Terapia por Frio

A terapia por frio é uma técnica milenar que consiste na aplicação de gelo ou água fria sobre a região lesionada ou com altas temperaturas do corpo. Esse método, além de muito simples, rápido e barato, é altamente efetivo na redução da hipertermia, edema, da dor e da inflamação.

A aplicação local de frio em camadas superficiais da pele através de bolsa térmica de gelo ou compressas úmidas.

Tem como objetivos:

  • Reduzir a temperatura corporal;
  • Promover anestesia local superficial;
  • Evitar/reduzir a formação de hematomas e de edemas, imediatamente após contusões;
  • Reduzir sangramentos superficiais pela vasoconstrição;
  • Aliviar a dor;
  • Desacelerar o processo inflamatório.

Indicações de Uso

  • Hipertermia;
  • Pequenos traumas, até 48 horas;
  • Pequenos sangramentos;
  • Pós-operatório imediato;
  • Clientes com dor;
  • Clientes com edema e hematoma.

Materiais a serem utilizados

  • Bolsa de gelo;
  • Biombo, se necessário;
  • Compressas;
  • Atadura crepe, se necessário;
  • Água gelada;
  • Gelo;
  • Tolha.

O procedimento

  1. Higienizar as mãos;
  2. Explicar o procedimento e a sua finalidade ao cliente e/ou acompanhante;
  3. Colocar gelo na bolsa sem ultrapassar 2/3 da sua capacidade;
  4. Retirar o ar da bolsa;
  5. Fechar firmemente;
  6. Verificar se não há vazamento;
  7. Proteger a bolsa com toalha;
  8. Colocar o biombo ao redor do leito, em caso de colocação da bolsa em local que exponha o cliente;
  9. Nos casos de redução de temperatura corporal, aplicar preferencialmente nas regiões fronto-temporal, axilar e inguinal bilateral procedendo a troca do local de aplicação a cada 20 minutos;
  10. Retirar a bolsa após o seu aquecimento;
  11.  Registrar no prontuário após o procedimento, constando a técnica utilizada, as características da pele antes e após a aplicação da terapia por frio e a presença de ocorrências adversas e as condutas tomadas.

Observações

  • Cuidado especial com pacientes inconscientes, pois eles não reclamam;
  • Independentemente a exposição da pele ao frio não deverá ultrapassar 20 minutos, pois a exposição prolongada pode causa queimaduras;
  • Está contra-indicado o uso de terapia por frio:
    •  À pacientes portadores de doença vascular periférica;
    • Áreas sem sensibilidade térmica (paresia e plegia);
    • Pacientes com vasoespasmo.

Referências:

  1. MAYOR, E. R. C.; MENDES, E. M. T.; Oliveira, K. R. de. Manual de procedimentos e assistência de enfermagem. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001.
  2. SOUZA, V. H. S. D.; MOZACHI, N.; O hospital: manual do ambiente hospitalar. Curitiba: Manual Real, 2009.
  3. STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos operacionais padrão em enfermagem. São Paulo: Atheneu,2014.
  4. VIANA, D. L. Boas práticas de enfermagem. São Caetano do Sul: Yendis, 2010

Terapia Nutricional

A terapia nutricional é a reunião de métodos terapêuticos utilizados para manter ou recuperar o estado nutricional do paciente. Ela tem capacidade de agir em pessoas com trauma, infecções, doenças em geral ou que acabaram de passar por um procedimento cirúrgico.

Seu principal objetivo é melhorar a situação nutricional do indivíduo, cuidando e evitando sua nutrição precária. Ela mantém os níveis de proteína no plasma sanguíneo e alimenta o tecido corporal, de modo a impedir a deficiência dos macro e micronutrientes.

A nutrição pode ser aplicada tanto por via oral, por meio de suplementos nutricionais, ou por um tubo alimentar, método denominado como Nutrição Enteral ou, quando o paciente não consegue ingerir pelo trato digestivo, o suporte alimentar pode ser introduzido por meio de um cateter intravenoso, colocado diretamente nas veias, forma essa chamada de Nutrição Parenteral.

A seleção do tipo de terapia nutricional ideal para o paciente dependerá muito do seu estado de saúde e necessidades. Por exemplo, uma pessoa que está sofrendo quimioterapia ou hemodiálise tem necessidades diferentes daquela que acabara de passar por um procedimento cirúrgico.

