Pode e não pode.
Por que?
Vamos lá!
Não devemos administrar medicamentos considerados ”do nosso cotidiano” nas artérias, e sim nas veias, por vários motivos:
- Primeiro, porque as veias localizam-se mais superficialmente no corpo, sob a pele, enquanto as artérias situam-se mais internamente;
- Segundo, porque a parede das veias é mais fina, permitindo a penetração da agulha de injeção muito mais facilmente do que as artérias.
Além disso, as artérias contraem-se ritmicamente e poderiam ser lesadas se perfuradas com agulhas.
Mas há uma via específica para um momento específico: A Via Intra-Arterial (IA)!
Esta somente é utilizada para infusão de drogas antineoplásicas e destina-se ao tratamento de tumores localizados, geralmente inoperáveis, de fígado, membros, cabeça e pescoço, cólon, reto, cérebro, pâncreas, bexiga, cérvix uterino, mama, melanoma e sarcomas.
Permite infusão do quimioterápico em concentração mais alta próximo ao leito tumoral, o que pode tornar o tratamento mais efetivo e, possivelmente, menos tóxico em nível sistêmico. É utilizada com mais frequência nos casos de tumores de fígado primários ou metastáticos provenientes de carcinoma gastrointestinal (colorretal principalmente), mama e pulmão.
Tá, mas porque estes quimioterápicos são injetados na artéria e não nas veias como qualquer medicamento comum?
Porque o quimioterápico que é injetado na artéria para nutrir o tumor, e portanto é injetado em altas doses junto ele, evitando a circulação pelo corpo, este medicamento.
Assim, altas concentrações de agentes antineoplásicos na área de infusão tumoral, além do tempo prolongado de exposição às mesmas, propiciam melhores resultados em relação à administração sistêmica das mesmas drogas e com menos efeitos colaterais.
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