Cateterismo Vesical de Demora

sonda vesical

Sonda vesical ou cateter urinário é um tubo de látex, poliuretano ou silicone inserido na uretra até a bexiga para coletar urina para exames ou para injetar substâncias no tratamento de uma cistite (bexiga inflamada). Conforme a RESOLUÇÃO COFEN Nº 0450/2013, o cateterismo passou a ser realizado por um enfermeiro.

As Pontas Distais

A utilização dos diversos cateteres com pontas distintas irá depender da patologia que o paciente apresenta, e também sua característica física. Algumas delas são inseridas somente em procedimento cirúrgico.

O Cateter ou Sonda de Foley

Existem vários tipos de cateter urinário, portanto, estamos abordando sobre o Cateter Foley ou também chamado de Sonda permanente.

A sonda é mantida no lugar por um balão inflado com água. É indicado para condições que afeta os nervos que controlam a bexiga como: espinha bífida, esclerose múltipla, acidente vascular cerebral ou lesão medular. Também é indicada para doenças crônica debilitante ou terminais com perda de mobilidade ou consciência que impedem usar o banheiro ou um instrumento de coleta.

Esse tipo de cateterismo é muito utilizado a nível hospitalar, em uma gama de procedimentos, incluindo: Obtenção de urina asséptica para exames; esvaziamento da bexiga em pacientes com retenção urinária; preparação cirúrgica e pós-cirurgia; em pacientes com bexiga neurogênica.

Para que é indicado?

As razões pelas quais alguém pode não ser capaz de urinar por conta própria incluem:

  • Fluxo de urina bloqueado por cálculos renais, coágulos de sangue na urina ou hipertrofia da próstata;
  • Cirurgia da próstata;
  • Cirurgia na área genital, como um reparo de fratura de quadril ou remoção de câncer pélvico;
  • Lesão dos nervos da bexiga;
  • Lesão da medula espinal;
  • Condição que prejudica sua função mental, como a demência vascular;
  • Medicamentos que prejudicam a capacidade dos músculos da bexiga de contrair.

O Diâmetro do Cateter

Os diâmetros do cateter são dimensionados pela escala francesa do cateter (Fr), sendo que cada Fr equivale 0.33 mm. Os diâmetros existentes em um cateter urinário são 14Fr, 16Fr, 18Fr, 20Fr, 22Fr.

O clínico seleciona um tamanho grande o suficiente para permitir o fluxo livre de urina e para evitar vazamento de urina ao redor do cateter. Um tamanho maior é necessário quando a urina é espessa, sanguinolenta ou contém sedimentos. Cateteres maiores, no entanto, são mais propensos a danificar a uretra, tem maior risco de serem colonizados por bactérias e são mais difíceis de colocar.

As vias do Cateter

As sondas de duas vias possuem uma via para drenagem de diurese e outra para inflar o balonete. Nas sondas de três vias, a via restante é utilizada para irrigação da bexiga. Geralmente são utilizadas sondas calibrosas em pós-operatório de cirurgias urológicas, em casos de irrigação da bexiga, evitando dessa maneira coágulos indesejáveis.

Os Cateteres Urinários e suas complicações

– Agudas: Infecções urinárias sintomáticas associadas a curta permanência do cateter, podendo incluir quadros de hipertermia, pielonefrite aguda podendo o paciente evoluir para sepse e morte.

– Crônicas: urinárias sintomáticas associadas a longa permanência do cateter, incluindo obstrução do cateter, cálculos urinários, infecções peri urinárias localizadas, inflamações renais crônicas e após muitos anos, câncer de bexiga.

Cuidado com o Risco de Infecção!

A introdução de um cateter de permanência facilita o aporte de bactérias, levando a infecção do trato urinário.

Cuidados de Enfermagem no Procedimento de Introdução do Cateter Vesical de Demora

O Técnico de Enfermagem poderá auxiliar o Enfermeiro no procedimento da introdução do cateter, deixando os materiais à disposição:

– Gaze estéril;
– PVPI;
– Fita microporosa ou esparadrapo;
– Seringa de 20 ml ou 10 ml;
– agulha de 40×20;
– Ampola de AD 10 ml;
– Xilocaína gel;
– Coletor de urina estéril (sistema fechado);
– Sonda Foley com o tamanho pré estabelecido;
– Em homens : Uma seringa a mais para a lubrificação do canal urinário com a xilocaína.

O Procedimento

– Colocar o paciente em posição (mulher: ginecológica; homem: pernas estendidas);
– Posicionar biombo e foco de luz s/n;
– Lavar as mãos;
– Abrir o pacote de sondagem (cateterismo vesical) em uma mesa auxiliar com um campo estéril se possível ou sobre o leito, no sentido diagonal, colocando uma das pontas sob a região glútea, tomando cuidado para não contaminar o a embalagem interior estéril;
– Colocar PVPI na cuba redonda, que contém as bolas de gaze;
– Abrir a sonda e o resto do material sobre o campo (gaze, agulha, seringa);
– Mulher: colocar xylocaína na gaze
– Abrir a ampola de água e oferecer à quem está passando o cateter;
– O Enfermeiro deve calçar as luvas;
– O mesmo irá testar o Cuff da sonda (fazer o balão inflar);
– O mesmo irá aspirar 10 ml de água destilada sem tocar na ampola;
– O mesmo deve lubrificar 5 cm da sonda;
– No caso de homens: O Enfermeiro deve preparar a seringa com 10 ml de  xilocaína gel;
– O mesmo deve conectar a sonda ao coletor;
– O mesmo deve fazer a antissepsia:
Em  mulheres:  duas bolas de gaze entre a vulva e os grandes lábios, duas bolas de gaze entre os pequenos lábios, uma bola de gaze no meato urinário;
Em homens: afastar o prepúcio e expor a glande, fazer  antissepsia em movimentos circular ou, do meato em direção a  glande , elevar o pênis perpendicularmente ao corpo do paciente, injetar 10 ml de  xilocaína  gel no meato;
– O Enfermeiro irá realizar a introdução a sonda pré-conectada a um coletor de drenagem de sistema fechado, bem lubrificada por 5 cm a 7 cm no meato uretral, utilizando técnica asséptica estrita. Em caso de mulheres, se a urina não aparecer, verificar se a sonda não está na vagina. Se erroneamente posicionada, deixar a sonda na vagina como um marco indicando onde não inserir e introduzir outra sonda.
– Insuflar o balonete com água destilada (de acordo com os CC descritos na própria sonda), certificando-se de que a sonda está drenando adequadamente.
– Tracionar suavemente a sonda até sentir resistência.
– Fixar a sonda de demora, prendendo-a juntamente com o a bolsa de drenagem, na face interna da coxa em mulheres,  e em homens na região inguinal, supra púbica ou hipogástrica com esparadrapo do tipo antialérgico;
– Realizar a anotação da data inserida na bolsa coletora de urina;
– Secar a área e manter a paciente confortável;
– Lavar as mãos;
– Realizar anotação de enfermagem, assinar e carimbar;
– Manter o ambiente da paciente em ordem.

Para a Retirada do Cateter Vesical de Demora

O que irá precisar:

– Saco de lixo para conteúdos infectantes; luva de procedimento; seringa de 20 ml.

O que fazer?

– Verificar a bolsa coletora (volume, cor, aspecto da urina);
– Calçar luvas de procedimento;
– Aspirar o soro fisiológico ou AD do CUFF ou balão (mesmo volume que foi colocado);
– Retirar a sonda;
– Desprezar no lixo.

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