A princípio, o profissional responsável pela prescrição da terapia nutricional deverá seguir criteriosamente alguns passos para, então, definir corretamente a melhor opção para o paciente. São eles:

  • triagem nutricional;
  • análise nutricional do indivíduo desnutrido ou em risco nutricional;
  • determinação da necessidade nutricional;
  • indicação da Terapia Nutricional a ser introduzida;
  • monitoramento e acompanhamento;
  • avaliação da eficácia do procedimento por meio de indicadores de qualidade da Terapia Nutricional.

Benefícios

Garantir a qualidade da Terapia Nutricional é muito importante para assegurar a eficácia do procedimento que está sendo aplicado e, assim, garantir a recuperação dos pacientes.

Ao estabelecer a Terapia Nutricional adequada, é possível conferir melhoras na pessoa que está recebendo o procedimento. Conheça alguns dos seus principais resultados.

  • melhora na taxa de glicemia;
  • aumento nas taxas de proteínas séricas;
  • impedimento da formação de edemas;
  • manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico do paciente, o que impede a sua desidratação;
  • recuperação das células sanguíneas;
  • aumento da imunidade;
  • facilitação do ganho de peso e massa muscular etc.

Todos esses benefícios são significativos para manter a saúde do paciente. A terapia nutricional é indicada principalmente para os casos de:

  • obesidade,
  • idoso frágil com disfagia,
  • pacientes com câncer;
  • pré e pós-operatório;
  • indivíduos com insuficiência renal;
  • pancreatite;
  • síndrome do intestino curto, entre outros.

Como visto, a terapia nutricional é indicada para pessoas que sofrem por diversas enfermidades. Com ela, o sucesso da recuperação desses pacientes é muito mais rápido. A sua aplicação deve ser contínua e ascendente. Dessa forma, a qualidade da terapia é garantida.

Equipe multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)

A equipe multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN) é composta por médico coordenador, nutricionistas, enfermeira, fonoaudiólogas, farmacêutico e estagiária de enfermagem. O grupo trabalha para assegurar condições adequadas aos procedimentos de terapia nutricional, visando à manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente.

O propósito da atuação da EMTN é auxiliar os profissionais responsáveis pela assistência aos pacientes internados, na avaliação e administração de terapia enteral e parenteral, bem com na reabilitação e nas orientações ao paciente com disfagia orofaríngea.

Veja Também:

Os tipos de Dieta Enteral

Nutrição Enteral (NE)

Dietas Hospitalares

Nutrição Parenteral: As diferenças entre NPP e NPT

Nutrição Enteral: Sistemas Aberto e Fechado

A Nutrição Parenteral (NP)

Dietoterapia: Enteral e Parenteral

Conhecendo a Planta Física de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva)

A UTI é setor obrigatório em todo hospital, devendo ter uma área distinta com capacidade de leitos de 6% a 10 % do total de leitos existentes no hospital, sendo sua planta física composta de 9 a 10 m2 por leito, ter uma iluminação adequada com um gerador próprio, um ambiente climatizado, paredes laváveis, a unidades deve possuir uma visualização permanente dos pacientes e duas pias por unidade.

A Estrutura Física (Planta)

A Resolução – RDC 50, DE 21 de Fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

A localização deve ter uma área geográfica distinta dentro do hospital, permitir o fácil acesso aos elevadores de serviço e de emergência, centro cirúrgico, sala de recuperação pós-anestésica, unidade de emergência, unidades de intermediarias (semi-intensivas) e serviços de laboratório e radiologia.

Os números de leitos de uma UTI devem existir com no mínimo cinco leitos, com capacidade para cem ou mais leitos. Estabelecimentos especializados em cardiologia, cirurgia e emergência devem fazer calculo específicos.

Do ponto de vista funcional são oito a doze leitos por unidade. As disposições dos leitos podem ser em área comum ou em quarto fechados. No entanto ambas devem permitir uma observação continua do paciente.

Na área comum é indicada a separação dos leitos por divisórias laváveis de modo a proporcionar uma relativa privacidade aos pacientes.

Na unidade de quarto fechado devem ser dotadas de painéis de vidro para facilitar a observação. Nessa área é proporcionada uma maior privacidade, redução de ruídos e possibilidade de isolamento de pacientes infectados ou imunossuprimidos.

A despeito do projeto arquitetônico das UTI os problemas com o ruído e a iluminação brilhante tem se mantido um desafio. O ruído é risco ambiental que gera desconforto para o paciente.

As fontes de ruídos incluem equipamentos, alarmes, telefones, televisões e conversas da equipe, podendo haver uma diferença individual na percepção do ruído; portanto uma avaliação objetiva do ambiente deve ser realizada pela equipe.

