Cateter Venoso Central (CVC)

Os Cateteres Venosos Centrais (CVC) são cateteres cuja ponta se localiza numa veia de grosso calibre. A inserção do cateter pode ser por punção de veia jugular, subclávia, axilar ou femoral. Tem por finalidade permitir uma terapia adequada em doentes que necessitem de intervenções terapêuticas complexas.

São geralmente necessitados em casos de Emergência, Unidade de cuidados intensivos, pós-operatórios-operatórios imediatos de cirurgias complexas, Patologias que requerem medidas terapêuticas prolongadas.

As principais indicações para a CVC

  • Hipovolemia Refratária;
  • Hipotensão Grave;
  • Medida de PVC;
  • Hemocomponentes;
  • Utilização de Drogas Vasoativas;
  • Acesso periférico difícil, quimioterapia, transplante de medula óssea, nutrição parenteral;

Existem cateteres de diversos lúmens (vias), sendo de uma em até três ou mais, se necessário, de acordo com a necessidade da situação.

Os Principais Fatores de Risco no uso do cateter

  • Maior tempo de permanência do dispositivo no paciente;
  • Maior manipulação do cateter;
  • Violação da técnica asséptica;
  • Execução e material inadequados na cobertura do local de inserção do cateter;
  • Tipo do cateter (número do lúmen e qualidade do material);
  • Infusão de líquidos contaminados;
  • Soluções contaminadas;
  • Mãos da equipe de saúde;
  • Técnica inadequada de manipulação;
  • Antissépticos contaminados.

Tempo de permanência

– Curta: cateteres produzidos em poliuretano ou PVC e não possuidores de barreira bacteriana, devem ficar implantados em um prazo máximo de 15 dias.

Longa: cateteres produzidos em silicone e possuidores de barreira bacteriana, não possuem prazo para sua retirada.

Atuação do Técnico de Enfermagem no procedimento

A preparação psicológica do doente é extremamente importante. O Técnico de enfermagem, sempre que possível, deve explicar ao doente o que é um CVC, a sua necessidade, e alguns aspectos sobre o procedimento de colocação. Após preparação do material, pode ser necessário efetuar a tricotomia da região onde irá ser colocado o CVC. A tricotomia deve efetuar-se antes do procedimento com tesoura ou máquina elétrica e nunca com lâmina, devido ao risco acrescido de colonização de pequenas escoriações acidentais.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

Deve ser realizado em condições de assepsia e controle radiológico para verificação do posicionamento da ponta do cateter.

Algumas das Principais Complicações Pós Inserção do CVC

– Torácicas:

  • Pneumotórax;
  • Hemotórax;
  • Hidrotórax;
  • Enfisema subcutâneo

– Arteriais:

  • Laceração arterial;
  • Fístula artério-venosa;
  • Hematoma subcutâneo;

– Venosas:

  • Laceração venosa;
  • Hematoma subcutâneo;
  • Trombose venosa;
  • Embolia gasosa;

– Cardíacas:

  • Arritmias;
  • Perfuração cardíaca;

– Neurológicas:

  • Traumatismo do plexo;
  • Braquial;

– Mecânicas:

  • Migração do catéter;
  • Angulação do catéter;
  • Compressão do catéter;

– Outras

  • Infecção;
  • Obstrução;
  • Remoção Acidental;

Os cuidados de Enfermagem para o CVC

  • Lavar o cateter com 20ml de SF 0,9% após infusão de hemocomponentes ou de medicações;
  • Heparinizar o cateter quando seu próximo uso for ocorrer em um tempo superior a 24h e salinizar quando o tempo for inferior a 24h;
  • Trocar o equipo utilizado para administração de quimioterápicos antineoplásicos e soroterapia a cada 72h e o de hemocomponente a cada transfusão, exceto plaquetas que deve ser trocada ao final do volume total prescrito;
  • Trocar o curativo tradicional com gazes a cada 24h e na presença de umidade e sujidade ou sempre que for necessário;
  • Identificar os equipos em uso com a data e horário da instalação e assinatura do responsável;
  • Identificar e anotar a data, horário e assinatura do responsável pela punção e curativo do dispositivo de punção;
  • Anotar o número de punções realizadas, em um impresso próprio, para permitir controlar o tempo de uso do cateter;
  • Observar se há formação de hematoma local e administrar analgésico conforme queixas do cliente, no pós-operatório imediato da implantação do cateter;
  • O cateter pode ser usado logo após a sua implantação, na ausência de complicações operatórias. Nesse caso deve ser puncionado ainda sob efeito do anestésico, evitando a dor da punção;
  • Inspecionar e palpar o local de inserção do cateter, procurando detectar precocemente sinais de infecção;
  • Observar com rigor o aspecto das soluções a serem infundidas, quanto à presença de resíduos, corpos estranhos, precipitação, coloração e turvação;
  • Utilizar, preferencialmente, sistemas de infusão fechados em cateteres totalmente implantados.

Veja também:

O Cateter Permcath: O que é?

O Cateter BD Nexiva™: Conheça!

Os Cateteres Agulhados: “Scalp” ou “Butterfly”

Cateteres Flexíveis

Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)

Cateter Central Totalmente Implantado

Carrinho de Emergência: O que devo saber?

Carrinho de Emergência

O Carrinho de Emergência é um recurso essencial para o atendimento de qualidade aos pacientes que necessitam de seu suporte.

