Extremidades Distais de Equipos: Nutricional Vs Medicamentoso

Foram feitos diversas modificações quanto a segurança da terapia nutricional, sendo adaptado cores padronizadas para equipos de dieta enteral, extremidades proximais e distais destes equipos e também quanto ao calibre em FR destes, adequando-os para não serem permitidas as instalações em dispositivos endovenosos, o que foi um marco problemático anos atrás, quanto a administração em via errada.

Entenda as novas Características

Para infusão da Terapia Nutricional Enteral, através de bombas, alguns equipos sofreram algumas modificações nos últimos anos. A primeira modificação foi quanto à coloração alterada do incolor para o lilás (seja em toda sua extensão, quanto nas extremidades) ou azul, adotada no mercado nacional, seguida da retirada do filtro no conta-gotas.

Adoção de presilhas mais precisas no controle do gotejamento e, também, mais recentemente, as pontas no formato em cruz, para extremidade distal (que se conecta ao frasco da dieta) e, na ponta proximal, o formato em cone ou “árvore de natal”, procurando adequar-se aos diferentes acessos enterais e impedir o uso nos cateteres intravenosos.

A mudança na configuração da saída dos frascos das dietas enterais e da extremidade distal dos equipos de administração da dieta enteral foram outras alterações exibidas por algumas indústrias farmacêuticas.

A ponta dos equipos de administração anteriormente se caracterizava pelo formato pontiagudo e, no modelo atual, o formato é em “cruz”. Este formato em cruz foi elaborado a fim de impedir a conexão com os equipos intravenosos tradicionais (pontiagudos).

Estas mudanças contribuíram para a identificação e reconhecimento dos materiais relacionados à TNE, procurando impedir o uso acidental como via de acesso intravenoso.

Além das alterações nas diferentes partes do sistema da dieta enteral, iniciativas concretas para minimizar os riscos de conexão acidental surgiram a partir de 2011 com os primeiros padrões recomendados pela Organização Internacional de Padronização (ISO 80369-1).

Estes incluíam a elaboração de conectores de pequeno calibre (com diâmetro menor do que 8,5 mm) para dispositivos respiratórios, enterais, pressão arterial não invasiva, sistema neuro-axiais, urológicos e conectores intravasculares, cujas características deveriam ser: de material rígido ou semirrígido, não conectável com luer ou pontos sem conexão e testado em várias situações de risco.

Os conectores são peças ou dispositivos que unem duas peças, distintas ou não, se ajustando ao frasco da dieta enteral, ao equipo, à seringa e à sonda enteral. A reconfiguração do conector para o sistema da dieta enteral objetivou garantir a incompatibilidade com outros dispositivos de infusão, defendido e recomendado por grupos de especialistas.

Em 2015, as normas foram direcionadas para o conector do sistema de dieta enteral (ISO 80369-3) e uma das mais importantes foi registrado como conector ENFit®.Este é configurado como um conector em “parafuso”, que confere segurança a todos os dispositivos da TNE22. Sua aplicação estendeu-se, também, para seringas e acesso enteral em todos os Estados Unidos, sendo regulamentado pelo FDA.

Cabe destacar que, além dos aspectos relacionados à modificação e reconfiguração dos dispositivos, o educativo é essencial para a segurança do paciente na administração da TNE e para equipe multidisciplinar.

Referências:

  1. Pedreira MLG, Harada MJCS. Enfermagem dia a dia: segurança do paciente. São Caetano do Sul: Yendis; 2009. 214p;
  2. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária-Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária e Unidade de Tecnovigilância. Alertas de Tecnovigilância;
  3. Brasil. Ministério da Saúde. Relatórios dos Estados- Eventos Adversos. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2017;

A Cultura da Ponta do Cateter: Infecções Relacionadas

A Infecções relacionadas a cateteres são clinicamente importantes e devem ser diagnosticadas rapidamente. Geralmente estão associadas com eritemas, inflamação, pus e em algumas situações febre.

Veja mais sobre os Sinais Flogísticos:

Os Sinais Flogísticos ou Cardinais

Quando estes sinais são identificados, o cateter é removido do paciente e encaminhado sua ponta para análise laboratorial.

Os cuidados de Enfermagem quanto ao processo de cultura:

Em geral:

Enviar a ponta do cateter para cultura somente se houver sinal de infecção (inflamação no sítio de inserção, febre, sinais de sepse ou bacteremia documentada sem foco de infecção aparente).

  • Se houver evidência de pus e infecção do tecido local, limpar a superfície da pele e coletar o pus do tecido profundo utilizando seringa e agulha;
  • O frasco deve ser identificado corretamente;
  • O coletor deve conferir os dados do paciente ao receber a amostra e anotar na etiqueta o horário da coleta;
  • Anotar na etiqueta se o cateter retirado era de nutrição parenteral, pois nestes casos é importante pesquisar Malassezia furfur (fungo).

PROCEDIMENTO DE COLETA

Os mesmos cuidados de desinfecção utilizados na introdução do cateter devem ser adotados no momento da retirada.

  • Limpar a pele com álcool 70% antes de remover o cateter;
  • Utilizando técnicas assépticas, segurar a porção exposta do cateter e remover cuidadosamente o cateter do paciente com um instrumento estéril (evitar o contato com a pele);
  • Segurar a porção distal sobre um recipiente estéril e cortar aproximadamente 5cm da ponta (marca no cateter) com tesoura estéril ou lâmina de bisturi, deixando-a cair dentro do recipiente estéril;
  • Após a coleta, anotar na etiqueta o horário da coleta.