De acordo com o Conselho Internacional de Ruído recomenda que os níveis de ruídos nas áreas de terapia intensiva dos hospitais não ultrapassem 45DB (A) durante o dia, 40DB (A) durante a noite e 20DB (A) durante a madrugada. No entanto na maioria dos hospitais esta entre 50 e 70 DB (A).

No ambiente hospitalar além da iluminação natural, usam-se luzes artificiais fluorescentes que criam um tipo de iluminação desconfortável e provoca fadiga visual e cefaleia, se desprotegido17. A luz brilhante pode permanecer por muitas horas na UTI, mesmo quando não há nenhum cuidado direto ao paciente.

A iluminação ideal não deve exceder 30 pévala (fc) durante o dia, durante a noite não deve exceder 6,5 fc e 19 fc para períodos escuros. A iluminação específica para procedimentos e atendimentos de urgência deve ser posicionada diretamente acima do paciente com pelo menos 150 fc.

O estresse criado pelo ruído e iluminação desnecessários será reduzido para o bem estar dos pacientes, já que no futuro o ambiente ideal de UTI terá janelas com vista natural.

As Unidades de Terapia Intensiva dispõe de equipamentos eletrônicos essenciais na manutenção da vida dos pacientes, utilizados na monitoração dos parâmetros fisiológicos ou como opção terapêuticas integrados ao sistema de gases.

Essas instalações devem ser integradas com a fonte de emergência que rapidamente assumem alimentação garantindo o suprimento ininterrupto. O número de tomadas sugerido é no mínimo 11 e no máximo 16 por leito, com voltagem de 110 e 220 volts e adequadamente aterradas.

As tomadas de cabeceira devem ser localizadas aproximadamente 90 com acima do piso, a unidade de dispor de tomadas para aparelhos de transportáveis distantes no máximo de 15 metros de cada leito.

O suprimento de gases e vácuo deve ser mantido por 24 horas, sendo recomendadas duas saídas de oxigênio por leito e uma de ar comprimido. As saídas devem ser apropriadas para cada gás evitando troca acidental. É preconizado dois pontos de vácuo por leito, porem recomenda-se três. O sistema de vácuo deve manter o mínimo de 290 mmHg e não deve fica abaixo de 194 mmHg. Também deve ser instalado um sistema de alarme para pressões altas e baixas de gases.

A fonte de água deve ser certificada, especialmente se forem realizadas hemodiálise. As instalações de pias e lavatórios devem estar próximas a entrada dos módulos dos pacientes ou entre cada dois leitos da UTI.

Os lavatórios devem ser largos e profundos para evitar respingos, com torneiras que dispensem o contato com as mãos. Em cada lavatório deve haver dispensador para sabão liquido também acionado sem o contato com as mãos e toalheiros para papeis descartáveis.

A renovação de ar em áreas critica é exigida no mínimo seis trocas de ar por hora, sendo duas com ar externo. As entradas de ar devem ser localizadas mais alto possíveis em relação ao piso e possuir filtros de grande eficiência.

O sistema de ar condicionado e aquecimento devem passar por filtragens apropriadas. A tomada de ara deve respeitar uma distancia mínima de oito metros de locais onde haja emanação de agentes infecciosos ou gases nocivos.

Nos quartos privativos das Unidades de Terapia Intensivas, a temperatura deve ser ajustada individualmente com variação entre 24 e 26 graus e umidade relativa do ar de 40% a 60%.

O atendimento as necessidades do paciente pela monitoração continua e estrutura adequada, é o selo de qualidade de todo cuidado crítico.

Quanto mais acolhedora a UTI para pacientes e familiares, mais aberto será o ambiente para uma cultura de cuidados e suporte favorável a recuperação. Um bom exemplo de como uma estrutura física e a função da UTI mudou em relação à ênfase de atender as necessidades dos pacientes e a família como unidade é a criação de um ambiente com o design mais acolhedor que encoraja a presença de membros das famílias, que deixam de ser apenas visitantes para ser peças importantes no bem estar do paciente.

Referências:

1- BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3432 de 12 de agosto de 1998. – DOU Nº 154. Estabelece critérios de classificação para as Unidades de Tratamento Intensivo – UTI.

2 – Saraiva CAS. Fatores físicos-ambientais e organizacionais em uma unidade de terapia intensiva neonatal: implicações para a saúde do recém-nascido. – Trabalho de conclusão do curso de mestrado profissionalizante em Engenharia. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2004.

3 – Knobel E.Terapia Intensiva: Enfermagem. São Paulo: Editora Atheneu, 2010.

