Curiosidades sobre o Sorcal®

O Poliestirenossulfonato de Cálcio, mais popularmente conhecido como Sorcal,  é um medicamento para tratamento hiperpotassemia em casos de insuficiência renal.

As suas Características

O Sorcal® é uma resina que funciona trocando o cálcio presente em sua composição pelo potássio do organismo, ele age no intestino grosso liberando parcialmente o cálcio e recebendo o potássio que, então, é eliminado juntamente com as fezes.

Sendo um pó fino arenoso, resinado, bege amarronzado, com odor não detectável (inodoro).

Cuidado com as Sondas Enterais! (Riscos de Obstrução)

Por ser um medicamento que pode ser diluído em água para ser administrado por via retal ou por via oral/via enteral, deve-se ter todo o cuidado para a administrá-lo por vias de Sondas, pois o índice de obstrução com este medicamento é alto, se não tomar devidas cautelas!

É indicado uma quantidade de água que varia de 20 a 100 ml, durante os intervalos da administração do medicamento por via de sonda enteral, dependendo da dose. A suspensão pode também ser preparada  adicionando-se 3 a 4 ml de líquido por grama de resina. O sorbitol pode ser administrado, a fim de evitar  constipação.

A resina não deve ser administrada em sucos de frutas que tenham um alto conteúdo de potássio.

Deve-se lavar bem a sonda após o término de administração deste medicamento, a fim de evitar a obstrução! Por se tratar de uma resina, após um período os restos do medicamento que “grudam” na sonda podem endurecer, virando literalmente um “cimento”, e assim sendo mais difícil a sua desobstrução.

Administração por Via Retal

Adultos, incluindo idosos

Em casos onde vômitos tornem a administração oral difícil, Sorcal pode ser administrado por via retal na forma de suspensão de 30 g de resina em veículo aquoso (p. ex. 200 ml de metilcelulose a 1% ou 100 ml de sorbitol); como enema de retenção, diariamente. Cada dose é administrada  como suspensão aquecida (à temperatura corporal). A suspensão deve ser levemente agitada durante a administração.

    • Nos estágios iniciais, a administração por via retal associada à via oral pode ajudar a diminuir mais rapidamente  os níveis séricos de potássio. Inicialmente se ambas as vias forem usadas, provavelmente será desnecessário continuar a administração retal após a resina oral ter atingido o reto.
    • Se possível, o enema deve ser retido pelo menos por 9 horas, e então seguido por um enema de lavagem.
    • Após um enema de lavagem inicial, uma sonda de borracha macia de tamanho grande (French 28) é inserida via retal por cerca de 20 cm, com a extremidade atingindo o sigmoide e fixada nessa posição.
    • A resina é então suspensa em  quantidade apropriada de veículo aquoso à temperatura corporal e introduzida por gravidade, enquanto as partículas são mantidas em suspensão por agitação.
    • A suspensão é lavada com 50 a 100 ml de líquido, seguido do clampeamento da sonda, mantendo-a no local. Se ocorrer refluxo, os quadris devem ser elevados com travesseiros ou o paciente deve ficar temporariamente em posição genupeitoral.
    • Pode-se utilizar uma suspensão um pouco mais densa; entretanto, deve-se evitar formação da pasta, que reduzirá a superfície de troca, sendo inefetiva se depositada na ampola retal.
    • A suspensão deve ser mantida no cólon sigmoide por várias horas, se possível. Então, o cólon é lavado com solução que não contém cálcio, à temperatura corporal, a fim de remover a resina. Dois litros de solução para lavagem podem ser necessários. O retorno é drenado constantemente através de uma conexão em Y.

Crianças

Quando recusada por boca, ou em caso de vômito, a resina pode ser administrada por via retal, usando uma dose no mínimo igual à que deveria ser administrada por via oral, diluída na mesma proporção descrita para adultos.

    • A intensidade e duração da terapia dependem da severidade e persistência da hiperpotassemia (concentração alta e maior que normal de potássio no sangue circulante).
    • Sorcal não deve ser aquecido, pois suas propriedades de troca podem ser alteradas. A suspensão da droga deve ser preparada no momento do uso e não deve ser guardada.

Referências:

  1. Laboratório Pfizer