • Médio Nível
  • Alto Nível
  • Não Definido
  • Mista

Desinfecção de Baixo Nível

  • São destruídas as bactérias em forma vegetativa. alguns vírus e alguns fungos.
  • Sobrevivem a este método Mycobacterium tuberculosis. esporas bacterianos, vírus da hepatite B (H BV) e os vírus lentos.

Soluções germicidas de baixo nível:

  • Álcool etílico, n-propílico e isopropílico, hipoclorito de sódio (dependente da concentração);
  • Quaternário de amônia.

Observação:

  • Iodóforos, disponíveis apenas como antissépticos.
  • A concentração da solução e o tempo de exposição são fatores importantes.

Desinfecção de Médio Nível

  • Igual às soluções de baixo nível e ação também em M. tuberculosis, maioria do vírus (inclusive HBV) e a maioria dos fungos.
  • Sobrevivem a esse método Mycobacterium intracelulare. os esporas bacterianos e os vírus lentos.

Soluções germicidas de médio nível:

  • Álcool etílico (70%) e isopropílico (92%). Hipoclorito de Sódio (dependente da concentração), fenólicos e iodóforos.

Observação:

A concentração da solução e o tempo de exposição à solução podem mudar a classificação para outra nível.

Desinfecção de Alto Nível

  • São destruídas as bactérias, vírus, fungos e alguns esporos.
  • Sobrevivem a esse método apenas alguns esporos bacterianos e os vírus lentos.

Soluções germicidas de alto nível:

  • Hipoclorito de Sódio (dependente da concentração), Glutaraldeído, Solução de Peróxido de Hidrogênio, Cloro e compostos clorados, Ácido Peracético, Ortophtalaldeído, Água Superoxidada.

Observação:

Observação cuidadosa quanto ao tempo de exposição e temperatura ambiente são importantes em muitas das soluções.

Não Definido

Agrupam-se aqui alguns métodos que incluem: passar a ferra (calor seco). água fervente (30 minutos). pastilhas de formaldeído. O nível de desinfecção é dependente do grau de temperatura e concentração de germicidas durante o processo.

Mista ou Limpeza e Desinfecção Combinadas

Existe um grupo de equipamentos que combinam limpeza e desinfecção: máquinas de lavar louça, de lavar roupa (aquecidas). desinfetadoras aquecidas. de limpeza com jatos de vapor. com temperaturas que variam de 60°C a 90°C.

Desinfetantes

1. Álcool
2. Hipoclorito de Sódio
3. lodóforos
4. Fenólicos
5. Quaternários de Amônia
6. Formaldeído
7. Glutaraldeído
8. Peróxido de Hidrogênio
9. Ácido Peracético
10. Ácido Peracético + Peróxido de Hidrogênio
11. Orthophtalaldeído
12. Agua Superoxidada

Como instrução geral é importante conhecer sobre o desinfetante (ou germicida) se:

  • a matéria orgânica causa ação ou inativação na solução;
  • espectro de ação;
  • tempo de ação;
  • sofre ou não ação da luz;
  • a solução se evapora em recipiente sem tampa ou não;
  • toxicidade;
  • prazo de validade da solução após a diluição;
  • deixa ou não resíduos sobre os materiais ou superfícies;
  • há necessidade de uso de luvas e máscaras no preparo e utilização.
Crônicas de um técnico Histórias

Por que sofrer calado? O Assédio Moral em Âmbito Hospitalar, deve parar!

“Quero compartilhar à vocês uma experiência minha, que eu digo, não é nada boa para nós e para nossa saúde, mas acontece muito, e muito das vezes, sofremos calados com medo de represália. Trabalhei há 6 anos em uma Instituição na qual sempre foi meu sonho em trabalhar. Me formei como auxiliar de enfermagem na […]