Hidantalização: Já ouviu falar?

Pacientes com crises convulsivas são mais propensos a apresentar crises sucessivas, ou seja, durante várias vezes em vários períodos durante o dia.

Paciente que já está internado em UTI, que possa ter um histórico de epilepsia, pode estar sujeito a passar por processo de “hidantalização”, ou seja, o médico solicita uma solução de ataque de fenitoína baseado nos cálculos em cima do peso do paciente, com infusão lenta e endovenosa, em bomba de infusão, sempre monitorado e ser observado para quaisquer problemas como hipotensão e arritmia.

O Hidantal é um potente anti-convulsivante também usado como um auxiliar farmacológico nos casos crônicos de epilepsia.

Convulsão e os Primeiros Socorros

convulsão

A convulsão é um distúrbio no qual descargas elétricas anormais no cérebro fazem com que os músculos se contraiam e relaxem rapidamente de maneira desordenada. Muitas vezes, o indivíduo perde a consciência durante o processo. Costuma ser confundida com um ataque epiléptico, entretanto, pode ser causada por diversas condições desconhecidas ao paciente.

Os ataques convulsivos costumam durar entre 1 e 2 minutos, podendo chegar até 5 minutos. Quando acaba, o indivíduo muitas vezes nem lembra do que aconteceu e sofre com sensações desagradáveis como cansaço e confusão.

Os tipos de Manifestações

Existem mais de 40 tipos de convulsões, desde as que passam totalmente despercebidas até a clássica convulsão tônico-clônica, na qual o paciente cai e se debate em contrações musculares mais ou menos intensas, com um aumento (ou não) da produção de saliva. Por isso, saber diferenciá-las é importante para o médico fechar o diagnóstico e, posteriormente, indicar o melhor tratamento.

A Classificação de Convulsões conforme o ILAE

Há uma nova classificação de crises convulsivas desenvolvida por uma força-tarefa da International League Against Epilepsy (ILAE) e divulgada no final de 2016. Foram várias as motivações para a mudança: alguns tipos de crise (por exemplo, crises tônicas ou espasmos epilépticos) podem ter um início tanto focal quanto generalizado; a falta de conhecimento sobre o início de uma crise tornava impossível sua classificação no sistema de 1981; a necessidade da consciência (ou responsividade) não ser o único descritor de uma crise focal, apesar de ainda permanecer como um importante classificador para a mesma; alguns termos de uso corrente não são bem aceitos ou entendidos pelo público (por exemplo: “psíquico”, “parcial”, “parcial simples”, “parcial complexa” e “discognitiva”); e, por fim, alguns tipos importantes de crise não eram contemplados na classificação anterior.

O que muda com a nova classificação:

  • “Parcial” torna-se “focal”.
  • Certas crises podem ser tanto focais, generalizadas ou de início desconhecido.
  • Crises de início desconhecido podem ser classificadas.
  • A consciência é usada como um classificador para crises focais.
  • Os termos “discognitivo”, “parcial simples”, “psíquica” e “secundariamente generalizada” foram eliminados.
  • Crises focais tônica, clônica, atônica, mioclônica e espasmos epilépticos são reconhecidos, bem como a versão bilateral desses tipos de crise.
  • Foram adicionados novos tipos de crise generalizada: ausência com mioclonia de pálpebras, ausência mioclônica, mioclônica-atônica, clônicatônica-clônica, espasmos epilépticos.

Quais são os primeiros socorros a serem prestados em caso de convulsão?

– Afrouxar as vestes que estejam justas: cintos, gravatas, colarinhos, etc. Retirar possíveis adereços (colares, cachecóis, etc.) e próteses (dentadura, aparelhos dentários móveis, etc.) que o paciente esteja usando, tendo o cuidado de não se ferir em uma eventual mordida do paciente.

– Proteger a cabeça do paciente e colocá-la de lado, evitando que a língua caia para trás e obstrua a passagem da respiração. Colocar uma proteção entre os dentes – um rolo de pano, por exemplo. Isso tanto evita o ranger violento dos dentes bem como a mordedura da língua. Evitar colocar os dedos, que também podem ser feridos.

– Deitar o paciente sobre um lugar espaçoso e contê-lo para que ele não caia e não se fira, permitindo que os movimentos convulsivos se realizem até que terminem espontaneamente. Retirar objetos perigosos das proximidades do paciente.

– Aguardar para que o paciente recobre a respiração normal, o que em geral se dá após um período de apneia que termina por uma inspiração profunda.

– Manter-se junto do paciente até que ele recobre completamente sua orientação.

– Salvo nos casos de status convulsivos, em que as convulsões se repetem sem intervalos, ou nos casos em que ocorrerem complicações, nenhuma medicação precisa ser administrada imediatamente em seguida a uma convulsão. Medicações ou outras medidas terapêuticas só devem ser administradas com vistas a prevenir novas crises. E devem ser prescritas por um médico.

– Em convulsões de causas ainda desconhecidas deve ser providenciada assistência médica que esclareça a causa.

Raramente há complicações das convulsões, mas elas podem ocorrer: luxações articulares, fraturas ósseas, principalmente em pacientes com osteoporose, deslocamentos de próteses, etc.