A hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exige cuidados criteriosos por ser um local que presta assistência a pacientes críticos. Trata-se de um ambiente ameaçador que pelo excesso de procedimento torna-se cansativo, o que faz da equipe de enfermagem seres mecânicos, que agem muitas vezes sem prestar uma assistência integral ao paciente.
A partir da idéia de que UTI é destinada ao cuidado de pacientes em estado crítico, pode-se conceituar este ambiente como um local constituído de uma infra-estrutura própria, contendo recursos materiais e humanos especializados para garantir uma prática contínua e, nesse cenário o enfermeiro é o líder da equipe de enfermagem que visa o restabelecimento das funções vitais do corpo de forma humanizada.
Partindo do pressuposto de que a UTI é um local preparado para prestar atendimento a pacientes graves, e que exigem cuidados de alta qualidade, emerge a necessidade de analisar os efeitos da musicoterapia como instrumento de humanização da assistência de enfermagem a pacientes hospitalizados em ambientes de tratamento intensivo.
Percebe-se então que cuidar em unidades críticas é um ato de amor, o qual está vinculado: a motivação, compromisso, postura, ética e moral, características pessoais, familiares e sociais. No entanto, humanizar é tornar-se humano, trabalhando tudo que há de mais doloroso na humanidade, a deterioração e a morte através de uma prática bela e acolhedora. Dessa forma percebe-se que a assistência humanizada vai além de cuidados com a enfermidade.
É uma atenção que avalia as necessidades gerais do paciente, dos familiares e da equipe de saúde, todos em busca de um melhor bem-estar . Nesse sentido a portaria nº. 3432/98 do Ministério da Saúde estabelece que o ambiente físico, a assistência prestada ao paciente e seus familiares, e o relacionamento da equipe de saúde com essas pessoas podem ser consideradas aspectos importantes para a humanização das UTI. Através dos princípios que norteiam a necessidade da humanização, a música é um método não farmacológico efetivo no controle da dor, pois permite a distração e é uma terapêutica que têm boa aceitação entre os pacientes. Com isso a enfermagem utiliza a música terapêutica de forma criteriosa como complemento no cuidado ao paciente, buscando restaurar o equilíbrio, o bem-estar e a consciência sobre o processo saúde-doença. Apesar de ser usada de forma criteriosa a musicoterapia é uma prática simples, sem efeitos colaterais indesejados que influência o paciente fisiológica, psicológica e emocionalmente durante o tratamento das mais diversas patologias, reduzindo consideravelmente a angustia e a ansiedade dentro da UTI.
O objetivo da musicoterapia é oferecer uma hospitalização mais humanizada, gerando assim uma melhor interatividade entre paciente, equipe de saúde e familiares. Frente as inúmeras discussões acerca da inserção da música na assistência de enfermagem, vale ressaltar que esta é uma atividade nova, que merece o desenvolvimento de pesquisas, a fim de melhorar os efeitos desta terapêutica e estabelecer critérios confiáveis de utilização proporcionando uma assistência humanizada e consequentemente de melhor qualidade aos pacientes. Diante da probabilidade da musicoterapia em contribuir para a re-estabilização do paciente sem o uso de terapias invasivas, e a importância de aprimorar os conhecimentos deste tratamento alternativo, questionamos a necessidade de identificar as vantagens da 3 música como terapia na evolução do paciente da UTI, além de verificar a capacidade da equipe de enfermagem em participar desta terapêutica.