Contém medicamentos e materiais médicos padronizados para atendimento de emergências médicas. É fundamental que o mesmo seja mantido completo para garantir o atendimento emergencial dos pacientes. Após o uso do carrinho de emergência ele deve ser reposto para que sempre fique completo de acordo com a lista padrão.

Qual é o Objetivo Principal do Carrinho de Emergência?

É de assegurar que o carrinho de emergência esteja sempre pronto para uso, contendo todos os medicamentos e materiais médicos necessários e dentro do prazo de validade.

A sua existência, bem como de todo o seu material e a sua organização, são ferramentas importantes para o sucesso da abordagem de um doente grave. Nesse sentido elaboram‐se estas recomendações e propõe‐se a existência de uma determinada uniformização e a devem existir em TODAS as Salas de Emergência de TODOS os Serviços de Urgência da Rede (Despacho nº 5414/2008, de 28 de Fevereiro), bem como em todas as Unidades do Sistema de Saúde que lidam com doentes agudos ou com doenças crônicas que possam agudizar.

Responsabilidades e Competências

Podendo variar conforme cada Instituição, existem competências e responsabilidades em conferir e checar o carrinho periodicamente, conforme a Lei 5.991 de 17 de dezembro de 1979.

  • Auxiliar de farmácia: conferir data de validade e quantidade dos medicamentos e materiais médicos, realizar trocas quando necessário, dispensar os medicamentos e materiais médicos segundo a prescrição e check-list para reposição e emitir a lista atualizada de composição do carrinho de emergência com lote e validade;
  • Farmacêuticos: conferir data de validade e quantidade dos medicamentos e materiais presentes no carrinho de emergência e solicitar troca e reposição quando necessário;
  • Enfermagem: encaminhar a prescrição e check-list para a farmácia, receber e conferir os medicamentos e materiais médicos, repor e lacrar o carrinho;
  • Médico: fazer a prescrição de acordo com o que foi utilizado.

Definindo que:

O Prazo de validade

Tempo durante o qual o produto poderá ser usado, caracterizado como período de vida útil e fundamentada nos estudos de estabilidade específicos.

O Medicamento vencido

Medicamento cujo prazo de validade informado pelo fabricante está expirado.

A Emergência médica

É uma situação na qual o paciente se encontra em risco de morte iminente ou de gerar incapacidade permanente grave e, portanto, necessita de uma ação rápida. São exemplos: parada cardiorrespiratória, infarto agudo do miocárdio, edema agudo de pulmão, arritmias, acidente vascular cerebral (derrame), afogamentos, choques elétricos, entre outros.

Quais são os Recursos Necessários para conferir o Carrinho de Emergência?

  • A Prescrição médica;
  • O Check-list de materiais médicos;
  • Uma Lista de composição do carrinho de emergência com lote e validade;
  • Uma Lista de padronização de medicamentos e materiais por setor;
  • Um Formulário “Conferência do carrinho de emergência – Controle Anual de Validade de Medicamentos e Materiais”.

A Composição e a Organização de um Carrinho de Emergência

A organização dos fármacos e do material deverá ser adaptável às características do carro de cada Unidade de Saúde/ Serviço, considerando‐se sempre a facilidade de acesso rápido e com a menor probabilidade de erro.

Uma sugestão de organização poderá ser:

  • Base superior: desfibrilador/cardioversor, lanterna, estetoscópio, cilindro de O2, insuflador manual com saco/reservatório e filtro descartável, monitor multiparâmetros de transporte.
  • 1ª Gaveta: Adenosina (02ampolas), Adrenalina (20 ampolas), Atropina (05 ampolas), Água destilada(10 ampolas), Bicarbonato de sódio 8,4%(05 ampolas), Cetamina (01 frasco), Diazepan (05 ampolas), Dopamina (05 ampolas), Dobutamina (05 ampolas), Fenitoína (03 ampolas), Fentanil (03 ampolas), Fenobarbital sódico (03 ampolas), Flumazenil (02 ampolas), 10 Furosemida (05 ampolas), Gluconato de cálcio (05 ampolas), Glicose 50% (05 ampolas), Glicose 25% (05 ampolas), Heparina (02 frascos), Hidrocortisona 100mg (02 frascos), Hidrocortisona 500mg (02 frascos), Lidocaína 2% s/ vaso (02 frascos), Meperidina (06 ampolas), Metrocoplamida (04 ampolas), Midazolan (06 ampolas), Morfina (02 ampolas), Nalaxone (02 ampolas), Sulfato de Magnésio (02 ampolas), Soro fisiológico 0,9% 250 ml (02 unidades), Soro fisiológico 0,9% 500 ml (02 unidades) e Terbutalina (02 ampolas).
  • 2ª Gaveta: Agulhas 25 x 7, Agulhas 40 x 12, Jelco nº 20, Jelco nº 18, Jelco nº 22, Cateteres Subclávia nº 16, Equipo Macrogotas, Equipo Microgotas, Sonda Uretral nº 8, Sonda Uretral nº 12, Sonda Uretral nº 16, Sonda Nasogástrica nº 12, Sonda Nasogástrica nº 16, Lâmina de Bisturi, Naylon 3,0 com agulha, Scalp nº 19, Scalp nº 21, Scalp nº 23, Seringa 1 ml, Seringa 3 ml, Seringa 5 ml, Seringa 10 ml, Seringa 20 ml, Three Way e Xilocaína Geléia.
  • 3ª Gaveta: Bicarbonato de Sódio 5%; Eletrodos; Luvas Cirúrgicas nº 7,5; Luvas Cirúrgicas nº 8,0; Soro Glicosado 5% 250ml; Soro Glicosado 5% 500ml; Soro Fisiológico 0,9% 250ml; Soro Fisiológico 0,9% 500ml; Tubo nº 7,0; Tubo nº 7,5; Tubo nº 8,0;Tubo nº 8,5 e Tubo nº 9,0.
  • 4ª Gaveta: Intubação: Ambu, Cânula de Guedel, Guia de tubo, Lâmina para Laringo (Nº 2, 3 e 4), Laringoscópio, Látex, Máscara de Hudson, Óculos Protetor e Umidificador.

