Classificação das Cirurgias

O Centro Cirúrgico é um lugar especial dentro do hospital, convenientemente preparado segundo um conjunto de requisitos que o tornam apto à prática da cirurgia.

Todas elas possuem características que definem o estilo de cirurgia e até mesmo o nível de complexidade.

Classificação quanto à urgência

  • CIRURGIA ELETIVA: tratamento cirúrgico proposto, mas a realização pode aguardar ocasião propícia, ou seja, pode ser programado. Por ex.: mamoplastia, gastrectomia.
  • CIRURGIA DE URGÊNCIA: tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por ex.: apendicectomia, brida intestinal.
  • CIRURGIA DE EMERGÊNCIA: tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica. Por ex.: ferimento por arma de fogo em região precordial, hematoma subdural.

Classificação quanto à finalidade do tratamento cirúrgico

  • CIRURGIA CURATIVA: objetivo é extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao paciente. Para essa finalidade, às vezes é necessário a retirada parcial ou total de um órgão. Ex.: apendicectomia.
  • CIRURGIA PALIATIVA: tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença. Ex.: gastrostomia.
  • CIRURGIA DIAGNÓSTICA: realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.: laparotomia exploradora.
  • CIRURGIA REPARADORA: reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. Ex.: enxerto de pele em queimados.
  • CIRURGIA RECONSTRUTORA / COSMÉTICA / PLÁSTICA: realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de embelezamento. Ex.: rinoplastia, mamoplastia etc.

Classificação quanto ao porte cirúrgico (tempo de duração)

  • PORTE I: com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia.
  • PORTE II: cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia,gastrectomia.
  • PORTE III: de 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia.
  • PORTE IV: com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado. 

Classificação quanto a potencial contaminação

  • CIRURGIA LIMPA: eletiva, primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática. Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Por ex.: mamoplastia.
  • CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA: realizada em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Por ex.: colecistectomia com colangiografia.
  • CIRURGIA CONTAMINADA: cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria. Por ex.: colectomia.

Cirurgias de acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB)

Tem-se ainda a classificação de cirurgias conforma a tabela utilizada pelo sistema de cobrança dos hospitais segundo a Associação Médica Brasileira (AMB) que caracteriza de acordo com o procedimento anestésico. Varia do porte 0 a 8, sendo o porte zero, um procedimento com anestesia local e por ordem crescente, cresce a complexidade anestésica e consequentemente a cirúrgica.

As cirurgias também podem ser classificadas de acordo com a Associação Médica Brasileira (AMB), que diz:

Para a AMB as cirurgias são classificadas de porte 0 a 8, sendo o porte zero um procedimento com anestesia local e à medida que se utiliza a classificação em ordem crescente, existe também crescimento da complexidade cirúrgica. Portanto, trata-se de uma classificação com finalidade de cobrança do convênio e Serviço Único de Saúde (SUS), principalmente dos honorários médicos (anestesista e cirurgião), da instrumentação cirúrgica e da sala de operação.

Referências:

  1. MAGALHÃES, H. P. Técnica cirúrgica e cirurgia experimental. 1.ed. São Paulo: Sarvier, 1993.
  2. CIRINO, L. M. I. Manual de técnica cirúrgica para graduação. 1.ed. São Paulo: Sarvier, 2003.
  3. FULLER, J. R. Tecnologia cirúrgica: princípios e prática. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
  4. Conselho Federal de Medicina

Cirurgia Segura: O Checklist

A cirurgia é, muitas vezes, o único tratamento que pode aliviar, corrigir e salvar vidas, apesar de seus riscos inerentes; não controláveis.  Embora os procedimentos cirúrgicos tenham essa finalidade, falhas evitáveis de segurança podem ocorrer e causar danos físicos e psíquicos irreparáveis ao cliente, familiares e profissionais, quando medidas de segurança não são sistematicamente adotadas.

Nesta perspectiva, iniciativas de aumentar os padrões de qualidade para tornar a assistência cirúrgica segura vem acontecendo em nível mundial, conhecido como Segundo Desafio Global de Segurança do Paciente, contemplando medidas essenciais nas etapas críticas do atendimento perioperatório a serem incorporadas dentro da rotina das salas de operações.

As medidas contemplam 10 objetivos essenciais para a cirurgia segura que deverão estar apresentadas em uma lista de verificação de segurança cirúrgica “checklist”.

O checklist de Cirurgia Segura consiste em uma lista formal utilizada para identificar, comparar e verificar o cumprimento às etapas críticas de segurança e, assim, minimizar os riscos evitáveis mais comuns que colocam em risco as vidas e o bem-estar dos clientes cirúrgicos. Esse instrumento se utiliza das estratégias de comunicação oral e escrita para a sua condução e não possui caráter regulatório.

Sendo assim, o presente Protocolo Multiprofissional Assistencial apresentará as estratégias de segurança cirúrgica, baseadas nas recomendações do manual “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2009) e do “Protocolo Cirurgia Segura”, do Ministério de Saúde (MS, 2013), alinhadas ao contexto institucional, a serem implementadas por meio de um Checklist, construído seguindo os princípios de simplicidade, de ampla aplicabilidade e de possibilidade de mensuração, que contempla os 10 objetivos essenciais para a cirurgia segura:

  1. Certificar-se de que é o paciente certo e o sítio cirúrgico
  2. Proteger o paciente da dor, minimizando os riscos
  3. Ter capacidade para reconhecer dificuldades respiratórias e um plano de ação pronto.
  4. Preparar-se para identificar e agir em caso de grande perda sanguínea.
  5. Evitar induzir reações alérgicas ou à medicação que tragam riscos ao paciente.
  6. Usar métodos para minimizar o risco de infecções de sítio cirúrgico.
  7. Evitar a retenção de compressas ou instrumentos em feridas cirúrgicas.
  8. Identificar de maneira precisa todos os espécimes cirúrgicos.
  9. Comunicar e trocar informações críticas sobre o paciente.

Estabelecer vigilância de rotina sobre a capacidade, o volume e os resultados cirúrgicos.

O Público Alvo

Clientes (adulto e infantil) hospitalizados ou em atendimento ambulatorial submetidos à procedimentos cirúrgicos em caráter eletivo e de urgência que implicam em incisão, excisão, manipulação e suturas de tecidos, e que, geralmente, requeiram anestesia regional ou geral ou sedação profunda para controle da dor.

RESPONSABILIDADES Equipe Multiprofissional

  • Conhecer o presente Protocolo e as medidas que garantem a promoção da cirurgia segura.
  • Compartilhar os saberes interprofissionais específicos e comuns em colaboração no planejamento, na execução e na avaliação das intervenções, antes, durante e após o procedimento cirúrgico, para a tomada de decisão.
  • Envolver o cliente e a sua família no planejamento diário dos cuidados.
  • Confirmar a identificação do cliente em todos os procedimentos a serem realizados.
  • Participar frequentemente de educações continuada.
  • Participar ativamente na condução e registro do Checklist de Cirurgia Segura (Apêndice A).
  • Notificar qualquer risco identificado e evento adverso ocorrido no Aplicativo de Vigilância em Saúde e Gestão de Riscos Assistenciais Hospitalares (Vigihosp).

Responsável Técnico – RT/Chefe de Unidade

  • Supervisionar os cuidados prestados e o cumprimento de todas as etapas do Checklist de Cirurgia Segura.
  • Realizar/providenciar o levantamento dos indicadores de segurança/qualidade.

Médico Cirurgião

  • Realizar consulta pré-operatória.
  • Esclarecer ao cliente e familiares sobre os riscos cirúrgicos, e se consentida a cirurgia, providenciar a assinatura do Termo de Esclarecimento, Ciência e Consentimento para Procedimentos Cirúrgicos (Apêndice B).
  • Realizar demarcação de sítio cirúrgico, quando for o caso, no pré-operatório.
  • Prescrever os cuidados pré-operatórios.
  • Prescrever a antibioticoterapia profilática.
  • Informar a equipe interprofissional sobre os riscos e pontos críticos do procedimento cirúrgico no intraoperatório.
  • Conduzir/Realizar o procedimento cirúrgico.
  • Participar da conferência das compressas e instrumentais utilizados, ao término da cirurgia.

