O Ataque Cardíaco: Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)

Ataque Cardíaco

O termo médico para ataque do coração mais conhecido é o Infarto do Miocárdio. Também pode ser chamado Enfarte do miocárdio, doença isquêmica do coração, obstrução das coronárias, crise cardíaca. No nosso meio, o termo mais usado é o infarto.

Mas o que é o Infarto do Miocárdio?

O infarto do miocárdio se dá quando o suprimento de sangue a uma parte do músculo cardíaco é reduzido ou cortado totalmente. Isso acontece quando uma artéria coronária está contraída ou obstruída, parcial ou totalmente.

Com a supressão total ou parcial da oferta de sangue ao músculo cardíaco, ele sofre uma injúria irreversível e, parando de funcionar, o que pode levar à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com conseqüências desde severas limitações da atividade física até a completa recuperação.

Há mais de 150 mil casos de IAM no Brasil. O infarto do miocárdio pode também acontecer em pessoas que têm as artérias coronárias normais. Isso acontece quando as coronárias apresentam um espasmo, contraindo-se violentamente e também produzindo um déficit parcial ou total de oferecimento de sangue ao músculo cardíaco irrigado pelo vaso contraído.

Esse tipo de espasmo também pode acontecer em vasos já comprometidos pela ateroesclerose.

Quais são os fatores de risco?

  • Idade: Os homens com 45 anos ou mais e as mulheres com 55 anos ao mais têm alto risco.
  • Fumo: A exposição prolongada à fumaça de outras pessoas confere a você um alto risco de doença cardiovascular.
  • Altos níveis de colesterol: Se você tem altos níveis de triglicerídeos e baixo HDL (lipoproteína de alta densidade), é provável que você tenha um risco maior de ataque cardíaco.
  • Diabetes, principalmente se não é tratado.
  • Histórico familiar de ataque cardíaco: Se alguém na sua família tem histórico de ataque cardíaco, você também poderá tê-lo.
  • Estilo de vida sedentário: Não ser ativo fisicamente leva a níveis altos de colesterol ruim que podem causar a formação de placas.
  • Obesidade: Se você perder 10% do seu peso corporal, também reduzirá seu risco de ataque cardíaco.
  • Estresse: Pesquisadores alemães descobriram que assim que quando se tem estresse, os níveis de glóbulos brancos aumentam. Eles, por sua vez, aumentam o risco de desenvolver aterosclerose e ruptura de placas.
  • Uso de drogas ilícitas: O uso de cocaína ou anfetaminas pode causar espasmo arterial coronariano.
  • Histórico de pré-eclâmpsia: Se você teve pressão alta durante a gravidez, seu risco de ter ataque cardíaco é alto.
  • Histórico de doença autoimune, como artrite reumatoide ou lúpus.

Se você tem algum desses fatores de risco, sugiro que você visite seu médico para mantê-lo protegido contra ataques cardíacos ou qualquer doença cardiovascular.

Sinais e sintomas de um ataque cardíaco

Algumas pessoas podem ter sintomas leves ou nenhum sintoma de ataque cardíaco – isso é chamado de ataque cardíaco silencioso. Acontece principalmente nas pessoas com diabetes.

Para evitar a morte prematura relacionada a doenças cardíacas, observe outros sintomas comuns desse problema fatal:

  • Dor no peito ou desconforto: Esse é o sintoma mais comum quando se tem um ataque cardíaco. Algumas pessoas podem ter uma dor aguda repentina, enquanto outras podem ter só uma leve dor. Isso pode durar alguns minutos ou algumas horas.
  • Desconforto na parte superior do corpo: Você pode sentir dor ou desconforto nos braços, costas, ombros, pescoço, mandíbula ou na parte superior do estômago.
  • Falta de ar: Algumas pessoas podem ter somente esse sintoma, ou pode acontecer juntamente com a dor no peito.
  • Suor frio, náusea, vômitos e tontura repentina: Esses sintomas são mais comuns entre as mulheres.
  • Cansaço incomum: Você pode se sentir cansado por motivos desconhecidos e às vezes isso pode durar vários dias.

As pessoas mais velhas que têm um ou mais desses sintomas normalmente os ignoram, pensando que são apenais sinais de envelhecimento. No entanto, se você sente um ou mais desses sintomas, peça para alguém chamar uma ambulância imediatamente.

Como evitar um ataque cardíaco?

A maioria das doenças cardiovasculares pode ser prevenida. Recomendo estas práticas de estilo de vida para ajudá-lo a evitar um ataque cardíaco ou doença cardíaca:

  • Tenha uma alimentação saudável;
  • Faça exercícios regularmente;
  • Pare de fumar;
  • Evite o consumo de álcool;
  • Sente-se o menos possível;
  • Melhore seus níveis de vitamina D;
  • Experimente andar de pés descalços;
  • Libere-se do estresse.