4 – Paladini EP. Avaliação estratégica da qualidade. São Paulo: Atlas, 2002

5 – http://www.proarq.fau.ufrj.br/site/cadernos_proarq/cadernosproarq11.pdf

6- Madureira CR, Veiga K, Sant’ana AFM. Gerenciamento de tecnologia em terapia intensiva. Rev.latino-am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 6, p. 68-75, dezembro 2000.

7 – BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC N 50, de 21 de Fevereiro de 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde.

8 – BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária de Assistência à Saúde. Departamento de Normas Técnicas. Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Brasília, 1994. p.11-26.

9 – Knobel E, Kuhl SD. Organização e funcionamento das UTIs. In: Condutas no paciente grave. Knobel E. São Paulo, Atheneu, PP. 1315-32, 1998.

10 – Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Normas e Técnicas: Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, p 140, 1995.

11 – Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Organização e Desenvolvimento de Serviços de Saúde. Normas e Padrões de Construções e Instalações de Serviços de Saúde, p 25-87, 1987.

12- Toledo LC. Feitos para Curar – Arquitetura Hospitalar e Processo Projetual no Brasil. Editora ABDEH. 1edição.Rio de Janeiro, 2006.

13 – Fairman J, Lynaugh J. Critical Care Nursing: A History. Philadelphia, University of Pennsylvania Press, 1998.

14- Stchler JF: Creating healing environments in critical care units. Crit Care Nurs Q 24(3): 1-20, 2001.

15 – Fontaine DK, Prinkey Briggs L, et al: Designing humanistic critical care environments. Crit Care Nurs Q 24(3): 21-34, 2001.

16- GOMES, W. SOUZA, M. L. Evidência e interpretação em pesquisa: as relações entre qualidades e quantidades. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, n. 2, p. 313,2003.

17 – Morton P.G., Fontaine DK. Cuidados críticos de enfermagem: uma abordagem holística; [revisão técnica Ivone Evangelista Cabral; tradução Aline Vecchi… et al.] – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

18 – Jastremski CA: ICU bedside environment: A nursing perspective. Crit Care Clin 16 (4): 723-734, 2000.

19 – Azevedo AC. Avaliação de desempenho de serviços de Saúde Publica. 25 (1): 64-71, 1991.

20 – Cecílio LCDO. A modernização gerencial dos hospitais públicos: o difícil exercício da mudança. Rev Admin Publ 1997 maio-jun; 31(3) : 36-47.

21 – Gaidzinski RR. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares [tese] São Paulo: Escola de Enfermagem USP, 1998.

22- Gallo H. Efeitos da unidade de terapia intensiva sobre o enfermeiro. Cuidados Intensivos de Enfermagem – Uma Abordagem Holística. Guanabara Koogan 6 edição. Cap 10 p.99-109, 1997.

23- Castelli M, Lacerda DPD, Carvalho MHR. Enfermagem no CTPI. Pessoal e treinamento de Isabel Cristina Kowal/Olm Cunha & Rita de Cassia Pires Coli; cap 7 p. 67-73. São Paulo. Roca, 1998.

24 – Laselva CR, Moura Jr DF, Reis EAA. No alvo, o melhor profissional – seleção e treinamento. In: Bork: Enfermagem de excelência: da visão a ação. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, PP 151-66, 2003.

25 – NICOLA, Anair Lazzari and ANSELMI, Maria Luiza. Dimensionamento de pessoal de enfermagem em um hospital universitário. Rev. bras. enferm. [online]. 2005, vol.58, n.2, pp. 186-190. ISSN 0034-7167.

26 – Knobel E, Novaes MAFP, Bork AM. Humanização dos CTIs. In: Manual de condutas de pacientes graves. Atheneu, São Paulo, 1998.

27 – Knobel E, Novaes MAFP, Karam CH. Humanização do CTI: uma questão de qualidade. Experiência do CTI do Hospital Israelita Albert Einstein. In: Âmbito Hospitalar 118(2) : 19-27, 1999.

Hemolenta: Para que serve?

A Hemolenta é uma solução eletrolítica base para a composição da solução dialisante.

Após a aditivação obrigatória da solução de Hemolenta com agente tamponante (preferencialmente o bicarbonato), sódio e cálcio (e se necessário, cloreto, magnésio, potássio e/ou glicose), esta solução deve ser utilizada em procedimentos de hemodiálise veno-venosa contínua (CVVHD).

