Mieloma Múltiplo

O mieloma múltiplo é o câncer de um tipo de células da medula óssea chamadas de plasmócitos, responsáveis pela produção de anticorpos que combatem vírus e bactérias.

No mieloma múltiplo, os plasmócitos são anormais e se multiplicam rapidamente, comprometendo a produção das outras células do sangue.

Por isso, os pacientes podem ter anemia e ficam sujeitos a infecções.

Os plasmócitos cancerosos também produzem uma proteína anormal, chamada de proteína monoclonal, que se acumula no sangue e na urina. As células doentes também podem afetar os ossos, causando dores e fraturas espontâneas.

Quais são os Fatores de Risco?

Alguns fatores aumentam o risco de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai ter mieloma múltiplo.

Não se sabe ainda o que causa o mieloma múltiplo e, portanto, não existem formas de prevenção da doença. Valem, assim, as recomendações de uma vida saudável, com alimentação rica em verduras, legumes e frutas, pouca carne vermelha, não fumar, praticar exercícios regularmente e não abusar de álcool.

Idade: a maioria dos pacientes tem mais de 65 anos.

Sexo: os casos de mieloma múltiplo são um pouco mais frequentes em homens do que em mulheres.

Como é diagnosticado?

No caso do mieloma múltiplo, exames específicos de sangue e de urina são usados tanto para diagnóstico, como para estadiamento e acompanhamento do tratamento.

Eles avaliam níveis de cálcio e alterações nas proteínas monoclonais produzidas pelos plasmócitos doentes no sangue e na urina. A punção de medula também deve ser pedida e, como o mieloma múltiplo pode causar tumores nos ossos ou nos tecidos moles ao redor deles, uma biópsia desses tumores também pode ser necessária.

A avaliação por exames por imagem também integra a lista de procedimentos para diagnóstico desse tipo de câncer, entre eles raios X, densitometria óssea, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons (PET-CT) e tomografia.

ESTADIAMENTO

O estadiamento é uma forma de classificar a extensão do tumor e se, ou quanto, ele afetou os gânglios linfáticos ou outros órgãos próximos ou distantes (metástase). O estadiamento do mieloma múltiplo utiliza o Sistema de Estadiamento Internacional Revisado (RISS), que se baseia na quantidade de albumina, de microglobulina beta-2 e de uma enzima chamada lactato dehidrogenase (LDH) no sangue e de citogenética, um exame que identifica defeitos nos cromossomos. Nessa classificação, o mieloma múltiplo tem três estágios, do inicial (I) ao mais avançado (III):

Estágio I:

  • Microglobulina beta-2
  • Albumina ≥ 3.5 g/dL
  • LDH
  • Citogenética

Estágio II: fora dos critérios dos estágios I e III

Estágio III:

  • Microglobulina beta-2 ≥ 5.5 mg/L
  • LDH elevado e/ou
  • Citogenética de alto risco

Como é tratado?

Algumas vezes, o paciente de mieloma múltiplo é apenas acompanhado, sem fazer tratamento. Os tratamentos disponíveis atualmente não curam a doença, mas permitem que o paciente tenha saúde e qualidade de vida por longos períodos. Além disso, há várias pesquisas em andamento em busca de medicamentos mais eficazes e específicos para o tratamento do mieloma múltiplo.

A escolha do tratamento depende de vários fatores, entre eles se o paciente tem sintomas ou não, sua idade e se ele é portador de outras doenças, como diabetes ou problemas cardíacos.

Entre as opções terapêuticas estão a quimioterapia e a quimioterapia seguida de transplante de medula. Imunomoduladores, como a talidomida, também podem fazer parte da terapia, bem como anticorpos monoclonais, medicamentos que funcionam como um míssil teleguiado tendo como alvo uma proteína específica presente na superfície da célula.

A radioterapia é usada em pacientes com mieloma múltiplo que têm dor nos ossos ou que tiveram ossos danificados pela doença.

Alguns Cuidados de Enfermagem

  • Orientar sobre higiene das mãos;
  • Controle dos sinais vitais;
  • Observar sinais de infecção;
  • Monitorar resultados de exames laboratoriais;
  • Implementar cuidados com administração de medicamentos;
  • Avaliar intensidade da dor e realizar balanço hídrico.