Médico Anestesista

  • Realizar consulta pré-anestésica.
  • Esclarecer ao cliente e familiares sobre os riscos anestésicos, e se consentida a cirurgia, providenciar as assinaturas dos Termos de Esclarecimento, Ciência e Consentimento para Anestesia e Sedação (Apêndice C) e, se necessário, para Transfusão de Hemocomponentes (Apêndice D).
  • Decidir e aplicar o anestésico mais indicado.
  • Checar o aparelho de anestesia, no intraoperatório.
  • Informar a equipe interprofissional sobre os riscos e pontos críticos no procedimento cirúrgico (via aérea difícil, risco de aspiração e alergias conhecidas).
  • Promover a monitorização hemodinâmica do cliente e a administração do antibiótico profilático, no intraoperatório.
  • Atentar ao manejo e recuperação, garantindo a estabilidade do estado geral do cliente.
  • Avaliar o cliente e da alta da Sala de Recuperação Pós Anestésica-SRPA.

Enfermeiro Assistencial (Unidade Assistencial, Centro Cirúrgico e SRPA)

  • Garantir que os cuidados pré-operatórios e a organização do prontuário estejam adequados, antes de encaminhar o cliente ao local em que será realizado o procedimento cirúrgico.
  • Realizar ou supervisionar a equipe de enfermagem no preenchimento do Checklist de Cirurgia Segura em suas diferentes etapas (Preparo do cliente; Antes da indução anestésica e da incisão cirúrgica e Antes do cliente sair da sala operatória).
  • Confirmar a presença de reserva sanguínea no Hemocentro, no pré-operatório, e registrar.
  • Gerenciar os recursos humanos de enfermagem e materiais necessários na sala operatória.
  • Capacitar a equipe de enfermagem para prestar uma assistência que garanta a segurança do cliente no perioperatório.

Técnico de Enfermagem  (Unidade Assistencial, Centro Cirúrgico e SRPA)

  • Implementar as intervenções para o pré-operatório, intraoperatório e pós-operatório prescritas e/ou estabelecidas em rotina.
  • Comunicar ao enfermeiro qualquer intercorrência durante a assistência prestada.
  • Realizar a conferência e o registro do Checklist de Cirurgia Segura de acordo com cada etapa.
  • Preparar e montar a sala operatória com materiais e equipamentos de acordo com o procedimento a ser realizado e os riscos cirúrgicos levantados (seguir rotina estabelecida na unidade).
  • Conferir a integridade, a quantidade e a validade dos materiais a serem utilizados, antes da cirurgia.  Posicionar o eletrocautério no cliente, antes da incisão cirúrgica.
  • Contar as compressas utilizadas junto ao médico cirurgião e instrumentador, ao término da cirurgia.
  • Identificar e encaminhar as peças anatômicas/culturas, ao término da cirurgia.
  • Fixar as etiquetas de esterilização no prontuário, ao término da cirurgia.
  • Monitorar e acompanhar o cliente na SRPA. Instrumentador (Centro Cirúrgico)
  • Preparar e montar a sala operatória com materiais e equipamentos de acordo com o procedimento a ser realizado e os riscos cirúrgicos levantados.
  • Preparar o instrumental cirúrgico de acordo com o tipo de cirurgia.
  • Conferir a integridade, a quantidade e a validade dos materiais utilizados (seguir rotina estabelecida na unidade).
  • Realizar a contagem dos instrumentais cirúrgicos junto ao médico cirurgião, ao término da cirurgia.

OPERACIONALIZAÇÃO DO CHECKLIST DE CIRURGIA SEGURA

  • A estrutura do Checklist de Cirurgia Segura integra a verificação das medidas críticas gerais de segurança nas etapas pré-operatória e intraoperatória em três momentos, descritos a seguir: ü Antes do encaminhamento do cliente ao centro cirúrgico (registrada na unidade assistencial) ü 2. Antes da indução anestésica e da incisão cirúrgica (conduzida e registrada na sala operatória) ü 3. Antes do cliente sair da sala operatória (conduzida e registrada na sala operatória).
  • O Checklist de Cirurgia Segura deverá ser conduzido oralmente no intraoperatório por um único profissional e na presença de toda equipe cirúrgica, cabendo a todos o envolvimento e responsabilidade compartilhada.
  • O condutor do Checklist de Cirurgia Segura no intraoperatório deverá solicitar a confirmação do cumprimento às medidas essenciais de segurança à equipe e registrar. Caso algum item do Checklist não esteja em conformidade, a verificação deverá ser interrompida para uma tomada de decisão, que poderá ser até o cancelamento da cirurgia. As observações, justificativas e não conformidades deverão ser registradas no verso do Checklist de Cirurgia Segura e no prontuário.
  • O profissional responsável pela condução do Checklist de Cirurgia Segura no intraoperatório (sala operatória) será o Técnico de Enfermagem do Centro Cirúrgico designado para exercer a função de circulante de sala.

Em situações especiais, qualquer membro da equipe interprofissional cirúrgica poderá assumir a responsabilidade em conduzir o Checklist de Cirurgia Segura.

  • O Checklist preenchido deverá ser arquivado no prontuário, com as assinaturas do profissional de enfermagem responsável na etapa pré-operatória e do condutor e dos médicos anestesista e cirurgião (Staffs e Residentes) na etapa intraoperatória.

O preenchimento do Checklist de Cirurgia Segura não substitui a obrigatoriedade do registro no prontuário das avaliações e intervenções realizadas.

Preparo Pré-Operatório do Cliente

O preparo pré-operatório do cliente hospitalizado consiste nos procedimentos a serem realizados em um período compreendido de 24 horas que antecedem o procedimento cirúrgico. São eles:

  1. a) Identificação do cliente (Responsabilidade de execução: Equipe Interprofissional)

– Confirmar a identificação do cliente por meio da pulseira; da placa à beira leito, se for o caso; dos dados de identificação no prontuário e pela confirmação verbal do cliente, se possível.

Notas:

  • Em casos de crianças ou clientes incapacitados, um tutor ou familiar poderá assumir a função de identificação.
  • O cliente não deverá ser encaminhado ao Centro Cirúrgico sem pulseira de identificação ou com uma pulseira com integridade prejudicada.
  1. b) Tipo de Precaução (Responsabilidade de execução: Equipe Interprofissional)

– Realizar os cuidados pré-operatórios seguindo as determinações dos tipos de precauções: padrão; contato; respiratório por aerossóis; respiratório por gotículas e/ou reverso.

Nota: Em situações de pandemia, seguir rotina e fluxo estabelecidos.

  1. c) Jejum (Responsabilidade pela prescrição: Médico; Responsabilidade pela execução: Enfermagem)
  • Orientar previamente ao cliente sobre a necessidade e o tempo de jejum prescrito. Recomenda-se 8 horas de jejum para alimentos sólidos.
  • Monitorizar a glicemia capilar e observar sinais de hipoglicemia (sudorese, tremores, palidez, náuseas, etc.).

Inconformidades: Informar ao médico qualquer não conformidade quanto ao cumprimento do tempo de jejum, tanto para mais quanto para menos, e presença de eventos indesejados. Registar a orientação e conduta no prontuário.

  1. d) Punção Venosa (Responsabilidade de execução: Enfermagem)

– Manter pérvio o cateter intravascular periférico (18 -20 Fr) ou o cateter intravascular central.

Nota: Clientes sem dispositivo intravenoso não precisarão ser puncionados somente para serem encaminhados ao Centro Cirúrgico. Nestes casos, o acesso venoso poderá ser providenciado pelo Médico Anestesista quando o cliente for admitido na sala operatória.

  1. e) Preparo gastrointestinal e vesical (Responsabilidades: Médico-prescrição e Enfermagem-execução)
  • Prescrever o tipo de solução; o método de aplicação e o intervalo, quando for indicado.
  • Realizar o preparo intestinal, quando prescrito, seguindo os passos descritos no Procedimento Operacional Padrão Institucional (POP) “Lavagem intestinal retrógrada”.
  • Esvaziar as bolsas de colostomia e vesical, se for o caso, antes do encaminhamento ao Centro Cirúrgico.
  1. f) Higiene corporal (Responsabilidade de execução: Enfermagem)

– Seguir as normatizações descritas no Quadro 1, quanto à frequência; ao tipo de degermante e ao horário do banho, de acordo com o tipo de cirurgia.

