Apendicovesicostomia de Mitrofanoff

O procedimento de Mitrofanoff, também conhecido como apendicovesicostomia de Mitrofanoff, é um procedimento cirúrgico no qual o apêndice é usado para criar um conduto, ou canal, entre a superfície da pele e a bexiga urinária.

A técnica descrita por Paul Mitrofanoff em 1980, baseia-se na criação de um duto entre a bexiga e a parede abdominal que permite o esvaziamento vesical por cateterismo intermitente limpo. A estrutura inicialmente descrita e utilizada foi o apêndice.

Porém nem sempre o apêndice encontra-se disponível e nem sempre isso pode ser definido antes da cirurgia. Como alternativa outras estruturas já foram utilizadas (ureter, trompas uterinas, estômago etc), todas com resultado inferior ao apêndice.

O princípio de Mitrofanoff tem como objetivo prover continência urinária e esvaziamento vesical adequados. Cabe ressaltar que tal técnica acrescentou muito à qualidade de vida dos pacientes com bexiga neurogênica, oferecendo liberdade, independência e um método eficaz para esvaziar a bexiga regularmente, por auto cateterismo.

Os métodos Cirúrgicos

Existem duas maneiras possíveis de realizar a cirurgia:

  • Cirurgia aberta – Um pequeno corte (alguns centímetros de largura) é feito na parte inferior da barriga. A pele é puxada de lado para que o cirurgião possa ver e trabalhar diretamente na criança. Esta é a única técnica cirúrgica utilizada em muitos hospitais.
  • Cirurgia robótica – Vários pequenos cortes (vários milímetros de largura) são feitos na barriga. O cirurgião usa um computador para controlar os braços robóticos, que movem pequenas ferramentas sob a pele para fazer a operação.

Por que é feito este tipo de procedimento?

O procedimento de Mitrofanoff é feito para crianças que não conseguem urinar sozinhas. Muitas dessas crianças usam cateteres tradicionais antes da cirurgia.

 Esses cateteres são inseridos através da uretra, o local normal onde a urina sai do corpo. No entanto, os cateteres através da uretra podem causar dor nos meninos e podem ser difíceis para as meninas por causa de sua anatomia. As meninas que usam cadeiras de rodas geralmente não conseguem colocar um cateter, a menos que se sentem em um vaso sanitário, o que pode torná-las menos independentes.

Em alguns casos, as crianças para as quais é difícil cateterizar através da uretra podem ficar com fraldas. Em outros, os músculos do esfíncter não funcionam bem e a criança continua a vazar na fralda.

Fraldas podem se tornar socialmente desconfortáveis ​​para as crianças à medida que envelhecem. O cheiro de urina e seu impacto na pele e quaisquer feridas na área da fralda podem levar a uma baixa qualidade de vida.

Após um procedimento de Mitrofanoff, as crianças podem esvaziar a bexiga sem fraldas, sem necessidade de transferência para um banheiro e sem cateterismo pela uretra. Isso torna mais fácil e confortável para muitas crianças esvaziar a bexiga. 

Eles podem ficar secos entre os cateterismos. No caso de muitos cadeirantes, permite mais independência, pois as crianças podem se autocateterizar pela abertura na barriga ou no umbigo.

Os procedimentos de Mitrofanoff geralmente são feitos para crianças com:

Os Cuidados no Acompanhamento

Os cateteres devem permanecer no local por 3-4 semanas após a cirurgia. Isso permite que o inchaço diminua e os cortes e o novo tubo cicatrizem.

O paciente terá que retornar ao hospital para que a enfermagem remova os cateteres. A mãe e a criança também receberão treinamento de uma enfermeira para aprender como e quando cateterizar usando o novo tubo através do umbigo.

A enfermeira fornecerá alguns suprimentos iniciais e conectará você a recursos para envio doméstico de suprimentos no futuro.

Cerca de 1 mês após a saída dos cateteres cirúrgicos, a criança precisará de um ultrassom de acompanhamento para verificar se há inchaço nos rins. Isso permitirá que o médico saiba se a cirurgia funcionou para drenar efetivamente a urina da criança. A criança também precisará de um ultrassom pelo menos a cada ano para continuar verificando a saúde dos rins.

O deve esperar o seguinte após o procedimento de Mitrofanoff:

  • A pele cortada costuma ser fechada com pontos internos absorvíveis e cola de pele (exceto o novo furo na barriga onde o mastro se conecta, que fica aberto). Os pontos desaparecem por conta própria e não requerem nenhuma remoção ou cuidado especial.
  • A criança pode tomar banho com esponja nos 2 dias seguintes à cirurgia. Depois disso, os chuveiros são aceitáveis. Uma vez que os cateteres são removidos, os banhos também são permitidos.
  • Os cortes e cateteres podem ficar doloridos por alguns dias ou semanas.
  • Aulas de ginástica, atividades extenuantes e levantamento de peso devem ser evitados até que o cateter seja removido.
  • As transferências de cadeira de rodas podem começar novamente cerca de 2 semanas após a operação.
  • A criança deve enxaguar (irrigar) a bexiga uma vez por dia. Isso fará parte da nova rotina dela. O enxágue ajuda a limpar o muco produzido pelo tubo do apêndice. Se a criança não lavar a bexiga, ele pode ter pedras nos rins ou infecções.