Referência:

  1. MSD Manuals

Lesão Medular

Lesão Medular

Uma lesão na medula espinhal é, como o próprio nome diz, qualquer tipo de dano causado à medula, que é parte fundamental do sistema nervoso central. Essas lesões podem ocorrer quando há danos às células dentro da medula ou quando os nervos que correm para cima e para baixo na medula são lesionados.

O trauma na medula geralmente causa perca de movimentos e sensibilidade na parte inferior a lesão. A medula nada mais é que uma continuação do cérebro que transmite as informações processadas pelo cérebro para o resto do corpo, ou do corpo para serem processadas pelo cérebro. E quando uma há uma lesão na medula interrompe o trafego dessa informação, causando assim, uma diminuição ou nenhuma informação do corpo para o cérebro, ou do crebro para o corpo.

A medula espinhal

A medula espinhal passa pelo pescoço e pelas costas e é protegida pela coluna vertebral, que fornece suporte para o tronco e outras estruturas ao redor. A medula espinhal é cercada, também, pelos chamados discos vertebrais, que servem como amortecedores ao caminhar, correr ou saltar. É graças a esses discos, também, que a espinha pode ser flexionada ou estendida. A medula espinhal é parte fundamental do sistema nervoso central, composto também pelo cérebro. Aqui, o cérebro funciona principalmente para receber impulsos nervosos da medula e de nervos cranianos. Já a medula contém os nervos que transportam mensagens neurológicas do cérebro para o restante do corpo, ou do corpo para cérebro.

Causas

Uma lesão na medula espinhal pode ser causada por diversos motivos distintos, como por exemplos:

  • Ferimento de bala ou por faca;
  • Trauma direto no rosto, no pescoço, na cabeça, no peito ou nas costas;
  • Acidente de automóvel;
  • Mergulho;
  • Contorção extrema da parte central do corpo;
  • Queda de uma grande altura.

Fatores de risco

Os principais fatores de risco que podem levar a uma lesão na medula espinhal incluem a participação em atividades físicas perigosas, o não uso de equipamentos de proteção individual durante essas atividades e os mergulhos em águas rasas.

Osteoporose pode enfraquecer os ossos da coluna, facilitando a ocorrência de uma lesão na medula. Pacientes que sofrem de outros problemas médicos que os deixam mais suscetíveis a quedas por causa de fraqueza ou descoordenação (um AVC, por exemplo) também são mais propensos a traumas nessa região.
Sintomas de Lesão na medula espinhal

Os sintomas de uma lesão na medula espinhal variam conforme a área em que houve o trauma. Essas lesões geralmente causam perda sensorial e motora no local e abaixo dele. A intensidade dos sintomas depende da gravidade lesão, ou seja, se a medula estiver grave, completamente ou apenas parcialmente lesionada .

Alguns sintomas são comuns, independentemente do local da lesão, eles são:

  • Perda do controle normal do intestino e da bexiga (com possibilidade de ocorrer constipação, incontinência urinária e espasmos na bexiga);
  • Dormência;
  • Alterações sensoriais;
  • Espasticidade (aumento do tônus muscular);
  • Dor;
  • Fraqueza e paralisia.

Principais sintomas de acordo com o local da lesão

Lesões cervicais (pescoço) C1 – C8 (Tetraplegia)

Quando as lesões da medula espinhal ocorrem na área do pescoço, em que são classificadas como lesões cervicais, os sintomas podem atingir principalmente os braços, as pernas e a parte central do corpo. Os sintomas podem aparecer em um ou em ambos os lados do corpo e costumam incluir:

Dificuldades respiratórias em decorrência da paralisia dos músculos respiratórios, (principalmente quando a lesão ocorre na parte superior do pescoço)

Lesões torácicas (tórax) T1 – T12 (Paraplegia)

Quando a lesão ocorre na altura do tórax, os sintomas atingem principalmente as pernas. Lesões na medula cervical ou na medula torácica superior também podem resultar em problemas de pressão arterial, sudorese anormal e problemas para manter a temperatura corporal normal.

Lesões lombossacrais (região lombar) L1 – L5 (Paraplegia)

Quando as lesões na medula espinhal ocorrem na parte inferior das costas, sintomas de vários níveis podem afetar uma ou ambas as pernas e podem afetar, também, os músculos que controlam os intestinos e a bexiga.

Tratamento de Lesão na medula espinhal

Uma lesão na medula espinhal é uma emergência médica que requer tratamento imediato para reduzir os efeitos no longo prazo. O tempo que se leva para iniciar o tratamento após a lesão ter ocorrido é um fator fundamental que afeta diretamente no resultado e na eficácia do tratamento.