OBSERVAÇÃO: Lembrando que, a ordem dos materiais das gavetas podem VARIAR CONFORME CADA PROTOCOLO INSTITUCIONAL, não obedecendo exatamente esta ordem citada acima, portanto é recomendado conhecer seu carrinho de emergência antes de mais nada!

Os Cuidados de Enfermagem Importantes com o Carrinho de Emergência

  • Estar sempre organizado de forma ordenada, e toda equipe deve estar familiarizada onde esta guardado cada material;
  • Gavetas chaveadas são contra-indicadas, com exceção à guarda dos psicotrópicos;
  • Os critérios para identificação podem ser: ordem alfabética, ordem numérica crescente, padronização por cores contrastantes;
  • O excesso de materiais que dificultem a localização devem ser retirados;
  • O local onde se encontra o carro de parada deve ser de fácil acesso, não conter obstáculos que dificultem sua remoção e deslocamento;
  • Junto ao carrinho deve permanecer a tábua de reanimação;
  • Deve ser revisado diariamente e após cada uso.

Mantendo a Veia Aberta (KVO) em uma Bomba de Infusão: Cuidados a tomar!

Bomba de Infusão

Se você manuseia uma bomba de infusão, certamente já viu esta função, e não está ali de bobeira. Muitos me pediram para explicar qual é o princípio desta função em uma bomba de infusão, já que maioria obtém deste item.

O significado é simples: O sistema KVO, que provém do inglês “Keep Vein Open”, é um dispositivo de segurança que promove a manutenção do acesso venoso. Ou seja, é um sistema que impede a ocorrência de obstrução do acesso venoso pelo qual está sendo realizada a infusão evitando, assim, a perda desnecessária do mesmo.

Mas o que ele realmente faz em uma via de acesso com esta função?

Vejamos por exemplo, tenho uma solução do sedativo Dormonid correndo em BIC à 20ml/h na qual o médico tinha solicitado, e pela ocasião, a solução foi programada para ser infundida com o volume total de 200 ml. E a bomba entende que estes 200ml foram proporcionalmente infundidos no paciente, obtendo o volume restante de 0ml. Mas não esquecendo, que no equipo, ainda deve conter um restante de 20ml (mais ou menos), desta solução, e a bomba automaticamente continua esta infusão, abaixando a infusão para 5ml/h até a bomba ser reprogramada novamente.

Mas a bomba de infusão para de infundir quando está em KVO?

NÃO! A bomba de infusão não para de infundir quaisquer soluções em função de KVO. Ela simplesmente reduz a infusão em um padrão de fábrica, que pode variar de 1ml/h até 5ml/h, para que mantenha a via de acesso permeabilizado até que seja trocado para uma nova solução.

KVO e as Drogas Vasoativas: Tomem cuidado!

Temos que atentar sempre para que as soluções de DVAS não acabem antes do programado, pois pode reduzir drasticamente o fluxo de ml/h em um paciente hemodinamicamente instável!

Se um paciente necessita que a infusão de noradrenalina permaneça em 40ml/h, e a solução na bomba programada termine para que entre em KVO, a infusão da N.E reduz drasticamente 800% da infusão necessária para aquele doente, podendo causar hipotensão severa e proporcionando uma possível PCR. Portanto, sempre atente e evite que termine as soluções vasoativas entrem em KVO ou que acabem!

 

Seringas: Tipos e Indicações

Seringas

As seringas são equipamentos usados por profissionais da área da saúde para inserir substâncias líquidas por vias: intravenosa, intramuscular, intracardíaca, intratecal, subcutânea, intradérmica e intramuscular.

Contudo, sendo também muito utilizada para retirar sangue e etc,  trata-se de um dispositivo que antigamente era produzido em vidro, e hoje em dia com material plástico, sendo que esta primeira forma era bastante usual e pela dificuldade de esterilizar a seringa, ocasionando grandes problemas com contaminação, infecções cruzadas, foi descontinuada a sua fabricação, sendo assim a mais utilizada as seringas de uso único, de material plástico, e descartáveis.

Como é formado o corpo de uma seringa?

Os componentes básicos de uma seringa são:

  • bico:  É o local onde se conecta a agulha;
  • O êmbolo: É feito de material de borracha, cujo papel é de selar a medicação internamente, para que não vaze pelo corpo da seringa, e ao empurrar, a mesma auxilia a injetar a medicação;
  • O corpo: É o local que será preenchido pela medicação ou outro líquido;
  • A Haste: É onde puxamos para aspirar empurramos para injetar;
  • A empunhadura: É onde seguramos, para realizar a introdução da medicação.
  • As linhas de graduação: É formado por linhas, para auxilar na dosagem que é necessário para tais medicamentos.

Os tipos de bicos

Vocês sabiam que existem dois tipos de Bico no mercado?