 CIRURGIA FREQUÊNCIA DEGERMANTE HORÁRIO
Cirurgias cardíacas; com implantes/próteses ou em clientes colonizados e/ou infectados com bactérias multirresistentes 3 vezes Clorexidina 2% degermante 1º banho – 16h

2º banho – 22h

3º banho – 5h

4° banho – 10h**

**quando cirurgia cardíaca agendada para o período da tarde.

Outras cirurgias eletivas de grande porte. 1 vez Sabonete neutro 2 horas antes da cirurgia.
Cirurgias eletivas de pequeno e médio porte 1 vez Sabonete neutro Banho a ser realizado na manhã da cirurgia
Cirurgias de urgência Sabonete neutro À critério da avaliação da equipe assistente.
Cirurgias de emergência
  1. g) Higiene bucal (Responsabilidade de execução: Enfermagem)

– Seguir as normatizações descritas no Quadro 2, quanto ao tipo de limpeza bucal e à escolha do produto, de acordo com o tipo de cirurgia. Consultar a Rotina Operacional Padrão InstitucionalEnfermagem (ROP) “Uso de solução bucal a base de digluconato de clorexidina 0,12%”.

TIPO DE CIRURGIA MODO TEMPO
 Cirurgias de grande porte: cardíacas e com

implantes/próteses

 

1.                  Limpeza com escova e creme dental ou com gaze embebida com solução dentifrícia, a depender do nível de consciência e orientação do cliente.

2.                  Antissepsia com solução bucal a base de digluconato de clorexidina 0,12%, por meio de bochecho ou aplicação de gaze embebida, a depender do nível de consciência e orientação do cliente.

Máximo 2 horas antes

da cirurgia

**cirurgia cardíaca, no

momento       de          cada

banho

 Demais

procedimentos cirúrgicos

2. Limpeza com escova e creme dental ou com gaze embebida com solução dentifrícia, a depender do nível de consciência e orientação do cliente.  

2 horas antes da cirurgia

 Cirurgia de urgência 3. A critério da avaliação da equipe assistente.
  1. h) Tricotomia (Responsabilidade de execução: Enfermagem)
  • Realizar a tricotomia nas áreas do procedimento cirúrgico e de posicionamento de eletrodos no tórax, quando prescrito ou indicado.
  • Realizar tricotomia, no máximo, duas horas antes do procedimento cirúrgico.
  • Utilizar, preferencialmente, tesouras ou tricotomizador elétrico. Evitar o uso de lâminas.
  • Avaliar e registrar a presença de marcas, erupções, lesões, verrugas e demais anormalidades da pele no local da incisão cirúrgica.
  1. i) Remoção de próteses, adornos e de vestimentas (Responsabilidade de execução: Enfermagem)
  • Perguntar ao cliente e retirar quaisquer adornos (brincos, colares, piercing, relógios, pulseiras, cintos, prendedores de cabelo, anéis, unhas e cílios postiços e outros) e próteses (exemplos: prótese dental e lentes de contato), assegurando destinação correta para guarda.
  • Checar se as unhas das mãos da cliente estão sem esmalte, preferencialmente, ou com algum de coloração clara. Caso contrário, providenciar remoção do esmalte.
  • Vestir roupa hospitalar, sem o uso de peças íntimas.
  1. j) Demarcação de lateralidade (Responsabilidade pela execução: Médico Cirurgião)
  • Realizar a demarcação do sítio cirúrgico em casos de lateralidade (direito e esquerdo), de estruturas múltiplas (p. ex. dedos das mãos, membros inferiores, costelas) e de níveis múltiplos (p.ex. coluna vertebral).
  • Realizar a demarcação do sítio cirúrgico com o símbolo de um alvo “¤” sobre a pele, tala gessada e/ou curativo, se for o caso.
  • Utilizar marcador permanente específico (caneta dermográfica) para a demarcação do sítio cirúrgico.
  • Realizar a demarcação, preferencialmente e se possível, com o cliente acordado e consciente, que confirmará o local da intervenção.
  1. k) Providência de reserva sanguínea (Responsabilidades: Médico-prescrição e Enfermagem-execução)
  • Prescrever, coletar e encaminhar a amostra de sangue do cliente para prova cruzada, quando indicado, no mínimo 24 horas antes da cirurgia.
  • Confirmar a reserva sanguínea no Hemocentro por meio de contato telefônico. Registrar a confirmação da reserva sanguínea no prontuário.

Notas: validade da prova cruzada é de 72 horas; em crianças até 4 meses de idade, proceder também à coleta de amostra de sangue da mãe.

l) Organização do prontuário (Responsabilidade de execução: Enfermagem e Escrituração/Secretário) O prontuário deverá ser encaminhado ao Centro Cirúrgico junto ao cliente, constando:

  1. – Dados de identificação do cliente;
  2. – Prescrição médica;
  3. – Evolução médica e de enfermagem;
  4. – Formulário de sinais vitais;
  5. – Ficha de avaliação pré-anestésica;
  6. – Termos de consentimentos (Cirúrgico, Anestésico e de Hemotransfusão) informados assinados;
  7. – Resultados laboratoriais, de biópsia e de imagem;
  8. Checklist de Cirurgia Segura;
  9. – Documentos diversos específicos.

Notas importantes:

  1. Ficha de avaliação pré-anestésica e os termos de consentimentos cirúrgico, anestésico e de hemotransfusão deverão ser providenciados pelo médico durante o atendimento ambulatorial do cliente, a não ser que a indicação cirúrgica ocorra no período de hospitalização.
  2. Em clientes admitidos para a realização de procedimentos cirúrgicos eletivos, sem prévia internação, o preenchimento do checklist e organização do prontuário será conduzido pelo enfermeiro da Sala de Internação.
  3. O Termo de Consentimento de Hemotransfusão é indicado quando há previsão de risco de grande perda sanguínea (> 500 mL, em adultos, ou 7mL/Kg, em crianças).

Observações

 Na presença de alguma não conformidade justificada no preparo pré-operatório, o enfermeiro da Unidade Assistencial ou da Sala de Internação deverá informar ao enfermeiro do Centro Cirúrgico, para análise da situação, junto à equipe cirúrgica, e permissão para o encaminhamento.

Estrutura de apresentação do Checklist de Cirurgia Segura      destacando       o      momento       “Antes      do Encaminhamento do Cliente ao Centro Cirúrgico.

INTRAOPERATÓRIO

III-   Recepção do Cliente no Centro Cirúrgico (Responsável pela execução: Enfermagem)

  • Confirmar a identificação do cliente (nome completo, número de registro e data de nascimento), por meio da tripla checagem (pulseira, identificação no prontuário e confirmação com o próprio cliente ou responsável) e comparar as informações com o mapa cirúrgico.
  • Confirmar o cumprimento dos cuidados pré-operatórios prescritos no Checklist de Cirurgia Segura e a apresentação da documentação obrigatória.

        Inconformidades: Se o Checklist não for apresentado ou estiver incompleto com algum cuidado indicado não realizado ou com algum documento não apresentado, exceto quando situações especiais, será necessário discutir com a equipe a decisão por aguardar a resolução da inconformidade ou o cancelamento da cirurgia.

        Situações especiais: 1. Cliente externo com indicação de cirurgia eletiva encaminhado diretamente ao Centro Cirúrgico e  2. Cliente internado com indicação de cirurgia de urgência.

  • Encaminhar o cliente à sala operatória de destino, previamente preparada de acordo com o procedimento programado. Orientar e acomodar o cliente.
  • Preencher e fixar a placa de identificação do cliente (nome completo; registro hospitalar; data de nascimento e descrição do tipo de cirurgia e de anestesia) na porta da sala cirúrgica.

