Sabe como utilizar o instrumental para curativos?
O manuseio do instrumental de curativo é bem simples!
A técnica é de evitar que contamine o centro do instrumental, e saber pegar de um modo correto para que consiga segurar a gaze sem cair. É muito mais fácil o par de ferro do que a luva estéril, pois você tem as mãos livres para trabalhar com outros itens durante o curativo, e a luva estéril não.
Durante a execução do curativo, as pinças devem estar com as pontas para baixo em um campo estéril, prevenindo a contaminação; deve-se usar cada gaze uma só vez e evitar conversar durante o procedimento técnico.
Os procedimentos para realização do curativo, devem ser estabelecidos de acordo com a função do curativo e o grau de contaminação do local. Deve ser feita uma limpeza da pele adjacente à ferida, utilizando uma solução que contenha sabão, para desengordurar a área, o que removerá alguns patógenos e vai também melhorar a fixação do curativo à pele. A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem.
Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da ferida. Deve-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro fisiológico em jato, ou com PVPI aquoso (em feridas infectadas, quando houver sujidade e no local de inserção dos cateteres centrais); por fim fixar o curativo com atadura ou esparadrapo.
Em certos locais o esparadrapo não deve ser utilizado, devido à motilidade (articulações), presença de pelos (couro cabeludo) ou secreções.
Nesses locais deve-se utilizar ataduras. Esta vede ser colocada de maneira que não afrouxe nem comprima em demasia. O enfaixamento dos membros deve iniciar-se da região distal para a proximal e não deve trazer nenhum tipo de desconforto ao paciente.
O micropore deve ser inicialmente colocado sobre o centro do curativo e, então, pressionando suavemente para baixo em ambas as direções. Com isso evita-se o tracionamento excessivo da pele e futuras lesões.
O esparadrapo deve ser fixado sobre uma área limpa, isenta de pelos, desengordurada e seca; deve-se pincelar a pele com tintura de benjoim antes de colocar o esparadrapo. As bordas do esparadrapo devem ultrapassar a borda livre do curativo em 3 a 5 cm; a aderência do curativo à pele deve ser completa e sem dobras.
Nas articulações o esparadrapo deve ser colocado em ângulos retos, em direção ao movimento.Obedecendo as características acima descritas, existem os seguintes tipos de curativos padronizados:
CURATIVO LIMPO
– Ferida limpa e fechada, limpar primeiramente de dentro para fora!
– O curativo limpo e seco deve ser mantido oclusivo por 24 horas.
– Após este período, a incisão pode ser exposta e lavada com água e sabão.
– Utilizar PVP-I tópico somente para ablação dos pontos.
CURATIVO COM DRENO
– O curativo do dreno deve ser realizado separado do da incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local menos contaminado.
– O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco. Isto significa que o número de trocas está diretamente relacionado com a quantidade de drenagem.
– Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser mantido oclusivo por 24 horas e após este período poderá permanecer exposta e lavada com água e sabão.
– Sistemas de drenagem aberta (p.e. penrose ou tubulares), devem ser mantidos ocluídos com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas.
– Após este período, a manutenção da bolsa estéril fica a critério médico.
– Alfinetes não são indicados como meio de evitar mobilização dos drenos penrose, pois enferrujam facilmente e propiciam a colonização do local.
– A mobilização do dreno fica a critério médico.
– Os drenos de sistema aberto devem ser protegidos durante o banho.
CURATIVO CONTAMINADO
Estas normas são para feridas infectadas e feridas abertas ou com perda de substância, com ou sem infecção. Por estarem abertas, estas lesões são altamente susceptíveis à contaminação exógena.
– O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco, sempre começando de fora para dentro (por ser menos contaminado do que a região interna da ferida).
– O número de trocas do curativo está diretamente relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser trocado sempre que úmido para evitar colonização.
– O curativo deve ser protegido durante o banho.
– A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução fisiológica estéril.
– A anti-sepsia deve ser realizada com PVP-I tópico.
– As soluções anti-sépticas degermantes são contra-indicadas em feridas abertas, pois os tensoativos afetam a permeabilidade das membranas celulares, produzem hemólise e são absorvidos pelas proteínas, interferindo prejudicialmente no processo cicatricial.
– Gaze vaselinada estéril é recomendada nos casos em que há necessidade de prevenir aderência nos tecidos.
– Em feridas com drenagem purulenta deve ser coletada cultura semanal (swab), para monitorização microbiológica.
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