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O que é a Isquemia Cardíaca?

A isquemia cardíaca (IC) é caracterizada pela diminuição da passagem de sangue pelas artérias coronárias. Geralmente, é causada pela presença de placas de gordura em seu interior, que quando não são devidamente tratadas, podem romper e entupir o vaso, causando angina e infarto.

A isquemia cardíaca pode ser classificada como sendo:

ISQUEMIA CARDÍACA CRÔNICA

Caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura no interior das artérias, cujo principal sintoma é a dor no peito que surge inicialmente, durante esforços e, com o tempo, passa a surgir até mesmo em repouso;

ISQUEMIA CARDÍACA TRANSITÓRIA

Caracterizada pela dor no peito que surge quando o indivíduo encontra-se sob estresse emocional ou estresse físico, e diminui em repouso; Comum em mulheres jovens.

ISQUEMIA SILENCIOSA

Pode não gerar sintomas e afetar o indivíduo descansando, sentado, deitado ou dormindo. Geralmente é diagnosticado durante exames de rotina.

TRATAMENTO PARA ISQUEMIA CARDÍACA

O tratamento para isquemia cardíaca pode ser feito com a tomada de medicamentos como:

-Beta-bloqueadores para reduzir os batimentos cardíacos;

-Estatinas para redução das placas de gordura;

-Antiplaquetários para diminuir a formação de coágulos sanguíneos e o rompimento das placas de gordura;

-Nitratos que dilatam os vasos do coração.

Estes medicamentos só devem ser utilizados sob rigorosa orientação do médico cardiologista. Nos casos mais graves, quando a tomada de medicamentos não é suficiente o médico poderá indicar uma cirurgia.

Alguns fatores de risco como colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, diabetes, apneia do sono e crises de ansiedade, podem aumentar o risco de isquemia cardíaca e por isso, o controle de todos estes fatores é importante para o tratamento.

OPÇÕES CIRÚRGICAS

ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM OU SEM STENT

Indicada para doenças agudas, que acometem poucos vasos, vaso único ou vasos secundários, ou até mesmo em pacientes com alto risco para cirurgia aberta.

CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

Indicada para casos mais graves quando há uma grande obstrução da passagem sanguínea ou um acometimento de muitos vasos ou de vasos importantes. Utiliza as veias safenas e/ou as artérias mamárias como uma ponte, o que regulariza a passagem de sangue pelos vasos do coração. A cirurgia é delicada e o indivíduo poderá ficar internado no hospital por mais de 4 dias, dependendo da sua recuperação. É indicada a realização de fisioterapia ainda no hospital para reabilitação cardíaca precoce.

Sintomas da isquemia cardíaca

– Angina de peito: caracterizada por dor no peito que pode irradiar para nuca, queixo, ombros ou braços;

– Palpitações cardíacas;

– Pressão no peito;

– Falta de ar ou dificuldade para respirar;

– Enjoo;

– Palidez e suor frio;

No entanto, a isquemia cardíaca pode não apresentar sintomas sendo somente descoberta num exame de rotina ou quando gera um ataque cardíaco.

CAUSAS DA ISQUEMIA CARDÍACA

-Doença aterosclerótica : rompimento de placas que se formaram dentro dos vasos;

-Embolia coronariana;

-Lúpus eritematoso sistêmico;

-Poliarterite nodosa;

-Sífilis;

-Doença de Takayasu;

-Hipercoagulabilidade;

-Espasmo coronário;

-Hipertrofia ventricular esquerda;

-Estenose aórtica;

-Tireotoxicose;

-Diabetes mellitus;

-Uso de drogas como cocaína ou anfetaminas;

-Síndrome X.

A causa mais comum da isquemia cardíaca é a aterosclerose, e esta pode ser controlada através da prática regular de exercícios físicos, alimentação pobre em gorduras e açúcares e manutenção do peso ideal.

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Arterioesclerose Vs. Ateroesclerose: As diferenças

Arterioesclerose

Sendo um assunto em que muito é estudado em cursos de Enfermagem e cai bastante em provas, muitos tem feito confusão entre arteriosclerose e aterosclerose, mas essas duas doenças não são a mesma coisa.

A principal diferença é que a primeira, causa um endurecimento da artéria e a segunda um estreitamento dos vasos sanguíneos devido a placa.

Então vamos aprofundar um pouco mais.

ARTERIOESCLEROSE

Arteriosclerose é um termo genérico para o espessamento e perda da elasticidade das paredes arteriais. São reconhecidos três padrões de arteriosclerose; estes padrões variam em sua fisiopatologia e conseqüências clínicas e patológicas.