IV – Na Sala de Cirurgia (Responsável pela execução: Equipe Interprofissional)

  1. a) Antes da indução anestésica (CHECK IN) e da incisão cirúrgica (TIME OUT)

O condutor do Checklist de Cirurgia Segura, em voz alta, junto a toda equipe presente, deverá solicitar aos profissionais que se apresentem informando o nome completo e a função, e ao cliente que se apresente informando o nome completo, a data de nascimento, o procedimento cirúrgico e o local da cirurgia, caso seja capaz de responder. E a seguir, direcionará aos profissionais para que confiram, confirmem e informem a realização dos pontos críticos primordiais contemplados nos 10 objetivos essenciais para a cirurgia segura, conforme demonstração abaixo:

Direcionamento Medidas Essenciais de Segurança Ação Esperada
Equipe

Interprofissional

Identificação do Cliente Conferir e confirmar o nome completo, o registro hospitalar e a data de nascimento do cliente por meio da pulseira de identificação, do prontuário, do relato verbal do cliente e da placa de identificação da sala operatória.
Médico Cirurgião Procedimento a ser realizado. Relatar.
Sítio cirúrgico/demarcação Demonstrar o local e, se for o caso, a lateralidade.
Disposição dos exames Relatar os tipos de exames e o local de disposição.
Médico Anestesista

 

Via aérea difícil

 

Se confirmado, informar os materiais providenciados, como videolaringoscópio e máscara laríngea, e informar a presença do médico anestesista auxiliar.
Risco de aspiração

 

Se confirmado, administrar medicamentos pró cinéticos (nome, dose e horário) e informar os materiais providenciados.
Alergia conhecida

 

Se confirmado a alergia a algum medicamento,  informar as opções indicadas.
Avaliação pré-anestésica

 

Informar os dados relatados em ficha de avaliação pré-anestésica, assim como os exames solicitados em avaliação; checar os preditores de via aérea difícil realizados ambulatoriamente.
Acesso venoso

 

Descrever o tipo de acesso venoso (central ou periférico); calibre do dispositivo; local e permeabilidade.
Monitorização hemodinâmica

 

Relatar     os     parâmetros     e     a       funcionalidade

(parâmetros mínimos: pressão arterial não invasiva; frequência cardíaca, saturação de oxigênio e cardioscopia).

Profilaxia antimicrobiana

 

Relatar o antibiótico profilático, a dose e a hora da administração. A administração deve ocorrer de 0 a 60 minutos antes da incisão cirúrgica.
Aparelho de anestesia Confirmar a realização do teste de funcionalidade do aparelho de anestesia, seguindo recomendações do fabricante.
 Médicos Cirurgião e Anestesista Previsão dos pontos críticos do procedimento cirúrgico Se pontos críticos, relatar (risco de grande perda sanguínea, presença de comorbidades, tempo prolongado da cirurgia, risco de parada cardiorrespiratória e outros) e apresentar o plano de intervenção.
 

 

 

 

 

 

 

 

Enfermagem

 

 

 

 

Sala        operatória           montada                 e equipada Relatar os materiais e equipamentos reunidos e preparados.
Eletrocautério posicionado Demonstrar o local de posicionamento da placa de eletrocautério. A placa deverá estar bem aderida à pele em área limpa, seca, sem pelos, bem vascularizada, com maior massa muscular e longe de proeminências ósseas; o mais próximo possível da incisão cirúrgica e com menor risco de ser molhada.

Estrutura de apresentação do Checklist de Cirurgia Segura destacando o momento “Antes da Indução Anestésica e da Incisão Cirúrgica.

b) Antes do cliente sair da sala cirúrgica (CHECK OUT)

O condutor do Checklist de Cirurgia Segura, em voz alta, junto a equipe presente, direcionará aos profissionais para que confiram, confirmem e informem a realização dos pontos críticos primordiais contemplados nos 10 objetivos essenciais para a cirurgia segura, conforme demonstração abaixo:

Direcionamento Medidas Essenciais de Segurança Ação Esperada
Enfermagem

Médico Cirurgião

Instrumentador

Contagem final de instrumentais Confirmar se confere a contagem de instrumentais e de compressas.

Caso a contagem final não apresente o mesmo resultado da contagem inicial, será necessário examinar todos os campos, recipientes de descarte, rampers, feridas cirúrgicas ou obter imagens radiológicas.

Contagem final de compressas
Enfermagem Peça anatômica identificada e com requisição preenchida Quando se aplica, confirmar a realização da dupla checagem da identificação do cliente (nome completo e RG) e da peça anatômica (tipo, local e
 

 

Enfermagem

data e horário de coleta), juntamente com o médico cirurgião.
Cultura identificada e com requisição preenchida Quando se aplica, confirmar a realização da dupla checagem da identificação do cliente (nome completo e RG) e da amostra biológica (descrição da amostra e local anatômico, data e horário de coleta), juntamente com o médico cirurgião.
Etiquetas de esterilização fixadas no prontuário. Confirmar a fixação das etiquetas de esterilização no prontuário.
Equipe

Interprofissional

Presença de não conformidades Quando se aplica, relatar, registrar e notificar
Pontos críticos na recuperação pós-operatória Se presente preocupações da equipe com a evolução do cliente no pós-operatório imediato, relatar, registrar e discutir o plano de intervenções.
Registros        do         procedimento

intraoperatório

Confirmar o registro da:

v  Descrição cirúrgica

v  Prescrição Médica

v  Ficha Intraoperatória (Anestesia)

v  Ficha de Consumo de Materiais

 

Estrutura de apresentação do Checklist de Cirurgia Segura destacando o momento “Antes do cliente Sair da sala operatória.

PÓS-OPERTÓRIO IMEDIATO

VI -Na Sala de Recuperação Pós Anestésica – SRPA

  1. a) Admissão na SRPA (Responsável pela execução: Equipe Multiprofissional)

 Implementar cuidados relacionados:

  • Admissão e acolhimento;
  • Exame físico: geral; cardiorrespiratório; motor; neurológico; vascular;
  • Prevenção de hipotermia;
  • Administração de medicamentos;
  • Controle da dor e promoção de conforto;
  • Manutenção da integridade da pele e segurança dos dispositivos;
  • Permeabilidade de drenos;
  • Avaliação da ferida operatória;
  • Mensuração dos débitos de drenos e cateteres, quando presentes;
  • Balanço hídrico;
  • Orientações e apoio psicológico;
  • Monitorização dos Sinais Vitais (Quadro 3).
Parâmetros Vitais Valores Normais de Referência 1° hora 2° hora 3° hora
Pressão Arterial Sistêmica Pressão Sistólica – 100 a 120 mmHg Pressão Diastólica – 60 a 80 mmHg Cada 15 min Cada 30min Cada 1 hora
Frequência Respiratória 16 – 20 rpm
Frequência Cardíaca 60 – 100 rpm
Temperatura corporal 35,1 – 37,7°C

 Quadro 3. Valores normais para referência dos sinais vitais

Não conformidades: Qualquer alteração identificada, deve-se comunicar ao médico anestesista e/ou cirurgião responsável.

  1. b) Alta da SRPA (Responsável pela execução: Médico Anestesita)
  • O estado geral do cliente deverá ser avaliado detalhadamente. Como critério para alta da SRPA, o valor da escala de Aldrete/Kroulik deverá ser maior ou igual a 8; em clientes que foram submetidos à anestesia espinhal, o valor da escala de Bromage para alta deverá ser 2, 1 ou 0.
  • Os clientes hemodinamicamente estáveis e que foram submetidos a cirurgias de pequeno porte, sem intercorrências, poderão ser encaminhados, imediatamente, para as enfermarias, a critério do médico anestesista.