Mesmo quando não há fratura na coluna, pode haver uma ruptura/luxação na medula que só poderá ser descoberta por exames e pela ausência de sensações/movimentos do nível da lesão para baixo.

Corticoides são comumente usados para minimizar a inflamação que pode lesionar a medula espinhal. Se a compressão na medula espinhal for causada por um hematoma ou um fragmento de osso, que podem ser removido ou reduzidos antes que os nervos fiquem completamente destruídos, a paralisia pode ser minimizada. O ideal é que os corticoides sejam administrados imediatamente após a ocorrência da lesão.

A cirurgia pode ser necessária para:

  • Remover líquidos ou tecidos que pressionam a medula espinhal;
  • Remover fragmentos de ossos, fragmentos do disco ou corpos estranhos;
  • Fundir o ossos fraturados ou implantar próteses na coluna.

O repouso absoluto é necessário para que os ossos da coluna, que carregam a maior parte do peso do corpo, se recuperem totalmente.

Também pode ser recomendada a tração espinhal. Isso ajuda a coluna a não se movimentar. É possível que seja necessário o uso de próteses por um longo tempo.

Serão necessárias sessões de fisioterapia e terapia ocupacional extensivas, além de outras terapias de reabilitação depois que a lesão aguda (geralmente a fase aguda é de 6 meses após a lesão) tiver sido curada. A reabilitação ajuda a pessoa a lidar com a deficiência proveniente do trauma da medula espinhal.

Convivendo com a Lesão

Se houver tetraplegia ou paraplegia, independentemente de ela ser temporária ou não, algumas modificações no dia a dia podem ser feitas para facilitar a acessibilidade do paciente. A fisioterapia e a terapia ocupacional é fundamental ensinando a nova realidade da pessoa, que consegue ser independente.

Complicações possíveis

Uma lesão na medula espinhal pode evoluir para diversas complicações:

  • Alterações na pressão arterial que podem ser extremas (como hiperreflexia autonômica);
  • Insuficiência renal crônica;
  • Trombose;
  • Infecções pulmonares;
  • Lesões na pele (ulcera por pressão);
  • Contraturas;
  • Risco elevado de infecções do trato urinário;
  • Incontinência urinária;
  • Perda de sensações;
  • Perda do funcionamento sexual (impotência masculina);
  • Espasticidade muscular;
  • Paralisia dos músculos respiratórios;
  • Paralisia (paraplegia, tetraplegia – dependendo do local onde houve a lesão);

Pessoas não hospitalizadas com lesão na medula espinhal devem seguir algumas dicas para evitar complicações, como o cuidado pulmonar diário. Seguir as instruções quanto aos cuidados com a bexiga para evitar infecções e danos aos rins também é recomendável. Além disso, cuidar das feridas evita o surgimento de lesões na pele (escara). Um paciente que sofreu uma lesão na medula espinhal deve, ainda, manter seu sistema imunológico fortalecido e deve sempre estar presente nas consultas médicas.

Assistência de Enfermagem

É importante saber nessa fase, qual foi o mecanismo do trauma, isto é, como o indivíduo se machucou, como foi encontrado, se estava consciente, se era capaz de mobilizar os membros, se queixou de dor ou dormência. Pois após ser colhido o histórico do paciente, o exame neurológico detalhado deverá ser realizado. Após o exame clínico, exames complementares deverão ser realizados, entre eles: a radiografia da coluna, tomografia computadorizada (TC) e a ressonância nuclear magnética.

E o tratamento de suporte inclui:

  • Pedir ao paciente tossir e fazer exercícios de respiração profunda e respiração diafragmática;
  • Orientar os responsáveis quanto aos sinais precoces de complicações respiratórias;
  • Aparelhos ortopédicos, exercícios, fisioterapia e cirurgia para corrigir contraturas;
  • Ingestão adequada de líquidos, aumento da massa fecal e emolientes fecais para constipação, decorrente de inatividade;
  • Dieta pobre em calorias, rica em proteínas e fibras;
  • Cirurgia para promover e manter a mobilidade, como liberação de tendões para contraturas e fusão vertebral.

A reabilitação é um processo que auxilia o cliente acometido ou incapaz de alcançar alto nível de funcionamento físico, mental, espiritual e socioeconômico.