Podemos encontrar seringas tipo Luer Lockluer slip que nada mais é seringas com pontas rosqueadas ou com pontas bicudas.

A Seringa de bico Luer Slip tem um design que permite o encaixe facilitado da agulha e promove durante a manipulação o encaixe em cateteres,  aplicações de vacina,  coleta de sangue, e até em cateteres periféricos, além de infusão de medicações líquidas e menos viscosas.

Diferente da Seringa de bico Luer Lock que apresenta em sua ponta uma rosca dupla dificultando desprendimento da agulha, proporcionando assim maior segurança durante a manipulação da agulha no corpo humano.

Especialmente quando é administrado medicamentos oleosos tanto em vias subcutâneas, quanto musculares ou intravenosas.

Com certeza a preferência pelo tipo de conexão a ser usada independentemente do procedimento, é individual para cada profissional ou pela instituição nos protocolos assistenciais sendo que poucos procedimentos são efetivos como só certos tipos de seringa.

Seringas

Que graduações as seringas têm e para que indicações elas têm?

As graduações das seringas são variadas podendo ser encontrada sob a forma de:

  • A seringa de 1ml:  Geralmente usada para insulina intradérmica e subcutânea, a seringa de 1ml é dividida em cem partes iguais que correspondem a 1 para 100 por 1 ml = 100 unidades internacionais;
  • A seringa de 3ml:  É geralmente usada para administração de soluções intramusculares, é graduada e dividida em milímetros cúbicos, que significa que 3ml foram divididos em partes iguais com graduação de identificação que correspondem a 3 por 30 que é igual a 0,1 ml ou seja,  essa seringa é dividida de 0,5 em 0,5 ml,  e cada 0,5 ml é dividido em 0,1 ml;
  • A seringa de 5ml: É geralmente usada para administração de soluções intramusculares,  é graduado é dividida em milímetros cúbicos,  que significa que 5ml foram divididos em partes iguais com graduação de identificação que correspondem a 5 por 25 que é igual a 0,2 ml ou seja, essa seringa é dividida de 1ml, cada 1 ml é dividido em 0,2 ml;
  • A seringa de 10ml:  É geralmente usada para administração de soluções endovenosas, é graduado é dividida em milímetros cúbicos,  que significa que 10ml foram divididos em partes iguais com graduação de identificação, divididos em 10 por 50 que é igual a 0,2 ml ou seja essa seringa dividida de 1 ml, e cada 1 ml é dividido em 0,2 ml;
  • A seringa de 20ml: É geralmente usada para administração de soluções endovenosas, é graduada e dividida em milímetros cúbicos, que significa que 20 ml foram divididos em partes iguais com graduação de identificação, uma seringa de 20 ml possui números inteiros, pois 20 por 20 é igual a 1 ml, ou seja essa seringa é dividida em 1ml;
  • A seringa de 60ml: É geralmente usada para aspiração e injeção de grandes volumes líquidos e soluções, e alimentação enteral, durante procedimentos médicos, a sua escala de graduação de 1 em 1 ml.

OBSERVAÇÃO!

Não se esqueça a cada 1 ml é igual a 1 centímetro cúbico que corresponde a 1 CC, sendo que a unidade é igual a 0,01 ml.

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A Administração Segura de Medicamentos: O uso do protocolo

Administração medicamentos

O processo da administração correta de um medicamento vai muito além de aplicar uma injeção no paciente. Por ser um processo longo e que envolve mais de um profissional de saúde, está passível de erros. Para minimizar as falhas, há um protocolo “Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos”, publicado pela Anvisa.

“O protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos deverá ser aplicado em todos os estabelecimentos que prestam cuidados à saúde, em todos os níveis de complexidade, em que medicamentos sejam utilizados para profilaxia, exames diagnósticos, tratamento e medidas paliativas”, ressalta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

1 – Paciente Certo

Para certificar-se que a medicação será administrada no paciente certo, indica-se:

  • Usar dois identificadores (nome do paciente e data de nascimento).
  • Perguntar ao paciente seus dados e confirmar com a pulseira de identificação.
  • Verificar se o nome corresponde ao nome identificado no leito, nome identificado no prontuário e nome identificado na prescrição médica.
  • Evitar internar dois pacientes com nomes similares na mesma enfermaria.
  • Evitar que o mesmo funcionário seja responsável pela prestação da assistência de enfermagem a dois pacientes com nomes similares.

2 – Medicamento Certo

Neste momento, deve-se:

  • Conferir se o nome do medicamento que tem em mãos é o que está prescrito. Antes de administrar, deve-se conferir o nome do medicamento com a prescrição médica.
  • Averiguar alergias. Pacientes que tenham alergia a alguma medicação devem ser identificados com pulseira e aviso no prontuário. Se houver associação de medicamentos, deve-se certificar-se de que o paciente não é alérgico a nenhum dos componentes.

3 – Via Certa

Nesta etapa importante, é fundamental:

  • Verificar se a via de administração prescrita é a via tecnicamente recomendada para administrar determinado medicamento.
  • Verificar se o diluente (tipo e volume) foi prescrito. Controlar gotejamento seguindo a velocidade de infusão estabelecida.
  • Analisar se o medicamento tem compatibilidade com a via prescrita. Ver identificação da via na embalagem.
  • Avaliar a compatibilidade do medicamento com os produtos utilizados para sua administração (seringas, cateteres, sondas, equipos, e outros).
  • Esclarecer todas as dúvidas com a supervisão de enfermagem, prescritor ou farmacêutico previamente à administração do medicamento.