MÉTRICAS DE MONITORAMENTO

  • Número de cirurgias em local errado/mês e ano
  • Número de cirurgias em paciente errado/mês e ano
  • Número de procedimentos errados/mês e ano
  • Taxa de adesão completa ao Checklist de Cirurgia Segura

Referências:

  1. ALEX B. HAYNES et al. A Surgical Safety Checklist to Reduce Morbidity and Mortality in a Global Population. N Engl J Med., 360, p. 491-499, 2009.
  2. ASKARIAN M, et al. Effect of surgical safety checklists on postoperative morbidity and mortality rates, Shiraz, Faghihy Hospital, a 1-year study. Qual Manag Health Care, v.20, p. 293–7. 2011.
  3. BERALDO, Carolina Contador; DE ANDRADE, Denise. Higiene bucal com clorexidina na prevenção de pneumonia associada à ventilação mecânica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 34, n. 9, p. 707-714, 2008.
  4. BERGS, J., LAMBRECHTS, F., SIMONS, P., VLAYEN, A., MARNEFFE, W., HELLINGS, J. et al. Barriers and facilitators related to the implementation of surgical safety checklists: a systematic review of the qualitative evidence. BMJ Qual Saf., v. 24, n. 12, p. 776-86, 2015.
  5. BOHMER AB et al. The implementation of a perioperative checklist increases patients’ perioperative safety and staff satisfaction. Acta Anaesthesiol Scand, v. 56, p. 332-8, 2012.
  6. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasil:  Anvisa,2017.Disponível em: http://www.saude.pi.gov.br/uploads/divisa_document/file/374/Caderno_1__Assist%C3%AAncia_Segura__Uma_Reflex%C3%A3o_Te%C3%B3rica_Aplicada_%C3%A0_Pr%C3%A1tica.pdf
  1. Agência Nacional De Vigilância Sanitária – ANVISA. Critérios diagnósticos de infecção relacionada à assistência à saúde. 2013.
  2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Manual de higienização das mãos em serviços de saúde. Brasil: Anvisa, 2007. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/ficha_tecnica.htm
  1. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017. 126p. Disponível em: < http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=pCiWUy84%2BR0%3D>.
  2. EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Protocolo: Prevenção de Infecção Cirúrgica. Unidade de Vigilância em Saúde e Qualidade Hospitalar/Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do HCUFTM, Uberaba, 2017. 13p. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/ptbr/hospitaisuniversitarios/regiaosudeste/hcuftm/documentos/protocolosassistenciais/prtsvssp003prevencaodeinfeccaocirurgicaversaopdf
  3. EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES – EBSERH. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. Procedimento Operacional Padrão: Lavagem intestinal retrógada. Serviço de Educação em Enfermagem da Divisão de Enfermagem HC-UFTM, Uberaba, 2020. 9p. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/ptbr/hospitaisuniversitarios/regiaosudeste/hcuftm/documentos/pops/popde010lavagemintestinalretrograda.pdf
  1. MALACHIAS MVB, SOUZA WKSB, PLAVNIK FL, RODRIGUES CIS, BRANDÃO AA, NEVES MFT, et al. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol., 2016; 107(3Supl.3):1-83
  2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária; Fundação Oswaldo Cruz. Protocolo para cirurgia segura. Brasília: Ministério da Saúde; 2013.

14. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Manual de Implementação – Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica da OMS. 2009

  1. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Segundo desafio global para a segurança do paciente: cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / Organização Mundial da Saúde; Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde; Ministério da Saúde; Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2009. 211p.
  2. RUSS, S., ROUT, S., SEVDALIS, N., MOORTHY, K., DARZI, A., VINCENT, C. Do safety checklists improve teamwork and communication in the operating room? a systematic review. Ann Surg.,258, n.6, p.856-71, 2013. doi: https://doi.org/10.1097/SLA.0000000000000206.
  3. SEMEL M.E, et al. Adopting A Surgical Safety Checklist Could Save Money And Improve The Quality Of Care In U.S. Hospitals. Health Affairs, v. 29, p. 1593–9, 2010.
  4. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENFERMEIROS DE CENTRO CIRÚRGICO, RECUPERAÇÃO ANESTÉSICA E CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO (SOBECC). Práticas recomendadas: centro cirúrgico, recuperação pós-anestésica e centro de material e esterilização. 5ªed. São Paulo: SOBECC; 2009.
  5. TREADWELL J.R., LUCAS, S., TSOU, A.Y. Surgical checklists: a systematic review of impacts and implementation. BMJ Qual Saf., v.13, n. 4, p. 299-318, 2014.

Caixa de Pequena Cirurgia: Para que serve?

A Caixa de Pequenas Cirurgias é um kit de instrumentos cirúrgicos que podem estar disponíveis em setores hospitalares, clínicas e ambulatórios.

As cirurgias podem ser divididas em portes de tamanho ou complexidade. Assim, temos cirurgias de pequeno, médio e grande portes.

Cirurgias de Pequeno Porte

As cirurgias de pequeno porte ou “pequenas cirurgias”, são aquelas em que o grau de traumatismo ocasionado pelo cirurgião é pequeno, ocasionando poucas alterações sistêmicas.

Desta forma, a probabilidade de complicações graves é menor, e a recuperação tende a ser rápida. As pequenas cirurgias geralmente são rápidas e demandam de anestesias loco-regionais, como a anestesia local por infiltração no sitio cirúrgico ou bloqueios de nervos regionais.

Também não requerem internação, sendo realizadas em regime de hospital-dia, onde o paciente fica algumas horas em observação, ou ambulatorial, onde o paciente vai embora imediatamente após o término da cirurgia.

sedação não é obrigatória para as cirurgias de pequeno porte, ficando indicadas para as pessoas muito ansiosas, que apresentam fobia ou que não são capazes de colaborar com o cirurgião.

Tipos de Pequenas Cirurgias

  • Ressecção de lesões cutâneas
  • Ressecção de tumores de pele
  • Correção de pequenas cicatrizas
  • Eletrocoagulação de verrugas
  • Vasectomia
  • Postectomia (cirurgia de fimose)
  • Biópsia de lesões
  • Exérese de lipoma
  • Debridamento de feridas
  • Cantoplastia (correção de unha encravada)
  • Plástica do freio bálano-prepucial
  • Correção de fenda do lóbulo da orelha

O que pode conter dentro de uma caixa de pequenas cirurgias?

A caixa será montada de acordo com o protocolo institucional, podendo variar o conteúdo. Mas em geral é composta:

  • 1 Cabo de Bisturi n°3
  • 2 Gancho Gilles Delicado
  • 1 Pinça Adson Dente de Rato 12 cm
  • 1 Pinça Adson Serrilhada 12 cm
  • 1 Pinça Mosquito Curva 12 cm
  • 1 Pinça Pean 14cm
  • 1 Porta Agulha Mayo Hegar com Videa 12cm
  • 1 Porta Agulha Mayo Hegar com Vídea 14 cm
  • 1 Tesoura Íris Curva Ponta Fina 11 cm
  • 1 Tesoura Mayo Curva 15 cm
  • 1 Estojo de Inox Perfurado 20 x 10 x 05 cm

Referências:

  1. https://www.harteinstrumentos.com.br/produto/caixa-para-pequenas-cirurgias/

Cirurgia Segura: Time Out

O TIME OUT é uma prática baseada em evidências que visa a prevenção de cirurgias, procedimentos e exames invasivos errados, no paciente errado e/ou no local errado.

O TIME OUT deve ser feito na sala em que a cirurgia, procedimento ou exame invasivo será realizado, antes do seu início.

Neste momento, o enfermeiro confere com o médico e com o anestesista, em voz alta, determinados itens de verificação.

Itens de Verificação

  • Paciente certo: checagem da identificação do paciente quanto ao nome completo e número do prontuário;
  • Procedimento certo: checagem no prontuário do procedimento agendado;
  • Local certo: local da cirurgia demarcado de acordo com o procedimento agendado;
  • Equipamentos, materiais e medicamentos certos em sala, conforme estabelecido pela equipe médica;
  • Documentação certa: anamnese, exame físico, avaliação pré-anestésica e consentimentos preenchidos; exames complementares relevantes para o procedimento em sala.

Lembre-se:
Para assegurar o sucesso do TIME OUT, os pacientes devem ser encaminhados ao Bloco Cirúrgico ou à sala de exame ou procedimento com a documentação certa preenchida previamente, no consultório ou na unidade de internação.

