Mastite e os cuidados de Enfermagem

Mastite é o nome dado a uma inflamação aguda que ocorre nas glândulas mamárias, que pode ou não evoluir para uma infecção.

Nas mulheres, essa inflamação geralmente se dá na fase do puerpério (período pós-parto), mas pode ocorrer em qualquer fase durante o período da amamentação. Essa inflamação é causada pela ação de vários microrganismos, sendo o Staphylococcus aureus o agente infeccioso em 50% dos casos.

Geralmente a mastite é acompanhada por fatores como ingurgitamento mamário (extração insuficiente de leite pelo bebê), obstrução dos ductos mamários, estresse, fadiga e fissura nos mamilos. Muitos especialistas acreditam que a forma errada com que a mãe segura o bebê no momento da amamentação seja a causa dos ferimentos nos mamilos e ingurgitamento mamário. Uma vez feridos, os mamilos se tornam uma porta de entrada para os microrganismos que podem causar a mastite.

Os sintomas da mastite são: regiões da mama endurecidas, vermelhidão, sensibilidade, dor e inchaço das mamas, seguidos por febre, calafrios, mal-estar, prostração e astenia.

Dependendo do grau da infecção, o médico especialista irá prescrever o tratamento mais adequado. Geralmente há a prescrição de massagens locais para estimular a produção de ocitocina e facilitar a fluidificação do leite. Seguida às massagens, a mãe deverá fazer a ordenha, ingerir muito líquido e manter repouso. Em alguns casos o médico pode prescrever o uso de antitérmicos, analgésicos e antibióticos compatíveis com a amamentação.

Os médicos recomendam que a mãe não pare de amamentar durante a mastite, mesmo se fizer o uso de algum medicamento prescrito. A presença de toxinas dos medicamentos no leite é mínima e não interfere na saúde do bebê. A interrupção das mamadas durante o tratamento pode levar à formação de abcessos, causando problemas psicofisiológicos para a mãe e para o bebê.

A melhor forma de evitar esse tipo de inflamação é segurar o bebê da maneira correta, para que ele consiga sugar maior quantidade de leite sem causar ferimentos nos mamilos, nem ingurgitamento mamário.

Sinais e Sintomas

  • Dor e sensação de febre no peito durante a amamentação (geralmente essa infecção só afeta um seio);
  • Desconforto ou dor na mama;
  • Inchaço do seio;
  • Sensação de febre no seio;
  • Vermelhidão na área afetada (com frequência em formado de meia-lua);
  • Sensação de cansaço ou fadiga;
  • Febre e calafrios.

Cuidados de Enfermagem

Materiais necessários:

  • Bomba para ordenha se necessário;
  • Compressas.
  1. Orientar a mãe a amamentar com maior frequência, iniciar o aleitamento pela mama afetada;
  2. Orientar a boa “pega” do bebê;
  3. Massagear o seio durante a amamentação, da área bloqueada em direção ao mamilo;
  4. Se haver alguma impossibilidade de amamentar, orientar ordenha manual ou utilizar a bomba para ordenha;
  5. Orientar nutrição e hidratação adequadas;
  6. Orientar o companheiro ou acompanhante quanto a importância de um período adequado de descanso da mãe;
  7. Oferecer suporte emocional;
  8. Aplicação de calor local, antes da amamentação, seja por banho morno ou compressas;
  9. Aplicação de compressas frias, após a amamentação ou ordenha, para aliviar a dor e o edema mamário;
  10. Antibioticoterapia e analgesia conforme prescrição médica.

Algumas observações:

  • A produção de leite pode estar afetada na mama comprometida, com diminuição do volume secretado durante vários dias;
  • O sabor do leite materno costuma alterar-se, tornando-se mais salgado, o que pode ocasionar rejeição do leite pela criança. Orienta-se a manutenção da amamentação, já que o esvaziamento adequado da mama, preferencialmente por intermédio de sucção pelo bebê, é o componente mais importante do tratamento;
  • Medidas de prevenção da mastite são as mesmas do ingurgitamento mamário, do bloqueio de ductos lactíferos e das fissuras, bem como seu manejo precoce antes de complicações mais graves.

Referências:

  1. ACADEMY OS BREASTFEEDING PROTOCOL COMITTEE (ABM). Clinical protocol: Mastitis. Breastfeeding Medicine, USA, v.3, n.3, p.177-180, 2014. In: VIDUEDO, A.F.S. Mastite lactacional: registro em evidências. Ribeirão Preto, 2014, p. 29.
  2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria sw Atebção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. v.4.: il. – ( Série A. Normas e Manuais Técnicas).
  3. __________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015. 184 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica ; n. 23. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf.
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