A convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro fazem com que os músculos se contraiam e relaxem rapidamente de maneira desordenada. Muitas vezes, o indivíduo perde a consciência durante o processo. Costuma ser confundida com um ataque epiléptico, entretanto, pode ser causada por diversas condições desconhecidas ao paciente.
Os ataques convulsivos costumam durar entre 1 e 2 minutos, podendo chegar até 5 minutos. Quando acaba, o indivíduo muitas vezes nem lembra do que aconteceu e sofre com sensações desagradáveis como cansaço e confusão.
Os tipos de Manifestações
Existem mais de 40 tipos de convulsões, desde as que passam totalmente despercebidas até a clássica convulsão tônico-clônica, na qual o paciente cai e se debate em contrações musculares mais ou menos intensas, com um aumento (ou não) da produção de saliva. Por isso, saber diferenciá-las é importante para o médico fechar o diagnóstico e, posteriormente, indicar o melhor tratamento.
A Classificação de Convulsões conforme o ILAE
Há uma nova classificação de crises convulsivas desenvolvida por uma força-tarefa da International League Against Epilepsy (ILAE) e divulgada no final de 2016. Foram várias as motivações para a mudança: alguns tipos de crise (por exemplo, crises tônicas ou espasmos epilépticos) podem ter um início tanto focal quanto generalizado; a falta de conhecimento sobre o início de uma crise tornava impossível sua classificação no sistema de 1981; a necessidade da consciência (ou responsividade) não ser o único descritor de uma crise focal, apesar de ainda permanecer como um importante classificador para a mesma; alguns termos de uso corrente não são bem aceitos ou entendidos pelo público (por exemplo: “psíquico”, “parcial”, “parcial simples”, “parcial complexa” e “discognitiva”); e, por fim, alguns tipos importantes de crise não eram contemplados na classificação anterior.
O que muda com a nova classificação:
- “Parcial” torna-se “focal”.
- Certas crises podem ser tanto focais, generalizadas ou de início desconhecido.
- Crises de início desconhecido podem ser classificadas.
- A consciência é usada como um classificador para crises focais.
- Os termos “discognitivo”, “parcial simples”, “psíquica” e “secundariamente generalizada” foram eliminados.
- Crises focais tônica, clônica, atônica, mioclônica e espasmos epilépticos são reconhecidos, bem como a versão bilateral desses tipos de crise.
- Foram adicionados novos tipos de crise generalizada: ausência com mioclonia de pálpebras, ausência mioclônica, mioclônica-atônica, clônicatônica-clônica, espasmos epilépticos.
Quais são os primeiros socorros a serem prestados em caso de convulsão?
– Afrouxar as vestes que estejam justas: cintos, gravatas, colarinhos, etc. Retirar possíveis adereços (colares, cachecóis, etc.) e próteses (dentadura, aparelhos dentários móveis, etc.) que o paciente esteja usando, tendo o cuidado de não se ferir em uma eventual mordida do paciente.
– Proteger a cabeça do paciente e colocá-la de lado, evitando que a língua caia para trás e obstrua a passagem da respiração. Colocar uma proteção entre os dentes – um rolo de pano, por exemplo. Isso tanto evita o ranger violento dos dentes bem como a mordedura da língua. Evitar colocar os dedos, que também podem ser feridos.
– Deitar o paciente sobre um lugar espaçoso e contê-lo para que ele não caia e não se fira, permitindo que os movimentos convulsivos se realizem até que terminem espontaneamente. Retirar objetos perigosos das proximidades do paciente.
– Aguardar para que o paciente recobre a respiração normal, o que em geral se dá após um período de apneia que termina por uma inspiração profunda.
– Manter-se junto do paciente até que ele recobre completamente sua orientação.
– Salvo nos casos de status convulsivos, em que as convulsões se repetem sem intervalos, ou nos casos em que ocorrerem complicações, nenhuma medicação precisa ser administrada imediatamente em seguida a uma convulsão. Medicações ou
outras medidas terapêuticas só devem ser administradas com vistas a prevenir novas crises. E devem ser prescritas por um médico.
– Em convulsões de causas ainda desconhecidas deve ser providenciada assistência médica que esclareça a causa.
Raramente há complicações das convulsões, mas elas podem ocorrer: luxações articulares, fraturas ósseas, principalmente em pacientes com osteoporose, deslocamentos de próteses, etc.
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