Indicações de uso

Esta terapia é indicada para pacientes com lesão renal aguda, que estão hemodinamicamente instáveis (pacientes acidentados/traumatizados) e não toleram/suportam a hemodiálise convencional, devido ao quadro de hipotensão arterial acentuada e com a necessidade de remoção de grandes quantidades de líquidos em excesso, compostos nitrogenados (ureia e creatinina) e potássio de forma lenta.

Como funciona?

A hemodiálise é um procedimento para a remoção de produtos nitrogenados resultantes do catabolismo proteico, de substâncias tóxicas e seus metabólitos, os quais são normalmente excretados pelos rins e pode ser utilizada para auxiliar na regulação dos fluidos e certos distúrbios eletrolíticos.

A hemodiálise veno-venosa contínua é um tipo de terapia de substituição renal contínua, recomendada para pacientes hemodinamicamente instáveis ou em quadro de choque instalado.

Para a utilização da solução dialisante nos procedimentos de hemodiálise veno-venosa contínua (CVVHD) é obrigatória a presença do agente tamponante (preferencialmente o bicarbonato) e dos íons sódio, cloreto e magnésio.

Sendo assim, é recomendada a aditivação da solução de Hemolenta (imediatamente antes do uso) com agente tamponante (bicarbonato), sódio e cálcio (ex: solução de bicarbonato de sódio a 3%, 8,4% e 10% e solução de gluconato de cálcio a 10%), porém sempre de acordo com a prescrição do médico especialista, de modo que a concentração final da solução dialisante esteja dentro da especificação recomendada, isto é, em concentrações similares aos níveis plasmáticos fisiológicos.

Se necessário, o médico especialista poderá prescrever a adição de cloreto, magnésio, potássio e/ou glicose à solução de Hemolenta, de acordo com o estado clínico de cada paciente, entretanto, não é uma condição obrigatória para todos os casos.

A solução dialisante (Hemolenta após aditivação) deve funcionar como uma extensão temporária do fluido extracelular do paciente, possibilitando a depuração e a manutenção do equilíbrio iônico do sangue.

Cuidados com a Hemolenta

  • Antes de ser administrado, inspecionar o produto visualmente observando a presença de partículas, turvação, filamentos na solução, fissuras ou violações na embalagem primária.
  • Ao retirar o lacre, antes da inserção do equipo, comprimir a embalagem primária com firmeza observando se ela está íntegra.
  • Em caso de ruptura ou vazamentos, não utilizar. Após aberto, usar imediatamente devido caráter estéril do medicamento.
  • Após aberto e/ou posteriormente à aditivação, este medicamento deve ser utilizado imediatamente e não deve ser armazenado.
  • Hemolenta é uma solução eletrolítica base para a composição da solução dialisante, estéril e apirogênica.
  • Após a sua aditivação obrigatória com agente tamponante (preferencialmente o bicarbonato), sódio e cálcio (e se necessário, cloreto, magnésio, potássio e/ou glicose), esta solução deve ser utilizada em condições assépticas apenas por profissionais médicos especializados em procedimentos de hemodiálise veno-venosa contínua (CVVHD).
  • A concentração do agente tamponante (bicarbonato), sódio e cálcio a ser adicionada à solução de Hemolenta, além da concentração de cloreto, magnésio, potássio e/ou glicose a serem adicionados (se necessário), ficará à critério do médico especialista de acordo com o estado clínico de cada paciente, considerando a especificação final da solução dialisante.

Referências:

  1. Eurofarma

Terapia de Reidratação Oral (TRO)

terapia de reidratação oral (TRO) é um tipo de reposição fluida usado para prevenir e tratar desidratação, especialmente devido à diarreia.

Envolve beber água com quantidades modestas de açúcar e sais, especificamente [sódio] e potássio. A terapia de reidratação oral também pode ser dada por sonda nasogástrica.

Reposição de água e eletrólitos por via oral, para crianças ou adultos em situações de perdas de grandes volumes de líquidos em curto espaço de tempo realizado em serviços de saúde e no ambiente domiciliar.

A reidratação oral é um passo muito importante no tratamento dos vômitos e da diarreia, já que evita a desidratação, que pode ter consequências graves para o organismo.

Importância

Diminui a mortalidade de crianças por distúrbios eletrolíticos (60% das crianças morrem por desidratação), sendo mais acessível que a Reidratação EV, possui menos riscos e é mais barata.

Objetivo

Tem por objetivo corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico pela reidratação, manter e recuperar o estado nutricional. Essa terapêutica é feita com os sais de reidratação, (SRO) que são distribuídos pela OMS ou os fabricados pela indústria farmacêutica.

