Hipolipemiantes e os Cuidados de Enfermagem

Os Hipolipemiantes são os fármacos usados no tratamento das dislipidemias, e principalmente no controle dos níveis colesterol.

Os altos níveis de colesterol (hipercolesterolemia) aceleram a aterosclerose, que leva no limite ao infarto do miocárdio e aos acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Classe dos Hipolipemiantes

Estatinas

Inibem a formação de colesterol de novo no fígado mas não afetam o colesterol ingerido. Medicamentos: Sinvastatina, Atorvastatina, Rosuvastatina, Lovastatina, Pravastatina, Fluvastatina.

Fibratos

Fármacos que diminuem modestamente o chamado mau colesterol (LDL) e atuam também na redução dos níveis séricos de triglicerídeos. Medicamentos: Fenofibrato, Gemfibrozilo.

Sequestradores de ácidos biliares

Substâncias resinoides, tais como Colestipol e Colestiramina, que impedem a reabsorção dos ácidos biliares, os quais são formados no fígado a partir de colesterol. Não podendo reabsorvê-los, mais colesterol é gasto a formá-los a cada ciclo nutritivo (e, pois, a cada refeição). Além disso, essas resinas são importantes na absorção dos lípidos. Medicamentos: Ezetimiba, Niacina.

Cuidados de Enfermagem

As Estatinas de semivida curta (sinvastatina, lovastatina, fluvastatina de libertação imediata e pravastatina) – A biossíntese do colesterol varia durante o dia, alcançando um pico máximo entre a meia noite e as 5 – 6 h da manhã.

Por isso, tipicamente, é recomendado que estas sejam administradas à noite, o que é apoiado pela maioria dos dados.

Se tomadas duas vezes ao dia a administração será de manhã e à noite. Os alimentos aumentam a absorção da lovastatina, devendo ser administrada ao jantar.

Apesar da semivida curta, algumas fontes indicam que a pravastatina pode ser administrada a qualquer momento do dia. Contudo, em alguns estudos a toma noturna é mais efetiva.

As Estatinas de semivida longa (atorvastatina, pitavastatina, rosuvastatina e fluvastatina de libertação prolongada) – Podem ser administradas a qualquer momento do dia.

Neste caso, parece apropriado permitir ao doente a escolha do tempo de administração, importante fator para favorecer a adesão à terapêutica, especialmente no caso de polimedicados.

Referências:

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