4 – Hora Certa

O medicamento deve ser administrado sempre na hora prescrita, evitando atrasos.

É preciso reforçar que:

  • A medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência à beira leito.
  • Em caso de medicações administradas após algum tempo do preparo devemos atentar para o período de estabilidade (como quimioterápicos) e também para a forma de armazenamento.
  • A antecipação ou o atraso da administração em relação ao horário predefinido somente poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro e do prescritor.

5 – Dose Certa

É fundamental:

  • Conferir atentamente a dose prescrita para o medicamento. Doses escritas com “zero”, “vírgula” e “ponto” devem receber atenção redobrada, conferindo as dúvidas com o prescritor sobre a dose desejada, pois podem redundar em doses 10 ou 100 vezes superiores à desejada.
  • Verificar a unidade de medida utilizada na prescrição, em caso de dúvida ou medidas imprecisas (colher de chá, colher de sopa, ampola), consultar o prescritor e solicitar a prescrição de uma unidade de medida do sistema métrico.
  • Conferir a velocidade de gotejamento. Realizar dupla checagem dos cálculos para o preparo e programação de bomba para administração de medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância.

6 – Registro correto da Administração do Medicamento

O registro da administração das medicações é um instrumento importante para garantir a segurança do paciente e a continuidade do tratamento. Lembre-se de registrar:

  • Na prescrição: o horário da administração do medicamento e cheque (novamente)
  • Na anotação de enfermagem: registre o medicamento administrado e justifique em casos de adiamentos, cancelamentos, desabastecimento, recusa do paciente e eventos adversos.

7 – Orientação Correta

Tanto o profissional quanto ao paciente são responsáveis pela orientação correta, pois o paciente é uma barreira para prevenir erros. Por isso, deve ser envolvido na segurança de sua assistência.

Deve-se informar o paciente sobre qual medicamento está sendo administrado (nome), para que “serve” (indicação), a dose e a frequência que será administrado.

8 – Forma Certa

A forma farmacêutica do medicamento também deve ser checada:

  • O medicamento a ser administrado possui a forma farmacêutica e via de administração prescrita.
  • Verifique se forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão apropriadas à condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência permite administração de medicação por via oral – V.O).

9 – Resposta Certa

Na última etapa, é preciso observar cuidadosamente o paciente. O objetivo é verificar se o medicamento teve o efeito desejado.

Então, registre tudo em prontuário e informe ao prescritor os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento.

E nunca desconsidere relatos do paciente ou da família.

Referências:

A Técnica de Mistura de Insulinas

mistura de insulina

A Insulina “Neutral Protamin Hagedorn” (NPH) é a primeira escolha entre as insulinas para controle glicêmico basal. Está registrada no Brasil e se encontra disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

No entanto, como as Insulinas NPH (de ação intermediária, utilizada no controle glicêmico basal), necessitam de várias horas para alcançarem níveis terapêuticos adequados, seu uso em pacientes diabéticos exige suplementos de insulina de curta ação, utilizada para o controle glicêmico após as refeições.

As insulinas análogas ultrarrápidas e insulina de ação rápida – Regular (R) podem ser misturadas na mesma seringa com uma insulina de ação intermediária NPH sem afetar sua absorção rápida, antes da injeção.  A administração de dois tipos de insulina (NPH e Regular) pode proporcionar um nível glicêmico melhor do que se usado apenas um tipo.

Quando o médico prescreve mistura de insulina, de ação intermediária (NPH) com insulina de ação rápida (Regular) ou ultrarrápida o objetivo é melhorar o tratamento com as ações complementares destas insulinas, numa mesma aplicação.

Há vários tipos de pré-misturas disponíveis no mercado farmacêutico, no entanto não estão inclusas na relação nacional de medicamentos (RENAME). Essas pré-misturas são úteis para pessoas que têm dificuldade para misturar a insulina em seringa ou para pacientes idosos e aqueles com dificuldade visual e insuficiência motora fina.

Estas insulinas são somente aplicadas por um profissional da saúde?

Não há exigência para que a mistura da insulina seja realizada por um profissional de saúde. A mistura de insulinas pode ser feita pelo próprio usuário ou cuidador. Contudo a orientação e certificação da compreensão do procedimento pelo usuário e/ou cuidador é responsabilidade da equipe de saúde.

Mas Atenção!

A preparação da mistura das insulinas NPH e Regular de acordo com a necessidade do paciente não deve ser feita no frasco!

A associação de dois tipos de insulina, prescritas por um médico, deve ser feita na mesma seringa. A seringa com agulha fixa é a única opção para realizar esse procedimento com precisão. As preparações misturadas de insulinas em seringas devem ser administradas imediatamente após o preparo não sendo possível o armazenamento em seringas para posterior aplicação.

O cuidado com o Armazenamento

Quando armazenada em refrigeração, ela deve ficar longe do congelador ou das placas de resfriamento. Se houver aspecto de congelamento, mesmo que inicial, deverá ser desprezada. A porta não é uma opção adequada, uma vez que existe maior variação de temperatura e mobilidade das seringas a cada abertura.

Portanto o local ideal para armazenagem é a prateleira inferior da geladeira. O excesso de agitação das seringas e a temperatura menor de 2ºC ou maiores de 30ºC contribuem para a perda da potência da insulina, opacificação e formação de grumos e precipitação. A conservação e o armazenamento das insulinas devem ser realizados conforme as recomendações do fabricante.