Vantagens

  • Mais segura;
  • Menos dolorosa;
  • Mais eficaz;
  • De fácil aplicação;
  • Menor custo;
  • Favorece realimentação precoce.

Referências:

  1. CARMO LF ET AL.. Concentração de sódio e glicose em soro de reidratação oral preparado por Agentes Comunitários de Saúde. 2010. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/csc/v17n2/a17v17n2.pdf >;
  2. SENA, Lauro Virgílio. Avaliação do conhecimento de mães sobre terapia de reidratação oral e concentração de sódio em soluções sal-açúcar de preparo domiciliar. Jornal de Pediatria . Vol.77. 6.ed; 2001

O que é a Lock Terapia?

A maioria dos pacientes em terapia dialítica que fazem a infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter (ICSRC) são tratados ambulatoriamente, com bons resultados.

Hospitalização só é necessária em caso de sepse severa e infecção a distância.

A maioria das infecções destes pacientes são causadas por Staphylococci coagulase negativo ou S. aureus, portanto a seleção do antimicrobiano deverá considerar drogas que possam ser administradas após cada sessão de hemodiálise (vancomicina, ceftazidima, cefazolina) ou antimicrobianos que não são dialisados (ceftriaxone).

A Lock Terapia, Terapia de Bloqueio ou “Antibiotic Lock Theraphy” é um procedimento onde a droga escolhida é combinada com heparina e instilada dentro de cada lúmen do cateter ao final da sessão de diálise.

Em detalhes, é usada em conjunto com terapia sistêmica, e consiste em instilar altas concentrações do antimicrobiano desejado (de acordo com o microorganismo envolvido) no lúmen do dispositivo.

Indicações da Terapia

Está indicado para pacientes com ICSRC envolvendo cateteres de longa permanência que não tenham sinais de infecção em seu sítio de inserção ou túnel, para os quais a manutenção do cateter é o objetivo.

  • Paciente com estabilidade clínica e hemodinâmica;
  • (Infecção Primária de Corrente Sanguínea-) IPCS-CVC por Staphylococcus Coagulase Negativa (SCN), Bacilos Gram Negativos (BGN) ou Enterococcus sp sensíveis a vancomicina.

Como a maioria das infecções de cateter de longa permanência ou totalmente implantável são intraluminais, a erradicação do agente infeccioso pode ser feita com o preenchimento da luz do dispositivo por solução com doses supraterapêuticas do antimicrobiano, retendo-a por horas ou dias.

Tempo de Terapia

A duração da terapia varia de 3 a 30 dias entre os estudos, porém a maioria dos autores advoga um período de 2 semanas de utilização.

Alguns Cuidados

  • Idealmente deve ser preparado por farmacêutico imediatamente antes da sua administração, ou, na impossibilidade desse profissional, uma enfermeira;
  • Na hora da administração, retirar a solução antiga de lock antes de infundir a nova;
  • Coletar hemoculturas de controle nos momentos de troca da lock terapia antimicrobiana → se em qualquer momento durante o tratamento a hemocultura voltar a positivar ou permanecer positiva, considera-se falha terapêutica e programa-se a retirada do cateter;
  • Devem ser monitorados quanto a sua evolução clínica e novas hemoculturas;
  • A lock terapia deve ser suspensa e o cateter retirado se houver descompensação clínica (evolução para infecção sistêmica apesar do tratamento) ou evidência de persistência da infecção (hemoculturas persistentemente positivas).

Referências:

  1. Mermel LA, Farr BM, Sherertz RJ, et al. Guidelines for the management of intravascular catheter-related infections. Clin Infect Dis 2001; 32:1249–72.
  2. Field MJ, Lohr KN, eds. Institute of Medicine Committee to Advise the Public Health Service on Clinical Practice Guidelines. Clinical practice guidelines: directions for a new program. Washington, DC: National Academy Press, 1990.

Administração “In Bolus” ou “Push” de Medicamentos: O que é?

Na Terapia Medicamentosa, a administração in bolus ou push é importante, quando referimos ao tempo de administração e o efeito quase que imediato de um certo medicamento.

Segundo Ritschel* (1992), qualquer administração com tempo superior a 1 minuto é denominada infusão. Quando inferior a 1 minuto chama-se push (ou bolus).

Portanto, Bolus refere-se à administração de uma medicação, com objetivo de aumentar rapidamente a sua concentração no sangue para um nível eficaz. A administração pode ser efetuada por via intravenosa, via intramuscularsubcutânea ou intraretal.