Coleta e transporte:

  • O envio deve ser realizado a temperatura ambiente (20 a 25ºC) em até 1 hora após a coleta.

Observação

NÃO DOBRAR OU ENROLAR A PONTA DO CATETER!!! É necessário que a ponta do cateter esteja reta para rolar sobre a placa do meio de cultura!

Interpretação do exame

  • Quantificar o numero de cada tipo de micro-organismo isolado;
  • Se a contagem for superior a 15 UFC, o micro-organismo deve ser identificado e realizado teste de sensibilidade a antimicrobianos;
  • Se a contagem for inferior a 15 UFC, identificar somente patógenos importantes, como por exemplo, Candida albicans, Streptococcus do grupo A e Staphylococcus aureus;
  • Caso tenha sido coletada amostra de sangue, guardar a placa para comparação caso esta seja positiva;
  • Se houver crescimento de vários micro-organismos, reportar como “nº” UFC de microbiota bacteriana mista, sem identificação e sem teste de sensibilidade a antimicrobianos.

Referência:

  1. DIAGNÓSTICO DAS INFECÇÕES RELACIONADAS AOS CATETERES VASCULARES CENTRAIS NO HIAE (Hospital Albert Einstein)

Agulha Ponta Romba

As Agulhas Ponta Romba têm se tornado um dos dispositivos mais rotineiros nos setores de Assistência Hospitalar, e é de suma importância entender sobre a o seu uso na administração de medicamentos.

São comumente indicadas somente para utilização de aspiração e preparação de um medicamento, reconstituição do medicamento e acesso aos IV Bags. Elas substituem as agulhas hipodérmicas tradicionais, reduzindo o risco de acidentes com perfuro-cortantes, pois possuem calibres compatíveis, com bom fluxo e pontas sem corte, evitando acidentes.

A Principal característica destas agulhas são as pontas sem corte, o que facilita e evita os grandes acidentes com perfuro durante o preparo dos medicamentos, assim atendendo a Norma NR 32.

Os tamanhos das agulhas são variadas, porém de tamanhos grandes: Podendo ser encontradas sob 40 x 12, 25 x 10, por exemplo.

As Vantagens do uso

  • Facilita o manuseio sem que o profissional precise alterar a técnica empregada;
  • Sua ponta apresenta cânula siliconizada, ideal para perfurar o frasco ampola e realizar a limpeza de ferimentos;
  • Outra característica é a presença do calibre, compatível com um bom fluxo e ponta sem corte;
  • Substitui as agulhas hipodérmicas tradicionais, o que reduz os riscos de acidentes com perfurocortantes.

Como Utilizá-las?

A técnica de aspiração é empregada em diversas situações e para que ela seja eficaz indica-se a Agulha de Aspiração Ponta Romba.

Para utilizá-la corretamente, separe todos os materiais exigidos, lave adequadamente as mãos e calce as luvas estéreis. Não se esqueça também de confirmar o nome do paciente em relação ao procedimento ou medicação prescrita.

Caso a aspiração seja realizada para administração de medicamentos, faça a antissepsia adequada do frasco. Logo em seguida, você deve seguir os passos:

  1. Abra a embalagem da agulha em pétala;
  2. Conecte a agulha na seringa Luer Lock e faça uma volta completa;
  3. Certifique-se que a agulha está encaixada corretamente;
  4. Perfure a borracha do frasco ampola no ângulo de 90º;
  5. Aspire a medicação e elimine as bolhas de ar;
  6. Quando finalizar a aspiração, descarte a agulha no coletor de perfuro cortante;
  7. Caso haja contato com a pele durante o procedimento descartar a agulha. Além disso, não se preocupe: a ponta romba dificulta a penetração e diminui o risco de acidentes com perfuro cortantes.

Ao terminar todos os procedimentos, não se esqueça de lavar as mãos novamente para reduzir a possibilidade de propagação de doenças.

Veja Também:

Seringas: Tipos e Indicações

Agulha: Os Tipos e Indicações

Referência:

  1. Sol Millenium

O que é “Lúmen” de um Cateter?

O termo Lúmen na medicina, denomina-se como uma via de acesso que pode ser administrado medicamentos, mensuração de PVC, hemoderivados, reposição volêmica, coleta de sangue , entre outros.

É praticamente um tubo, que conectado a um tubo central, é implantado sob a pele do paciente em uma via venosa de grosso calibre, podendo ser utilizado em situações como grandes cirurgias, emergências, terapia nutricional parenteral, entre outros.

O principal objetivo é de manter um acesso por longo período de tempo, para auxiliar a terapia medicamentosa do paciente.

Os diversos cateteres que pode conter de 01 a 05 lúmens são os Cateteres Venosos Centrais, Cateteres Venosos Centrais de Inserção Periférica (PICC), Cateteres para Hemodiálise Shilley, Permcaths, Portocaths, e até o Swan Ganz. 

Saídas Situadas em Diferentes pontos do Cateter

Geralmente, os Cateteres Venosos Centrais e o Swan Ganz podem possuir mais de duas saídas, ou pontas, situadas em distâncias pré-determinadas do coração.

A ponta distal do cateter das veias jugular e subclávia deverá estar na parte inferior da veia cava superior, enquanto que os cateteres femorais devem ser posicionados de modo a ponta do cateter encontrar-se dentro da veia cava inferior torácica.

Os únicos cateteres que não possuem estas diferenciações são o de Inserção Periférica (PICC), pois ele pode ser cortado com uma lâmina de bisturi após a mensuração da anatomia do paciente, sendo inserido com o tamanho adequado ao paciente, o que não necessitaria nesta situação os tipos de pontas diferenciadas, a de Shilley, Permcath e Portocath.

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