A estabilidade destas Insulinas

A estabilidade da insulina pode ser afetada pelo número de aplicações do dia, volume remanescente no frasco, exposição à luz, agitação e técnica de preparação. Além disso, o manejo inadequado durante o processo da mistura de insulina pode diminuir a segurança microbiológica.

Daí a importância da lavagem das mãos antes de manusear os frascos e antes da aplicação da insulina!

A segurança microbiológica pode estar diminuída quando não se limpa o local ao preparar medicação, não se realiza a desinfecção de frascos/ampolas, a característica da agulha, número de perfurações na borracha, características físicas da borracha, injeção de ar no frasco e eficiência dos conservantes.

Como Realizar a Técnica da Mistura de Insulinas ? (Protocolo Operacional Padrão)

  • Sempre prepare a insulina em ambiente tranquilo e bem iluminado. Faça todo o procedimento com calma e muita atenção. Crie mecanismos para não ser interrompido durante o procedimento;
  • Prepare o local, verifique se a superfície está limpa;
  • Separe todo o material necessário, cheque item a item;
  • Ao abrir o frasco pela primeira vez, anotar a data especificando dia, mês e ano, para o controle adequado dos vencimentos. Seguir a indicação do fabricante quanto a validade em dias após abertura do frasco;
  • Confira o prazo de validade da insulina. Se estiver vencido, descarte;
  • Lave as mãos na técnica asséptica e seque adequadamente;
  • Coloque as luvas de procedimento;
  • Utilize uma seringa de insulina, graduada em unidades, com agulha fixa no corpo da seringa, garantindo a precisão da dosagem. Nunca utilize seringa com agulha separada. Nestas seringas existe um espaço extra, formado pelo bico da seringa e a base de fixação da agulha, e quando utilizadas para preparo de misturas, o volume final de insulina fica aumentado, e a aplicação deste volume extra de insulina poderá causar hipoglicemias acentuadas. Certifique-se da padronização das seringas quanto as unidades, se 50UI ou 100UI;
  • Confira o aspecto da insulina. Observe se muda de cor, se apresenta partículas boiando ou aspectos de congelamento. Se um desses estiver presente, descarte-a.
  • Faça movimentos circulares ou palmares suaves com o vidro para que haja uma homogeneização do seu conteúdo, não agite o frasco em hipótese alguma;
  • Realize a desinfecção da borracha dos frascos de insulina com algodão embebido em álcool 70% e aguarde secar. Certifique-se a que a borracha do frasco não esteja úmida com o álcool;
  • É recomendado aspirar primeiro a insulina de ação rápida (R) ou ultrarrápida, que possuem aspecto límpido transparente e, em seguida, a insulina de ação intermediária (NPH) que possui aspecto turvo, leitoso; O objetivo é diminuir a possibilidade de entrada de insulina NPH no frasco de insulina R ou ultrarrápida, alterando a capacidade destas insulinas agirem rapidamente em uma outra aplicação;
  • Mantenha a agulha com protetor e aspire ar até a graduação correspondente à dose de insulina NPH prescrita;
  • Retire o protetor da agulha, injete o ar no frasco de insulina NPH e retire a agulha sem aspirar insulina;
  • Com a mesma seringa puxe o êmbolo até a marca da escala que indica a quantidade de insulina R prescrita;
  • Injete o ar no frasco de insulina R sem retirar a agulha;
  • Coloque o frasco na posição vertical de cabeça para baixo e puxe o êmbolo lentamente aspirando quantidade de insulina R prescrita;
  • Retorne o frasco para a posição anterior e retire a agulha lentamente;
  • Coloque o frasco de insulina NPH na posição vertical de cabeça para baixo. Introduza a agulha segurando no corpo da seringa com cuidado para não perder a insulina R que já está no interior da seringa;
  • Aspire lentamente a quantidade insulina NPH prescrita. O total preparado deve corresponder à soma das doses das insulinas NPH e R prescritas;
  • Retorne o frasco para a posição anterior e retire a agulha lentamente e recoloque o protetor da agulha com cuidado para prevenir contaminação;
  • No caso de dúvidas ou erros durante o preparo despreze tudo e comece novamente;
  • Quando cometer erros, nunca devolva para nenhum dos frascos as insulinas já misturadas;
  • Não faça nenhum tipo de mistura sem prescrição médica!

Lembrando da Administração Segura dos Medicamentos!

  • Paciente certo;
  • Medicamento certo;
  • Dose certa;
  • Via de administração Certa;
  • Horário certo;
  • Tempo certo;
  • Validade certa;
  • Abordagem e resposta certa ao paciente e
  • Registro certo!

A Aplicação destas Insulinas dentro da Equipe de Enfermagem

Neste contexto  a mistura de insulina como parte do serviço de Enfermagem na administração de medicamentos pode ser realizada por Enfermeiro (a) e Técnico de Enfermagem, desde que durante o preparo respeite atentamente, as nove certezas para administração de medicamentos, a prescrição médica e esteja devidamente capacitado para realizar o procedimento de maneira segura e com qualidade ao indivíduo que necessita desta terapêutica.

Veja também:

A Administração Segura de Medicamentos: O uso do protocolo

Tipos e Indicações das Agulhas

Agulhas

As agulhas são amplamente utilizadas na rotina de trabalho da equipe de enfermagem.

Porém, para evitarmos erros na sua utilização, assim como a minimização de custos, devemos ter um completo conhecimento do seu material, suas partes e as suas devidas indicações.