  • A aterosclerose, o padrão mais frequente e importante;
  • A esclerose medial calcificada de Mönckeberg é caracterizada por depósitos calcificados nas artérias musculares, e ocorre em indivíduos com idade superior a 50 anos. As calcificações visíveis, comumente palpáveis, não alcançam o lúmem dos vasos;
  • A arteriosclerose acomete as pequenas artérias e arteríolas. Há duas variantes anatômica, hialina e hiperplásica, ambas associadas ao espessamento das paredes vasculares com estreitamento do lúmem, podendo provocar lesão isquêmica nos vasos a jusante. Mais comumente associadas com hipertensão e diabetes melito.

GRUPO DE RISCO

O grupo mais acometido pelo problema são os homens com idade entre 50 e 70 anos, geralmente com altas taxas de colesterol e hipertensão, além de um estilo de vida sedentário e hábitos pouco saudáveis.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da arteriosclerose é feito por meio de um exame físico, acompanhado de palpação nos pulsos arteriais, além de exames de laboratório, ultrassonografia e arteriografia.

TRATAMENTO

O tratamento da doença envolve a mudança de hábitos, acompanhada de cuidados clínicos. Em alguns casos, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.

A prática regular de exercícios é uma das mudanças essenciais no tratamento e, também, uma forma de prevenção da doença. O movimento colabora para que haja um bom fluxo sanguíneo, além de potencializar a queima de gordura.

A alimentação equilibrada é outro ponto importante em relação à arteriosclerose.

ATEROESCLEROSE

Aterosclerose é caracterizada por lesões nos ateromas ou placas ateromatosas ou fibrogorduras, que invadem e obstruem o lúmem vascular e enfraquecem a média subjacente. Estas placas podem provocar sérias complicações.

É responsável por aproximadamente metade de todas as mortes que ocorrem no Ocidente. Dados epidemiológicos referentes à aterosclerose são geralmente apresentados na forma de frequência do número de mortes causadas por doença cardíaca isquêmica (cardiopatia isquêmica).

GRUPO E FATOR DE RISCO:

  • Diabetes;
  • Obesidade;
  • Fumantes;
  • Estresse;
  • Pressão alta;
  • Ingestão de alimentos gordurosos;
  • Falta de exercício físico;
  • Álcool em excesso;
  • Colesterol alto;

É claro que existem condições das quais não temos controle, que aumentam as chances de ter a doença:

  • Idade: pessoas acima dos 40 anos são mais suscetíveis.
  • Histórico familiar: casos de aterosclerose e doenças cardíacas na família.

DIAGNÓSTICO

Para confirmar a presença da doença o médico exigirá um diagnóstico baseado em testes. Porém, é preciso realizar uma avaliação do histórico do paciente e dos seus hábitos. Feito isso, o médico realizará o seguintes exames:

  • Exame físico: com a ajuda de estetoscóspio o médico ouvirá as artérias á procura de um sopro -barulho diferente- que indica a presença de placas. Também será analisado os membros do corpo, afetado.
  • Exame de sangue: através desse exame é possível descobrir os níves de glicose e gordura, se estiverem acima do normal há grandes chances da confirmação da doença.
  • Ultrasonografia: baseando-se nas imagens internas o médico analisará a mudança da pressão arterial o que indica um impedimento da passagem do fluxo.

TRATAMENTO

No caso de uma aterosclerose em desenvolvimento, pode ser prescrito medicamentos para redução da placa, remédios para diminuir o colesterol, derrames e pressão alta.

Um último recurso a ser usado em pacientes em estado grave é a cirurgia. A mais comum nesse caso é a angioplastia que basicamente provoca a expansão da artéria permitindo que o sangue volte a circular novamente.

Essas cirurgias também permitem a abertura de bloqueios ou a criação de outros caminhos para que o sangue possa fluir.

Vale ressaltar que a cirurgia envolve riscos e por isso são usadas em último caso.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM PACIENTES CARDIOPATAS

  • Repouso absoluto no leito evitando movimentos bruscos;
  • Oxigenioterapia (Constante, umidificado);
  • Verificar sinais vitais de 2 em 2 horas (observando alterações nos mesmos, arritmias ou choque cardiogênico);
  • Controle hídrico rigoroso (evitar sobrecarga cardíaca);
  • Prestar cuidados de higiene no leito;
  • Administrar medicamentos prescritos;
  • Manter ambiente tranqüilo;
  • Orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e assuntos desagradáveis;
  • Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipédica;
  • Orientar o paciente para a alta;
  • Evitar alimentos ricos em carboidratos e gorduras, bebidas alcoólicas, fumo e café;
  • Repouso relativo: nas 1º 8 -12 semanas, retomando gradativamente à vida normal;
  • Manter a tranqüilidade emocional, equilíbrio entre sono, repouso e atividades física evitando excessos;
  • Procurar o hospital se ocorrerem sintomas de recidiva;