O resultado correto de um exame de análises clinicas não depende somente de quem os analisa, mas também da qualidade da amostra coletada.
A equipe de enfermagem atua no processo de coleta do material biológico, e, conforme a qualidade da amostra, os erros pré – analíticos são minimizados e os resultados garantidos. Para tanto são necessários cuidados especiais no momento da coleta.
A coleta de material biológico para analise é muito comum e útil no período pré – operatório e quando solicitado pelo médico.
São os tipos de coleta de sangue solicitados:
Hemograma:
Consiste na contagem global de eritrócitos, índices hematimétricos, valor de hemoglobina e valor hematrócrito (Ht), contagem global de leucócitos, contagem diferencial de leucócitos (neutrófilos, eosinofilos, basófilos, linfócitos e monócitos) e contagem global de plaquetas. È útil na avaliação de anemias, infecções bacterianas e viróticas, inflamações, leucemias e plaquetopenias.
Gasometria Arterial e Venosa:
Constitui a análise de gases sanguíneos, como O2 e CO2 e do equilíbrio ácido-basico, como bicarbonato e pH sanguíneo.
Sorologia:
È a avaliação da presença de determinados anticorpos no soro sanguíneo. È útil no diagnóstico de infecções por vírus, bactérias, fungos e protozoários.
Coagulograma:
Consiste na analise do tempo de sangramento, contagem de plaquetas, tempo de protrombina e tempo de tromboplastina. È útil na avaliação homeostática pré – operatória.
Tipagem Sanguínea:
Determina o tipo sanguíneo de acordo com o sistema ABO e Rh antes da transfusões, no pré – operatório e no perfil pré – natal.
Glicemia:
É útil para a detecção de glicose e diagnóstico das hipoglicemias e hiperglicemias. Para o diagnóstico de diabetes melito é necessário valor igual ou superior a 99mg/dl na amostra em jejum em pelo menos duas ocasiões. O diagnóstico de hipoglicemia estabelece-se com valores abaixo de 60mg/dl.
Bioquímica:
Utiliza o plasma ou soro para qualificação de eletrólitos, como sódio (Na), potássio (K) e Cloro (Cl).
Observações úteis na coleta sanguínea:
Jejum – a falta de jejum aumenta a lipemia (gordura no sangue) e altera o resultado da glicose; jejum prolongado pode elevar as concentrações de bilirrubina sérica.
Medicamentos – o uso de medicamentos pode causar interferências na analise.
Períodos de repouso – a falta de repouso provoca alterações no hemograma, glicose, alguns hormônios, transaminases, etc.
Temperatura do cliente – a hipotermia promove vasoconstrição e dificulta venopunção; o estresse aumenta a temperatura afetando a secreção de hormônios as adrenal.
Infusão intravenosa – deve-se evitar coletar material pelo cateter da infusão venosa. Fazê-lo somente quando não houver outra alternativa. Deve-se retirar de 10ml a 15ml de sangue, desprezá-lo definitivamente e com outra seringa fazer a coleta da amostra desejada.
Torniquete – a utilização incorreta do torniquete (muito apertado ou por muito tempo) pode causar hemoconcentração local, alterando os valores de enzimas, proteínas, hematócrito, sódio, potássio, cálcio, ferro, colesterol, triglicérides, plaquetas e fatores de coagulação.
É preciso estar familiarizado com o material a ser utilizado. Deve-se evitar que o cliente abra e feche a mão, pois pode levar a alterações dos resultados. A punção deve ser finalizada sem desenvolver hematomas.
Como proceder:
Lavar as mãos;
Preparar o material: bandeja contendo tubos de coleta, luvas de procedimento, seringas, dispositivos intravenosos, torniquetes, bolas de algodão, antisséptico, adesivos e etiquetas;
Realizar a identificação do cliente (conferir pulseira e perguntar o nome);
Solicitar o consentimento do paciente para execução do procedimento;
Orientar o paciente para o procedimento;
Acomodá-lo confortavelmente;
Posicionar a bandeja;
Observar a rede venosa e escolher a melhor veia para puncionar;
Calçar luvas de procedimento;
Garrotear de 10cm a 15cm acima do local da punção;
Deixar o menor tempo possível o cliente garroteado;
Apalpar a veia escolhida;
Fazer antissepsia ampla do local da punção com movimentos firmes num único sentido;
Pegar o dispositivo intravenoso escolhido de modo que o bisel esteja voltado para cima;
Fixar a veia;
Puncionar a veia, introduzindo o dispositivo intravenoso acoplado á seringa;
Fixar o dispositivo;
Aspirar o volume sanguíneo determinado para o exame solicitado:
Se seringa passar o conteúdo da seringa (sem agulha) para o tubo de modo que o sangue escorra pela parede do mesmo.
Se vácuo, o conteúdo vai diretamente para o tubo.
Observar a reação do paciente;
Retirar o dispositivo;
Fazer compressão do local com algodão seco;
Orientar o paciente a não dobrar o braço;
Descartar materiais perfurocortantes em local próprio;
Retirar as luvas de procedimento;
Lavar as mãos;
Checar na prescrição médica correta;
Manter a unidade em ordem e encaminhar material colhido;
Realizar anotações de enfermagem;
Exemplo de registro de enfermagem:
Data: Hora: Relatório de enfermagem: Coleta para analise de Na, K, Glicemia, etc. Encaminhado para: Assinatura:
Veja também:
https://enfermagemilustrada.com/sequenciatubos/
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