Documentação Certa
  • Anamnese e exame físico;
  • Demarcação do sítio cirúrgico;
  • Avaliação pré-anestésica;
  • Consentimentos cirúrgico;
  • Consentimento anestésico;
  • Exames complementares e imagens relevantes para a cirurgia, exame ou procedimento. ​

Referência:

  1. Hospital Albert Einstein

Abdominoplastia e os Cuidados de Enfermagem

A abdominoplastia, também conhecida como demolipectomia, é um procedimento cirúrgico estético que objetiva remover gordura e pele em excesso da região abdominal, habitualmente por motivos estéticos.

Parede Abdominal

A parede abdominal é composta por diversas camadas responsáveis por envolver e proteger as estruturas situadas na cavidade abdominal.

Logo abaixo da pele encontra-se o tecido subcutâneo, formado especialmente por tecido adiposo e, mais profundamente, encontram-se três camadas superpostas de tecido muscular, responsáveis pela contração abdominal com compressão das estruturas profundas viscerais.

De todas as partes do organismo, o tecido subcutâneo do abdômen, na maior parte das vezes, é o local onde a gordura mais se acumula.

Indicações

O procedimento de abdominoplastia é indicado em casos de envelhecimento, excesso de pele devido à grande perda de peso ou então resultante de gestações. Dependendo do tipo de problema ocorrido, pode ser necessária a correção das paredes musculares profundas do abdômen, ou apenas os da superfície, na região do subcutâneo.

O Procedimento

Anteriormente à realização da abdominoplastia, são solicitados alguns exames de rotina, como exames de sangue (coagulograma, hemograma, glicose, função renal e proteínas), de urina e eletrocardiograma.

Normalmente, aplica-se anestesia geral nesse tipo de cirurgia, mas também pode ser peridural ou similar. Realiza-se uma incisão horizontalmente acima da implantação dos pelos pubianos, prolongando-se lateralmente em maior ou menor extensão, variando de acordo com o volume do abdômen a ser corrigido.

Por conseguinte, desloca-se amplamente a parede anterior e lateral do abdômen, possibilitando uma visualização da parede muscular, bem como as correções necessárias.

Após corrigido os defeitos, tanto das paredes profundas quanto superficiais, é feito o fechamento da parede e reposicionamento da cicatriz umbilical em sua posição natural. Subsequentemente, o paciente é colocado na cama com o corpo semi-flexionado para evitar a tração dos tecidos remodelados.

No geral, a hospitalização para este tipo de procedimento gira em torno de 2 a 3 dias.

Complicações

As complicações são raras, mas podem ocorrer, como: infecções, hematomas, seroma, problemas na cicatrização e trombose.

Cuidados de Enfermagem

Durante as primeiras 48h do pós-operatório é normal o paciente apresentar dor que é controlada por meio do uso de anti-inflamatórios e analgésicos.

Durantes os primeiros 15 dias após a cirurgia, deve-se evitar realizar esforço físico, devido ao risco de ruptura das suturas feitas na musculatura.

O paciente retorna à sua rotina normal gradativamente, sendo que a cicatriz final irá depender basicamente da cicatrização individual.

Outros cuidados:

  • Orientar o paciente em procedimentos pré e pós-operatórios;
  • Participar ou colaborar em tratamentos que visem a correção de distúrbios congênitos ou adquiridos;
  • Avaliar a assistência de enfermagem aos clientes em todas etapas dos procedimentos fornecendo suporte técnico educativo adequado a sua equipe;
  • Realizar atividades gerenciais e administrativas, estando a par de todos os acontecimentos;
  • Assegurar ambiente adequado ao cliente e sua família, atendendo-os de forma humanizada e respeitosa durante a continuidade do tratamento;
  • Promover a educação do cliente e da equipe sobre aspectos relativos a prevenção e recuperação de problemas de ordem estética;
  • Manter responsabilidade técnica e de supervisão a instituição assistida;
  • Aplicar condutas terapêuticas, recuperação e ou reabilitação;
  • Documentar os procedimentos em todas as suas etapas, por registro escrito e fotográfico;
  • Atuar em equipe de forma cooperativa, dentre outras atribuições;
  • Cuidados circulatórios, como a insuficiência venosa;
  • Controle da dor;
  • Cuidado com sondas e drenos;
  • Monitorar sinais vitais (SSVV);
  • Cuidados com o local de incisão;
  • Usar orientação antecipada para preparar o paciente para mudanças previsíveis na imagem corporal.

Referências:

  1. http://www.portalcirurgiaplastica.com.br/abdominoplastia/
  2. http://abdominoplastiamed.com/
  3. http://www.zamarian.com.br/html/corpo/abdominoplastia/abdomen.html
  4. ORTOLAN, M. Enfermagem estética: ações e atos do enfermeiro do processo de cuidar. 2007. Trabalho de conclusão de curso-Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007
  5. PARK, A. Importância da SAE na efetivação de uma assistência de enfermagem de qualidade. Anaisdo v SEPE e v Jornada de Iniciação Científica.vol.v, RS, 2015
  6. PERSKI, R. Sistema agroflorestais em pequenas propriedades no município de hulha negra. URCAMP. Bagé/RS, 2004. Disponivel em: https://scholar.google.com.br 
  7. PETRY et al.Cirurgia plástica estética: experiências sobre (re) construções corporais e implicações para enfermagem. Revista rene.RS.2015 mar-abr; p.185-93. Disponivel em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista. 
  8. REMIZOSKI, J. ROCHA, M. VALL, J. Dificuldades da implantação da sistematização da assistência de enfermagem – SAE: Uma revista teórica. Caderno da escola de saúde, Curitiba, 03: 1-14, 2010. Disponivel em:http://revistas.facbrasil.edu.br 
  9. SALDANHA et al. Fatores preditivos para complicações em procedimentos de cirurgia plástica – sugere escores de segurança. Revista brasileira de cirurgia plastica, 2014,Sao Paulo,v. 29, n. 1
  10. SBCP, A idade deve ser um fator para a realização de cirurgia plástica, Sociedade Brasileira de cirurgia plástica, São Paulo. 2014 Disponivel em: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/a idade deve ser um fator para realização de cirurgia plástica
  11. SERRA et al. Assistência de enfermagem no pós-operatório imediato: estudo transversal.Revista brasileira de enfermagem. Ceara, mar:2015,14(2):161-7. Disponivel: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/5082. 
  12. SILVA, A. MORAES, M. Incidência de dor no pós-operatório de cirurgia estética. Revista Dor.SP.2010; p.136-139.
  13. SILVA, R. SANTOS, M. Sistematização da assistência de enfermagem como uma estratégia para autonomia do enfermeiro. Revista nursing. Salvador, JanNov;2009;12 (136): 435-442. Disponivel em:http://ba.corens.portalcofen.gov.br/wpcontent/uploads/2013/03/sistematização da assistência de enfermagem como uma estratégia para autonomia do enfermeiro.

Gastroplastia em Y de Roux

A cirurgia bariátrica (gastroplastia) mais realizada no Brasil e no mundo atualmente é o Bypass Gástrico em Y de Roux ou Cirurgia de Fobi-Capella. É uma cirurgia que reduz o tamanho do estômago dividindo-o em dois, sendo assim, a parte maior é separada e não recebe mais alimentos.

Já a parte menor, que tem cerca de 30 ml é ligada diretamente a uma parte do intestino. Como o trajeto do alimento é reduzido, sua absorção também diminui. Como a parte do estômago que recebe o alimento fica bem menor, o paciente tem a sensação de saciedade mais cedo.

Efetividade

É uma das técnicas que apresenta melhor efetividade, porque a perda de peso é controlada podendo chegar a 40% do peso inicial. Nos 30 dias seguintes da cirurgia bariátrica, o paciente deve só se alimentar com líquidos. Só depois que os alimentos sólidos são introduzidos à dieta, sempre com orientação do cirurgião bariátrico e de um nutricionista.

O bom resultado da cirurgia bariátrica se dá através de um conjunto de fatores, entre eles: atividade física, redução da ingestão de calorias devido a menor capacidade do estômago e alterações anatômicas que, por exemplo, ocasiona uma alteração hormonal que auxilia na redução de apetite do paciente.

Como é feito?