São diversos os modelos e tamanhos encontrados no mercado nacional e mundial, então procurei destacar aqui as mais utilizadas.

Componentes da Agulha

Primeiramente deve-se entender os componentes básicos de uma agulha, que são:

  • O canhão, onde é a parte mais larga da agulha;
  • A haste, que é a porção maior e mais fina;
  • E bisel, que é ponta com óstio em diagonal.

As cores e suas indicações

  • Rosa: São utilizadas para preparo e aspiração de medicações;
  • Roxo: É utilizada para aspiração e aplicação de medicações administradas vias intramuscular, subcutânea e intravascular;
  • Verde Água: é utilizada para aplicação de soluções em diferentes vias injetáveis de administração;
  • Amarelo: É utilizada para aplicação de soluções subcutâneas  geralmente na pediatria;
  • Marrom: É utilizada para aplicação de soluções intradérmicas e subcutâneas em adultos;
  • Azul: É utilizada para aplicação de soluções subcutâneas e endovenosas;
  • Cinza Escuro: É bastante utilizada para a aplicação de soluções intramusculares e endovenosas em adultos;
  • Verde: É utilizada para a aplicação de soluções intramusculares, geralmente em adultos.

Cores Conforme os Calibres:

Rosa: 40X12 e 40×10;
Roxo: 20X0,55;
Verde água: 25X0,80;
Amarelo:  13X0,30;
Marrom: 13X4,5 e 13X4;
Azul: 25X0,6;
Cinza Escuro: 30X7 e 25X7;
Verde: 30X8 e 25X8.

Veja também:

Angulações de Injeções e seus Tipos

 

Seringas: Tipos e Indicações

Agulhas: Tipos e Indicações

Agulhas

As agulhas são amplamente utilizadas na rotina de trabalho da equipe de enfermagem. E Para evitarmos erros na sua utilização, assim como a minimização de custos, devemos ter um completo conhecimento do seu material, suas partes e as suas devidas indicações.

São diversos os modelos e tamanhos encontrados no mercado nacional e mundial, então procurei destacar aqui as mais utilizadas.

Primeiramente deve-se entender os componentes básicos de uma agulha, que são o canhão, onde é a parte mais larga da agulha, a haste, que é a porção maior e mais fina e  bisel, que é ponta com óstio em diagonal.

As agulhas usualmente com o canhão na cor ROSA, são utilizadas para preparo e aspiração de medicações.

Já com o canhão na cor ROXA, é utilizada para aspiração e aplicação de medicações administradas vias intramuscular, subcutânea e intravascular.

A agulha com o canhão VERDE ÁGUA, é utilizada para aplicação de soluções em diferentes vias injetáveis de administração.

Já com o canhão AMARELO, é utilizada para aplicação de soluções subcutâneas  geralmente na pediatria.

A agulha com o canhão MARROM, é utilizada para aplicação de soluções intradérmicas e
subcutâneas em adultos.

O canhão AZUL, é utilizada para aplicação de soluções subcutâneas e endovenosas.

A agulha com o canhão CINZA ESCURO, é bastante utilizada para a aplicação de soluções intramusculares e endovenosas em adultos.

Na cor VERDE, é utilizada para a aplicação de soluções intramusculares, geralmente em adultos.

Cores Conforme os Calibres:

ROSA: 40X12 e 40×10;
ROXO: 20X0,55;
VERDE ÁGUA: 25X0,80;
AMARELO:  13X0,30;
MARROM: 13X4,5 E 13X4;
AZUL: 25X0,6;
CINZA ESCURO: 30X7 E 25X7;
VERDE: 30X8 E 25X8.

Veja em nosso canal YouTube:

Agulha: Os Tipos e Indicações

 

Angulações de Injeções e seus Tipos

 

O que é a Bolsa de Bogotá?

Bolsa de Bogotá

A Bolsa de Bogotá é um método muito utilizado em casos de fechamento temporário de certas laparotomias abreviadas, com objetivo de manter as bordas da incisão abdominal afastadas o suficiente para acomodar as vísceras confortavelmente, e nos casos de peritoneostomia, quando há peritonite, e precisa drenar grande quantidade de exsudatos purulentos. Sobre este plástico, uma sonda nasogástrica, servirá como dreno para aspiração contínua da secreção.

Por ser um método mais “barato”, muitos cirurgiões utilizam-se de material de coletores de urina estéreis, por se obter uma resistência maior, sendo cortado, aberto e moldado conforme a abertura abdominal, sendo então suturado à pele ou fáscia, produzindo eficiente fechamento e proteção do abdome.

Uma vantagem para a Bolsa de Bogotá, é que o conteúdo abdominal pode ser inspecionado visualmente o que é particularmente útil nos casos de isquemia intestinal.

Por ser um método extremamente invasivo e exige cuidados intensivos de enfermagem, o paciente submete-se a maior porcentagem de morbimortalidade, pode obter uma sepse se não obtiver cuidados necessários com a ferida operatória, levando-o a morte.

Pacientes com este tipo de tratamento, podem fazer reintervenção cirúrgica quando necessário.

CUIDADOS INTENSIVOS DE ENFERMAGEM

PÓS OPERATÓRIO

Todo paciente submetido à descompressão devido à hipertensão abdominal, cuja causa pode ser traumática ou atraumática, séptica ou asséptica, deve ser monitorado rigorosamente em ambiente de terapia intensiva, com avaliação minuciosa da função renal, cerebral, cardiovascular, respiratória e hemodinâmica .