Bombas de Infusão também possuem Sistema In Bolus!

Algumas marcas de bombas de infusão possuem programações para administração de medicamentos in bolus em casos de drogas controladas, que necessitam de controle rigoroso.

Mas em algumas situações o médico pode solicitar que seja feita, por exemplo, uma dosagem bolus de um sedativo em um paciente que já está recebendo este medicamento por via de bomba de infusão, que seja programa na própria bomba sem necessitar administrar com seringas.

Portanto, deve-se também atentar ao fluxo de infusão e o tempo que o médico solicita a administrar estes bolus nas bombas, o que geralmente é programado padrão pelos fabricantes a 1200ml/h , podendo ser alterado posteriormente juntamente com o tempo de infusão pelo plantonista.

O que devo me atentar quanto a administração in bolus?

Devemos nos atentar quanto a:

  • Ocorrência de potenciais efeitos colaterais dos medicamentos;
  • Desconforto no local da infusão o mais rapidamente possível;
  • Obtenção de todos os sinais vitais necessários.

Como eu administro um medicamento in bolus?

Devo primeiramente separar e estar em mãos os materiais necessários para este procedimento:

  • Relógio com ponteiros de segundos;
  • Prescrição do paciente;
  • Luvas de procedimentos;
  • Chumaço de algodão com antisséptico;
  • Medicação em frasco ou ampola;
  • Fluido para diluição, se necessário;
  • Seringa para a preparação de medicamentos;
  • Solução de soro fisiológico a 0,9% para lavagem ou fluido.

E então:

  1. Faça a higiene das mãos. Prepare a medicação prescrita a partir do frasco ou ampola usando técnicas assépticas. Verifique o rótulo da medicação com a prescrição, cuidadosamente por duas vezes;
  2. Leve o(s) medicamento(s) ao paciente no horário estipulado, de forma imediata, sem demora;
  3. Identifique o paciente;
  4. Compare os dados do paciente com a prescrição médica (se caso necessário dupla checagem com medicamentos MAV);
  5. Explique o procedimento ao paciente. Encoraje-o a relatar qualquer sinal de desconforto;
  6. Calce as luvas;
  7. Administre a medicação por bolus: limpe a porta da injeção com chumaço de algodão, antisséptico e deixe secar; conecte a seringa; puxe suavemente para trás o êmbolo da seringa para aspirar o retorno de sangue; injete a medicação dentro do tempo recomendado (use o relógio para marcar o tempo de administração); retire a seringa; conecte a seringa com a solução salina na porta da injeção ou fluido, conforme a prescrição médica;
  8. Descarte corretamente o material utilizado;
  9. Realize a higiene das mãos.
  10. Relate na anotação de enfermagem a administração ou recusa do medicamento, e possíveis sinais de reações adversas após a infusão.

Lembrando sempre, que:

  • Observe o paciente para reações adversas durante a administração do(s) medicamento(s) e vários minutos após;
  • Relate qualquer efeito adverso imediatamente ao profissional de saúde responsável pelo paciente, uma vez que esses efeitos podem ser fatais;
  • Registre medicação, dose, hora, data, via de administração e resposta do paciente à medicação nos registros de enfermagem.

Veja também:

O que é “Flushing” em um Cateter?

O que é “Salinizar” um Cateter?

As Soluções Parenterais de Pequeno Volume (SPPV) e a Padronização de Cores para a gravação nas embalagens primárias

Administração Segura de Medicamentos

Administração de Medicamentos em “Dripping”: O que é isso?

A Administração Segura de Medicamentos: O uso do protocolo

Referências:

  1. Life Med
  2. Samtronic
  3. B.Braun
  4. Fresenius-Kabi
  5. POP EBSERH “Administração de Medicamentos por via Endovenosa”, Hospital Universitário Lauro Wanderley
  6. * Wolfgang A. RitschelGregory L. KearnsAmerican Pharmaceutical Association

Inalação em Ventilação Mecânica: Como fazer?

Pacientes com doenças pulmonares obstrutivas frequentemente necessitam de suporte ventilatório através de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva, dependendo da gravidade da exacerbação.

O uso de bronco dilatadores inalatórios pode reduzir significativamente a resistência das vias aéreas, contribuindo para a melhora da mecânica respiratória e da sincronia do paciente com o respirador.

Mas, como fazer a inaloterapia em um paciente intubado ou traqueostomizado?

O que preciso para realizar uma inaloterapia em pacientes sob V.M?

  • 1 tubo T;
  • 1 conector universal 22 x 22 para acoplar ao tubo T;
  • 1 frasco/copo inalador simples;
  • 1 extensor para régua de gases.