O estômago é diminuído através de grampeamentos, sem retirar nenhuma parte do estômago nem do intestino – é apenas um desvio – reduzindo o espaço para o alimento e desviando o intestino inicial, o que acarreta alterações hormonais que dão saciedade e diminuem a fome.

Esses dois fatores juntos, a menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade, além das mudanças de hábitos de vida orientadas pela equipe multidisciplinar, levam ao emagrecimento e controlam as doenças associadas, como a hipertensão arterial e o diabetes.

Pode ser realizada por videolaparoscopia ou aberta (por corte), podendo ser com anel ou sem anel. O anel de Silastic pode ser colocado, mas não é obrigatório e pode até ser contraindicado em algumas situações.

Alguns cuidados

  • Ingestão correta de líquidos, para que não ocorra desidratação ou formação de cálculo renal, o consumo de comidas muito calóricas pode ocasionar tonturas e diarreias e por isso deve ser evitado;
  • A reposição oral de vitaminas também deve ser feita, já que ocorre a alteração no caminho do alimento e a absorção de nutrientes pode estar diminuída;
  • Orientar o paciente a monitorar sinais de desconforto respiratório, febre e acúmulo de secreções;
  • Enfatizar a importância de não ingerir líquidos 15 minutos antes de cada refeição e até 90 minutos depois, para evitar desconforto gástrico, pois beber e comer juntos aumenta a distensão gástrica, o que resulta em sensação de estofamento e até vômitos. Reforçar que a ingestão de líquidos que, além de evitar a desidratação, auxilia na
    perda de peso, deve ser feita gradativamente de acordo com a capacidade gástrica;
  • Avaliar débito urinário no sistema de drenagem fechada ou o desejo do paciente e a distensão vesical;
  • Auscultar o abdome para determinar a presença e a localização dos ruídos hidroaéreos; Monitorizar presença de íleo paralítico (os ruídos hidroaéreos deverão retornar em média de 6 a 12 h após a cirurgia), flatulência, distensão abdominal;
  • Orientar o paciente a comunicar desconforto em região supra púbica;
  • Registrar a coloração, o odor, a consistência, a quantidade e a frequência das evacuações;
  • Verificar presença, aspecto, características e frequência de eliminações intestinais;
  • Observar e anotar eliminações e outras perdas como: diurese, vômitos, débitos de drenos, ingestão hídrica;
  • Medir diariamente o débito do dreno de Blake; – Comunicar à equipe médica para tomar as condutas necessárias, como a necessidade de sondagem vesical de alívio;
  • Reforçar que a atividade física é muito importante para os pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, pois a perda de peso será mais rápida;
  • Orientar o paciente para que evite esforços físicos excessivos nos primeiros 90 dias. Caminhadas leves, de curta distância (pela manhã, próximo ao almoço e à tarde), poderão ser feitas conforme a resistência, progredindo lentamente, aumentando 01 minuto por dia;
  • Motivar e estimular a participação do paciente nas atividades de autocuidado;
  • Estimular o paciente a participar de atividades de lazer logo que possível;
  • Explicar a importância das estratégias para manter o sono eficaz.

Referências:

  1. BARTH, M. M ; JEFERSON, C. E. Cuidados de enfermagem pós-operatória de pacientes com bypass gástrico. American Journal of Critical Care, v.15, n. 4, jun., 2006. 
  2. FONTES, Helio Augusto. Gastroplastia – O que é essa cirurgia, como é feita, resultados. Disponível em: < http://www.copacabanarunners.net/gastroplastia.html&gt; .
  3. MOREIRA, Rosa Aparecida Nogueira et al. Diagnósticos de enfermagem, fatores relacionados e de risco no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 47, n. 1, p. 168-175, 2013.
  4. NEGRÃO, Renata de Jesus da Silva. Cirurgia bariátrica: revisão sistemática e cuidados de enfermagem no pós-operatório. 2006. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
    NIBI, Fabiana Aparecida. Cuidados intensivos no pós-operatório imediato de cirurgia bariátrica. Revista Uninga. Maringa: PR. 2014.

Mapa Cirúrgico: Para que serve?

Um mapa cirúrgico nada mais é do que um relatório que apresenta, separadamente, cada profissional, cada cirurgia com suas respectivas datas, os dados do paciente, o procedimento a ser realizado, materiais e medicamentos utilizados, observações e o total de cirurgias por dia e por profissional.

De acordo com a configuração da janela inicial de parâmetros, deve-se definir as informações mediante com o intervalo desejado e se os dados serão separados por Médico ou por Sala Cirúrgica. Para que seja possível a emissão deste relatório, é preciso que existam movimentações na rotina.

Como funciona?

As reservas cirúrgicas são agendadas nos horários disponíveis das salas do centro cirúrgico e do profissional médico. Para que o agendamento seja possível, deve haver harmonia entre o setor, plano, médico e procedimento.

Essa rotina vai permitir um maior controle da marcação das cirurgias de forma segura e com a garantia da integridade das informações. Todo atendimento do centro cirúrgico será bem organizado, considerando toda a programação da agenda do hospital.

Dessa maneira, para que a rotina seja efetuada corretamente, é necessário que os horários de uso das salas e da disponibilidade do médico já tenham sido gerados, seguindo a disponibilidade cirúrgica.

Preparação da Sala Cirúrgica

A montagem da sala cirúrgica é uma atividade primordial e de responsabilidade da equipe de Enfermagem do Centro Cirúrgico. Toda a organização e o planejamento nesta atividade envolve o conhecimento do mapa cirúrgico, a dinâmica das cirurgias, os instrumentos utilizados e sua interface junto à Central de Material e Esterilização (CME).

O mapa cirúrgico irá possibilitar que a equipe saiba o nome e idade do paciente, o procedimento que será realizado, os integrantes da equipe médica, o horário, o tipo de convênio e outras observações de destaque que cada serviço dispõe no mapa.

A partir dessas informações, a sala deve estar preparada com os equipamentos básicos que a compõem e os materiais/instrumentais cirúrgicos necessários que serão usados em cada procedimento específico.

A montagem da sala cirúrgica inclui a disponibilização de insumos básicos como:

  • luvas estéreis;
  • luvas de procedimentos;
  • agulhas;
  • seringas;
  • equipos;
  • escovas para degermação;
  • micropore e esparadrapo;
  • soluções antissépticas;
  • soros;
  • fios cirúrgicos;
  • manopla;
  • cubas;
  • recipientes para anatomopatológico;
  • compressas estéreis;
  • lap e aventais estéreis;
  • por fim, instrumentais e dispositivos médicos específicos de acordo com cada cirurgia;
  • Além de toda a montagem, após o término de cada cirurgia, é necessário que a sala seja organizada novamente, seguindo o mapa cirúrgico, para o próximo procedimento, executando ações como a limpeza e descontaminação da sala, pensando na segurança do paciente.

Benefícios do Mapa Cirúrgico

  • Organização e mais facilidade de realizar tarefas;
  • Mais rapidez na hora de preparar as salas cirúrgicas, identificar novos procedimentos e como lidar com as individualidades de cada paciente;
  • Identificação prévia dos riscos existentes no ambiente hospitalar e quais são os riscos que podem expor a equipe e o paciente;
  • Conscientização sobre o uso adequados das medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual;
  • Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de profissionais e danos a qualquer tipo de paciente;
  • Facilitação da gestão de saúde e segurança na cirurgia, com o aumento da segurança interna e externa;
  • Melhor clima organizacional, maior produtividade e chances de resultados assertivos.

Referência:

  1. FERREIRA, Maria de Jesus Veríssimo et al.. CONSTRUÇÃO DE UM MAPA CIRÚRGICO: FERRAMENTA DE QUALIDADE NA SEGURANÇA DO PACIENTE.. In: Anais da 15ª Jornada Norte Nordeste de Centro Cirúrgico e Central e Esterilização. Anais…Fortaleza(CE) Ponta Mar Hotel, 2019. Disponível em: <https//www.even3.com.br/anais/15jnnccce/129310-CONSTRUCAO-DE-UM-MAPA-CIRURGICO–FERRAMENTA-DE-QUALIDADE-NA-SEGURANCA-DO-PACIENTE>. 

