Os chamados “cuidados gerais de Enfermagem em UTI Neonatal” são aqueles rotineiramente realizados pela equipe técnica de Enfermagem para com todos os bebês internados, salvo algumas exceções e/ou modificações de certos procedimentos para com certos pacientes, conforme prescrição médica e/ou de Enfermagem. Esses “cuidados gerais” incluem:
- Verificação de Sinais Vitais (Saturação de oxigênio, Pulso ou Frequência Cardíaca, Respiração, Temperatura e Pressão Arterial e aplicação de escala de dor);
- Manter elevação da cabeceira entre 30 e 45 graus conforme prescrição médica;
- Permeabilizar os cateteres de acesso venoso periférico, cateter umbilical, flebotomia ou PICC (quaisquer que sejam que o RN esteja mantendo) conforme prescrição médica e de enfermagem e observar constantemente se não há sinais flogísticos ou de extravasamento no local de inserção dos cateteres;
- Rodízio de sensor de oximetria contínua entre os MMSS e MMII (membros superiores e inferiores respectivamente);
- Higiene oral e ocular dos recém nascidos;
- Mudança de decúbito;
- Higiene perineal e troca de fraldas;
- Pesagem de fraldas e controle de eliminações vesico-fisiológicas;
- Curativo de coto umbilical;
- Banho do Recém nascido;
- Troca de eletrodos e de roupas (ninho) do leito do recém nascido (sempre após o banho ou quando houver necessidade);
- Sempre observar a posição de cânula orotraqueal e das sondas para certificar-se que o RN não está “extubando acidentalmente” ou “que saque a sonda”, quando necessário, colocar luvinhas para evitar que o RN saque a sonda gástrica;
- Oferta de dieta por gavagem, sonda-dedo, copinho, ou posicionando o recém nascido em seio materno (conforme prescrição médica);
- Manutenção do conforto geral do recém-nascido (diminuir luminosidade, ruídos e ter manuseio mínimo agrupando os cuidados);
- Manter ambiente térmico neutro;
Esses cuidados listados acima são os principais cuidados rotineiros de uma UTI neonatal. Vejamos como é a técnica utilizada pela enfermagem para realizar cada um desses procedimentos.
Verificando os Sinais Vitais dos recém nascidos na UTI Neonatal
A rotina de verificação dos sinais vitais em UTI Neonatal costuma ser feita com um espaçamento de horas que varia de 4 em 4, 3 em 3, ou até 2 em 2 horas conforme o caso e a gravidade do recém nascido. Os sinais vitais são aqueles que nos informam sobre como está, basicamente, a hemodinâmica do bebê, e incluem verificar: Saturação de oxigênio, Temperatura, Frequência cardíaca, respiração por minuto, P.A. e verificar qual o nível de dor o RN aparenta naquele momento, através da aplicação “da escala de dor” própria.
Saturação de Oxigênio
O oxímetro de pulso é um método não invasivo que avalia a oxigenação dos tecidos por meio da espectrometria infravermelha e reflete a saturação de oxigênio da hemoglobina. Nos neonatos, a enfermagem deve colocar os eletrodos nas extremidades (mãos ou pés) sempre, com o eletrodo “aceso com a luz vermelha” em cima da artéria local para que consiga fazer a leitura, o de cima fica alinhado com o de baixo, e envolvem-se ambos com o coban para mantê-los posicionados. Faz-se o rodizio deste sensor aproximadamente de 3 em 3 horas.
Verificação da temperatura
A temperatura axilar do bebê pode ser verificada com termômetro digital. Antes e após utilizar o termômetro, deve-se fazer sua desinfecção com álcool a 70%. Posicionar o termômetro sob a axila do bebê e esperar que o mesmo “apite” avisando que já chegou a temperatura máxima, verificar e anotar nos controles do bebê. Se o bebê estiver mantendo sensor de pele ou sensor retal, a temperatura será mostrada continuamente na tela do monitor de parâmetros vitais juntamente com os outros sinais vitais.
Controle Térmico
A temperatura central pode ser obtida de forma intermitente por via axilar ou contínua por meio de sensor abdominal. A temperatura da pele sobre o fígado tem sido bastante usada como indicador da temperatura central. (sensor na linha média da porção superior do abdome, estando o recém-nascido em supino, ou colocar o sensor no dorso do recém-nascido, na região escapular) A temperatura periférica pode ser aferida nos membros, mais comumente nos pés.
Não se recomenda a avaliação da temperatura retal.
Faixa de normalidade: 36,5 a 37 °C
Hipotermia:
- Potencial estresse do frio (hipotermia leve): temperatura entre 36,0 e 36,4°C;
- Hipotermia moderada: temperatura entre 32,0 e 35,9°C;
- Hipotermia grave: temperatura < 32,0°C Hipertermia: temperatura > 37,5°C;
Prevenção da Hipotermia:
- Manter a temperatura da sala de parto maior ou igual a 25°C;
- Ligar a fonte de calor radiante antes do nascimento e pré-aquecer os campos;
- Recepcionar o recém-nascido em campos aquecidos e colocá-lo sob calor radiante;
- Secar e remover os campos úmidos;
- Uso de gorro de algodão;
- Cobertura oclusiva com filme de polietileno, polivinil ou poliuretano (< 32 semanas);
- Uso de saco plástico ( A respiração do recém nascido pode ser verificada de dois modos:
Observando o abdome do bebê para contar (a cada inspiração e expiração uma respiração completa) por 1 minuto (para isso, utilize um relógio analógico).
A Frequência cardíaca
Observa-se, ou posicionando o estetoscópio na região apical do bebê e contando por um minuto ou observando o valor que aparece no monitor.
Lembrando que, para monitorizar o bebê, deve-se colar os eletrodos nas regiões indicadas e sobre eles colocar os sensores de acordo com a indicação do fabricante para que eles façam a leitura e também, deve-se programar o monitor para que este mostre os parâmetros desejados, programe o tipo de modo, o tipo de traçados e os limites que o aparelho deve alarmar como máximo e mínimos para as frequências cardíaca e respiratórias do bebê.
A Pressão arterial
Utilizar um manguito apropriado para o tamanho do bebê. O manguito deve cobrir dois terços do braço do bebê. Ele mostrará a pressão sistólica (máxima), a diastólica (mínima) e a média (que deve corresponder aproximadamente a quantas semanas o bebê tem.
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