Como é montado o sistema ao V.M?

  • Deve-se primeiramente deixar o tubo T com o conector universal previamente montados e reservados para o uso;
  • Montar o frasco inalador com a medicação prescrita pelo médico e deixá-lo reservado à bandeja;
  • Deixar previamente montado a extensão da inalação à régua de gases no leito do paciente (Oxigênio ou Ar Comprimido);
  • Conectar a extensão e o tubo T ao frasco inalador;
  • Ir ao paciente, já com todo o sistema montado, remover o filtro e conectar o sistema de inalação juntamente ao circuito ventilatório (conector Y);
  • Evitar assincronia de disparo do ciclo inspiratório;
  • Sincronizar a administração com inspiração;
  • Quando usada uma fonte externa de fluxo, usar de 6 a 8 l/min

Muitos pacientes com DPOC necessitam suporte ventilatório com VM invasiva ou VNI. A oferta das drogas inalatórias nesse contexto é complexa. Múltiplos são os fatores que influenciam a eficácia dos broncodilatadores quando administrados em VM. Para uma melhor efetividade da droga, recomenda-se a prescrição da dose adequada para a via inalatória, na apresentação conforme sua disponibilidade.

É importante atentar para as medidas que podem melhorar a eficácia das medicações, como o uso de espaçador, a sincronia do paciente, o intervalo adequado entre as doses e o ajuste dos parâmetros ventilatórios durante a administração.

Referência:
  1. Terapia inalatória em ventilação mecânica (ISSN 1806-3713© 2015 Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia J Bras Pneumol. 2015;41(5):467-472http://dx.doi.org/10.1590/S1806-37132015000000035

Cateteres Flexíveis: Fluxos de Infusão

Você certamente deve estar familiarizado para qual indicação cada Cateter Flexível, vulgo “Abocath” tem, para cada situação.

Mas você sabe ao certo a taxa de fluxo de cada um?

É importante levar em consideração essas informações ao escolher o calibre do Abocath a ser colocado no paciente!

Veja Também:

Terapia Intravenosa (TI) e suas Complicações

 

Os Cateteres Agulhados: “Scalp” ou “Butterfly”

Cateteres Flexíveis

 

Cateter Central Totalmente Implantado

 

Cateter Venoso Central (CVC)

 

Cateter Central de Inserção Periférica (PICC)

 

A Via de Administração Intratecal (IT)

 

Extensor Polifix Multivias

Hoje em dia são disponibilizados diversos dispositivos essenciais no auxílio à terapia medicamentosa por via intravenosa.

E uma delas, é o extensor intermediário de duas ou quatro vias para administração de medicações parenterais compatíveis, que podem substituir em algumas situações, as tradicionais dânulas (three-way).

Chamadas de Extensores Polifix, Multivias Ou Extensores Valvulados, elas podem aumentar e prolongar as vias de infusão a partir de um único acesso venoso, permitindo infusões simultâneas de medicações compatíveis a partir de um único acesso venoso, Facilitando a mobilidade do paciente.

Alguns Cuidados de Enfermagem

  • O Extensor é de uso único e descartado, deve-se respeitar o tempo de uso através de protocolos de troca de dispositivos preconizados nos hospitais;
  • O Extensor deve ser trocado antes do prazo caso haja sujidades como grumos de sangue, medicamentoso, que possam obstruir toda a extensão do cateter;
  • Ao vencimento do prazo do Extensor, deve-se trocar o cateter intravenoso periférico flexível, para evitar a disseminação de infecção na corrente sanguínea;
  • Deve-se guardar as tampas em um local limpo e livre de contaminação para posterior uso;
  • Não deixar as vias de acesso dos extensores que não estão sendo infundidas no momento SEM AS TAMPAS!;
  • Em Extensores valvulados, devem ser feitas antissepsias com álcool 70% friccionando-as 3 vezes em movimentos rotativos, também serve no caso dos extensores com saída luer distal fêmea;
  • Caso haja perda das tampas, providenciar tampas valvuladas, caso não há disponibilidade, deve descartar a o extensor realizando uma nova troca;
  • Atentar ao rosqueamento do extensor com a via de acesso dos equipos, para evitar a desconexão acidental de todo o sistema;
  • Ao término de uma infusão, deve-se salinizar toda a extensão e clampear o extensor para que evite extravasamento de fluídos.

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O que é “Salinizar” um Cateter?

Torneira de 3 Vias: “Dânula” ou “Three-way”