Um espasmo coronário é um espasmo que repercute sobre os vasos sanguíneos do coração principalmente as artérias coronárias. Esse espasmos reduzem o tamanho das artérias causando uma irrigação imperfeita do miocárdio, podendo provocar sintomas de angina do peito.
O espasmo coronariano frequentemente afeta só um segmento de uma artéria. No entanto, ele é um processo generalizado que resulta em estreitamento difuso da artéria coronária.
Em aproximadamente 9% dos casos é descrito o espasmo multiarterial. Arteriogramas coronários normais ou discretamente anormais têm sido registrados em aproximadamente 40% dos pacientes com angina vasoespástica.
Angina de Peito (Pectoris)
A angina do peito aparece quando a quantidade de oxigênio em uma área do coração apresenta defeito, e quando o espasmo coronário está envolvido, falamos de angina espástia.
A angina se traduz por um problema torácico ou uma dor causando a impressão de uma serração, localização na região cardíaca.
A angina de Prinzmetal é uma angina espástica que se caracteriza principalmente pelo surgimento de diversas crises dolorosas violentas durante repouso, geralmente na segunda parte da noite que levar a perda da noção da intensidade da dor.
Ele pode causar problemas de ritmo cardíaco, devendo ser realizados um eletrocardiograma e uma coronografia para sua investigação.
Tratamentos
Ataques Agudos
Espasmo coronariano pode pôr em risco a vida do paciente e os episódios agudos devem ser tratados imediatamente. Nitrato sublingual geralmente alivia a dor torácica e as mudanças do ECG em poucos minutos.
A admissão hospitalar é geralmente necessária para monitorização do ECG e estabilização clínica por administração de nitroglicerina intravenosa. Na sala de hemodinâmica, podem ser usadas preparações de nitratos intracoronários para o alívio do espasmo.
Terapia a longo prazo
Bloqueadores de canais de cálcio (nifedipina, diltiazem e verapamil) são considerados como os agentes de escolha para o tratamento da angina vasoespástica. A associação com nitratos é eficaz.
Geralmente são exigidas doses elevadas durante os primeiros 3-4 meses de tratamento. As mesmas podem ser ajustadas individualmente para minimizar os efeitos secundários e evitar a hipotensão.
A retirada de agentes antianginosos pode ser considerada em pacientes que não têm arritmias graves ou episódios de síncope durante as crises e em assintomáticos após um prolongado período de aproximadamente 12-18 meses.
Em todo o caso, uma avaliação cuidadosa da atividade da doença (como monitorização por Holter ou testes de provocação), é necessária antes da interrupção terapêutica.
O tratamento com a-bloqueadores pode ter algum benefício, especialmente em doentes com resposta incompleta aos bloqueadores de canais de cálcio e aos nitratos.
O uso de b-bloqueadores como único tratamento pode ser prejudicial em pacientes com angina vasoespástica, especialmente naqueles que têm artérias coronárias normais ou aterosclerose coronariana leve.
A Aspirina deve ser utilizada com precaução, uma vez que é um inibidor da produção de prostaciclina.
A revascularização coronária, percutânea ou cirúrgica, deve ser considerada nos casos associados à lesões coronarianas.
A braquiterapia tem um potencial muito bom nos casos de pacientes altamente sintomáticos com angina variante refratária.
A implantação de um CDI deve ser contemplada nos casos de espasmo multiarterial, não obstante a ausência de estenose arterial coronariana obstrutiva grave e angina vasoespástica refratária acompanhada de síncope e/ou arritmias ventriculares graves e BAV, já que estas arritmias são frequentemente achadas durante as crises vasoespásticas agudas.
Referências:
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