Devido à abertura da cavidade abdominal e a exposição parcial do conteúdo abdominal, deve-se prevenir o paciente do estado de hipotermia, através da reposição rigorosa de fluidos aquecidos e a utilização de cobertores lérmicos. A antibioticoterapia de amplo espectro é instituída com intuito de resolução do estado séptico ou, então, prevenção de infecção intra-abdominal secundária ao procedimento.

Todo paciente com peritoneostomia, deve possuir rigorosamente re-laparotomias programadas, com o objetivo de avaliar a cavidade, optando por iniciar o fechamento da parede ou tratar complicações.

Os curativos com bolsa de Bogotá devem o ser realizados com técnica rigorosamente asséptica, onde sera usado avental cirúrgico estéril, mascaras e luvas estéreis, realizando lavagens com Soro Fisiológico 0,9% e secando o mesmo com gazes ou compressas estéreis, podendo ser ocluídas com compressas estéreis e também utilizar-se do método de curativo à vácuo.

Cardioversão VS Desfibrilação: Quais são as diferenças?

Cardioversão e Desfibrilação

A utilização do cardioversor assim como desfibrilador promovem procedimentos terapêuticos que podem salvar vidas. Esse procedimentos não estão limitados apenas aos profissionais da saúde, há também a possibilidade de treinamentos para pessoas leigas em medicinas.

É um equipamento obrigatório em toda Unidade de Terapia Intensiva, Setores de Emergência, Centro Cirúrgicos, ambulâncias e até em Enfermarias.

Hoje existem vários estudos que comprovam que 85% de pacientes que tiveram taquicardia Ventricular (TV) e Fibrilação Ventricular (FV), quando tratados com desfibrilador ou cardioversor precocemente, mantiveram suas funções cardíacas e cerebrais preservadas.

A Diferença entre Cardioversor e Desfibrilador elétrico

O uso do desfibrilador promove uma aplicação de corrente elétrica não sincronizada ao músculo cardíaco. O choque despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o controle do ritmo cardíaco.

No uso do cardioversor, é aplicado o choque elétrico de maneira sincronizada, assim, o paciente deve estar monitorado no cardioversor e este deve estar com o botão de sincronismo ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período refratário.

Indicações

A desfibrilação elétrica é indicada apenas nas situações de FV e TV sem pulso.

A cardioversão elétrica é indicada nas situações de taquiarritmias como a fibrilação atrial (FA), flutter atrial, taquicardia paroxística supraventricular e taquicardias com complexo largo e com pulso.

Tipos de Desfibriladores

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Desfibrilador Externo Automático (DEA)

Desfibrilador externo automático (DEA)– utilizado por leigos no atendimento a PCR. O equipamento quando corretamente instalado no paciente, tem a capacidade de ler o traçado eletrocardiográfico e indicar ou não o choque.

O módulo Cardioversão está embutido no aparelho de desfibrilador. A diferença é que para se ter a modalidade de cardioversão elétrica, deve-se acionar o botão de SINCRONISMO do aparelho e manter o paciente monitorado nele.

Cuidados de enfermagem ao  Cardioversor/Disfibrilador

  • Um cuidado importante no momento da desfibrilação, é checar se o botão de sincronismo está DESATIVADO, pois como em situações de FV/TV não temos o registro de onda R e se o aparelho estiver programado para cardioverter, o choque não será administrado.
  • Providenciar carro de emergência com equipamentos e medicações para intubação e atendimento de parada cardiorrespiratória que devem estar prontamente disponíveis
  • Retirar próteses dentárias móveis do paciente,
  •  Providenciar Monitorização cardíaca e de oximetria de pulso, oxigênio.
  • Puncionar acesso venoso periférico calibroso, se o paciente estiver sem acesso.
  • Caso seja necessário realizar tricotomia e a limpeza da pele para remoção da gordura e substâncias que atrapalham a condução elétrica.
  • Providenciar gel para aplicar nas pás do cardioversor.
  •  Ligar o sincronizador do cardioversor e observar se é necessário re-sincronizar, pois, após o primeiro choque, o sincronismo pode desligar automaticamente.
  •  Providenciar o sedativo de escolha pela equipe médica já que a cardioversão causa dor e desconforto ao paciente e a mesma corrente que despolariza o miocárdio despolariza toda musculatura esquelética
  •  Orientar a equipe médica quanto ao posicionamento correto das pás, a pá esterno à direita do esterno, sob a clavícula direita, e a pá ápice junto ao apex cordis, sobre a linha axilar anterior esquerda.
  •  Orientar a equipe médica quanto aos pacientes com marca-passo definitivo uma vez que se deve ter cuidado no posicionamento das pás, pois o choque poderá danificar os eletrodos do marca-passo, lesão cardíaca, além da perda do seu comando.
  • Atentar para a energia do choque que deve ser selecionada baseando-se na arritmia e algumas orientações da equipe médica.
  • Observar atentamente para que ninguém esteja encostado no cliente ou em sua maca. Deve-se avisar em voz alta a eminência do choque
  •  Observar o cliente, dar suporte ventilatório e hemodinâmico, ao paciente após a cardioversão, caso necessário até a reversão da anestesia
  •  Cogitar o uso de antiarrítmico para evitar a recidiva da arritmia,
  •  Durante o uso dos antiarrítmicos deve-se monitorizar o traçado eletrocardiográfico, pressão arterial, freqüência cardíaca e nível de consciência.