Amigdalectomia

A Amigdalectomia ou Tonsilectomia é o procedimento realizado para a remoção das amígdalas.

Pode ser realizada como procedimento isolado, ou combinada a outros procedimentos como a retirada da adenoide (adenoidectomia), a cauterização de cornetos ou a colocação de tubos de ventilação.

Ao contrário do que você possa imaginar, a retirada das amígdalas não causa queda na imunidade, já que existem outros componentes do nosso corpo responsáveis pelo fortalecimento do sistema imunológico.

Indicações

  • mais de sete episódios de dor ou inflamação da garganta por ano;
  • mais de cinco episódios de dor ou inflamação da garganta por ano, durante dois anos consecutivos;
  • três episódios de dor ou inchaço da garganta ao ano durante três anos seguidos;
  • aumento no tamanho das amígdalas.

É importante destacar que o procedimento também possui contra-indicações. Pacientes que estão com alterações dos fatores de coagulação e processos inflamatórios ou infecciosos ativos nas vias aéreas superiores, ou sofrem com anemias moderadas e graves não devem se submeter à cirurgia sem a correção prévia do problema.

Como é realizado?

A amigdalectomia é um procedimento considerado bastante rápido e simples. Para retirar as amígdalas, o cirurgião responsável insere uma espécie de pinça pela própria boca do paciente e realiza uma pequena incisão na borda anterior da amígdala para removê-la por completo.

Após a retirada, o cirurgião utiliza eletrocautério e pontos para controlar possíveis sangramentos na região. Os pontos caem espontaneamente cerca de uma semana após o procedimento, não sendo necessário retirá-los em consultório. A cirurgia é realizada sob anestesia geral, possui duração média entre 30 minutos e 1 hora e é considerada bastante simples e segura.

Cuidados Pós Cirúrgicos

  • Alimentação: após a cirurgia, engolir pode ser bem incômodo e, por isso, a alimentação deve ser restrita. Nos três primeiros dias, os alimentos devem ser líquidos, pastosos e frios. Uma boa opção, principalmente para as crianças, é tomar sorvetes e sucos gelados, por exemplo;
  • Repouso: na primeira semana, o paciente deve ficar em repouso, evitando qualquer tipo de esforço. Atividades físicas só estão liberadas cerca de 30 dias após o procedimento, podendo variar para mais ou para menos dependendo da recomendação médica para cada caso;
  • Higienização bucal: a escovação da parte posterior da garganta deve ser realizada com muito cuidado, a fim de evitar que a escova de dente entre em contato com a região em processo de cicatrização. Bochechos e gargarejos devem ser evitados durante a primeira semana pós-cirurgia.

Além disso, vale ressaltar que infecções e dores de garganta são comuns nos primeiros dias após a cirurgia. Nesses casos, o médico pode orientar o paciente a fazer uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controlar os sintomas.

Referências:

  1. CDO (Centro de Diagnóstico Otorrinolaringológico)

Nefropexia: O “Rim Caído”

Uma anormalidade nos posicionamento dos rins, como por exemplo, a Ptose Renal (ou Rim Caído),  tem como indicação a correção anatômica através do procedimento de Nefropexia.

Como é feito a Nefropexia?

É feito a fixação cirúrgica do rim na parede posterolateral da cavidade retroperitoneal, podendo ser realizada através da videolaparoscopia, uma técnica inovadora, com tempo operatório médio em torno de até sessenta minutos e permanência hospitalar de apenas um dia.

Graças a este procedimento minimamente invasivo, os pacientes apresentam completo restabelecimento em tempo bastante curto, retornando rapidamente às suas atividades profissionais.

Cuidados de Enfermagem

  • Preparar o paciente para a cirurgia, com informações a respeito da rotina da sala de cirurgia, administrar antibióticos para a limpeza intestinal;
  • Avaliar os fatores de risco para a tromboembolia (como fumo, uso de anticoncepcionais orais, varizes nas extremidades inferiorres), e aplicar meias elásticas, se prescrito;
  • Rever os exercícios com a perna e fornecer informações a respeito das meias compressivas que serão utilizadas no pós-operatório;
  • Avaliar o estado pulmonar (como a presença de dispneia, tosse produtiva, outros sintomas cardíacos relacionados) e ensinar os exercícios de respiração profunda, tosse eficaz e o uso de espirômetro de incentivo.

Referência:

  1. https://treat-simply.com/pt/records/3645

Mesa de Mayo: Para que serve?


A Mesa de Mayo às vezes chamada de mesa cirúrgica, é uma mesa auxiliar localizada dentro da sala de cirurgia, e em setores de assistência na qual estão dispostos todos os instrumentos cirúrgicos necessários à um procedimento.

Geralmente, o material com o qual a mesa Mayo é construída é aço inoxidável e tem uma superfície plana e uma perna com rodas para que possa ser facilmente movida conforme necessário.

Por que esse nome, Mayo?

A mesa cirúrgica foi inventada pelos irmãos William Mayo e Charles Mayo, filhos do médico William Worrall Mayo, fundador da prestigiosa Mayo Clinic em Minnesota, Estados Unidos.

Os dois irmãos, ambos cirurgiões, substituíram a Clínica Mayo do pai e introduziram várias inovações no campo da cirurgia, sendo a mesa de mayo cirúrgica uma delas.

A Real Finalidade da Mesa de Mayo

É utilizada para colocar todos os instrumentos cirúrgicos de que o cirurgião precisará imediatamente para realizar uma procedimento. Tendo como objetivo ter todo o material cirúrgico em mãos para dar continuidade aos horários específicos da intervenção de acordo com as manobras do cirurgião. Dessa forma, o instrumentador não perde tempo procurando o material que o cirurgião solicita durante a cirurgia.

Em setores assistenciais (enfermarias, UTIs, ambulatórios), a Mesa de Mayo serve para auxiliar procedimentos corriqueiros de enfermagem, como sondagens, cateterismos, até procedimentos julgados pequenos, como traqueostomia, drenagem torácica.

Existem Mesas de Mayos que podem ser utilizados para as refeições, já que se encaixam no leito hospitalar, proporcionando conforto ao paciente.

Onde as Mesas de Mayo são colocadas, durante um procedimento cirúrgico?

Durante a cirurgia, são utilizadas mais duas mesas além da mesa de Mayo: a mesa de rins(mesa de riñón ou mesa circular) e a mesa de instrumentos cirúrgicos.

A localização da mesa do instrumental cirúrgico é de extrema importância para o correto desenvolvimento da cirurgia. Deve ser colocado em um local que permita ao instrumentador visualizar os movimentos e indicações do cirurgião a todo momento.

O instrumentador deve acompanhar o desenvolvimento da cirurgia em todos os momentos e se antecipar às necessidades do cirurgião e de sua equipe, que geralmente se posicionam do lado direito para realizar as intervenções.

A mesa de Mayo, por conter os instrumentos de que o cirurgião vai precisar imediatamente, é colocada sobre o paciente sem entrar em contato com ele, graças ao seu único pé que fica de um lado da mesa.

Como é montado a Mesa de Mayo?

Existem duas técnicas para montar a mesa instrumental de Mayo . Antes de prosseguir, o instrumentador deve usar uma capote e luvas estéreis. Em uma delas, ele usa uma longo campo duplo de tecido, semelhante às usadas em travesseiros, e sobre ela é colocada uma bandeja esterilizada.

A outra opção é colocar uma bandeja que já está dentro da tampa. Para isso, retrai-se da tampa, que vem com uma grande dobra por onde são inseridas as mãos que devem segurar a bandeja, e desliza-a junto à tampa até cobrir a mesa.

Como os instrumentos cirúrgicos são preparados na mesa?

O instrumentador é responsável pela disposição dos instrumentos na mesa auxiliar cirúrgica, devendo fazê-lo levando em consideração a ordem em que serão necessários e os tempos de operação. Para fazer isso, execute uma divisão da tabela de mayo.

  • Metade posterior: nesta parte da mesa, coloque os instrumentos necessários para corte, hemostasia, tração e sutura.
  • Metade anterior: nesta parte, coloque os instrumentos necessários para dissecção e separação.