A mãe deve ligar para o médico ou procurar atendimento médico para seu filho após o procedimento de Mitrofanoff se seu filho:

  • Tem febre de 38ºC ou superior antes da primeira visita de acompanhamento
  • Não pode passar urina através do cateter
  • Passa sangue pelo cateter
  • Acidentalmente puxa o cateter para fora
  • Queixa-se de dor intensa na barriga, na lateral ou nas costas que não é melhorada pelo remédio para dor que recebe na alta
  • Tem sintomas de infecção do trato urinário (ITU) ou infecção renal
  • Sente dor ou bloqueio ao cateterizar (uma vez que o cateter cirúrgico é removido).

Os benefícios do procedimento

Os procedimentos de Mitrofanoff permitem a cateterização intermitente – uma vez a cada poucas horas. Isso oferece um risco menor de infecção do que um cateter permanente (permanente) e permite que a pessoa não vaze urina continuamente como uma ileovesicostomia, que drena de um orifício (estoma) na barriga para uma bolsa.

Após o mitrofanoff, as crianças não precisam usar fraldas e podem ficar secas entre os cateterismos. Eles muitas vezes podem esvaziar suas bexigas de forma independente e sem transferência para um banheiro. A abertura na barriga é muito pequena; a maioria é difícil de ver mesmo quando se olha para a barriga. Todas essas características do procedimento de Mitrofanoff podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das crianças.

Os Riscos

Em geral, os riscos do procedimento de Mitrofanoff incluem os de qualquer cirurgia, como infecção, vermelhidão, inchaço, sangramento, reações à anestesia ou falha da operação. Durante a cirurgia na bexiga, a urina também pode vazar para outras áreas e causar alguma irritação.

As cirurgias da Mitrofanoff também apresentam vários riscos exclusivos. Como o apêndice está sendo parcialmente descolado e movido, há um baixo risco de sangramento interno. É possível que após um Mitrofanoff haja problemas de cateterização.

Às vezes, um cateter de tamanho diferente ou mais lubrificante resolverá o problema. Os cateteres colocados durante a cirurgia também tornam as infecções mais prováveis ​​do que em outras cirurgias, mas seu filho receberá um curso de antibióticos durante o período de recuperação para ajudar a evitar infecções.

O novo buraco na barriga também pode vazar. Finalmente, as crianças que ganharem muito peso no futuro podem ter problemas para cateterizar a abertura.

O procedimento de Mitrofanoff tem uma alta taxa de sucesso. No entanto, a maioria das crianças eventualmente precisará de outra operação para ajustar o tubo do apêndice ou corrigir problemas, como cicatrizes que bloqueiam a nova abertura da barriga. Em muitos casos, essas cirurgias são pequenas e seu filho não precisará passar a noite no hospital.

Referência:

  1. https://www.nationwidechildrens.org/specialties/urology/procedures/mitrofanoff

Procedimento Operacional Padrão (POP): Qual é a importância?

O Procedimento Operacional Padrão (POP) é um documento que expressa o planejamento do trabalho repetitivo e tem como objetivo padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução da atividade.

Assim, um POP garante que as ações sejam realizadas da mesma forma, independente do profissional executante ou de qualquer outro fator envolvido no processo, diminuindo assim “as variações causadas por imperícia e adaptações aleatórias” (SCARTEZINI, 2009).

O manual de procedimentos, segundo Andrade (1975), é a reunião de todos os POP do serviço em um único documento, que descreve o trabalho de enfermagem a ser executado e a forma correta de fazê-lo, sendo de responsabilidade da gerência a organização do mesmo. Ressalta-se que esse documento deve ter atualização e revisão periódica, seguida da aprovação institucional de cada versão.

Um POP se diferencia de uma rotina convencional, pois deve apresentar um estrutura mínima, composta por: objetivo, responsabilidade, procedimento técnico, material necessário, ação corretiva e cuidados especiais.

Consta dos seguintes elementos:

1. Perfil, missão, visão, valores, organograma, macrofluxo da instituição;

2. Perfil, missão, visão, valores, organograma, macrofluxo e fluxograma dos serviços;

3. Atribuições dos profissionais;

4. Normas, POP, protocolos e indicadores dos serviços.

Qual a necessidade da implantação dos POP?

Nos últimos anos, a padronização das atividades gerenciais e assistenciais nos serviços hospitalares passa a ser uma exigência legal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o que a torna uma obrigatoriedade além de uma necessidade institucional.

A sua implantação garante a padronização e uniformidade das atividades, objetivando garantir índices de segurança e qualidade de práticas assistenciais e gerenciais no atendimento ao usuário e no desempenho profissional, não só do serviço de enfermagem, mas de todos os serviços do hospital.

Além disso, as não-conformidades (desvios) eventuais têm condições de serem corrigidas/adequadas ao padrão usual, pois minimizam a ocorrência de desvios na execução dos procedimentos, propiciando o aumento da previsibilidade de seus resultados e diminuindo as variações causadas por imperícia ou adaptações aleatórias. Ainda vêm a contribuir na satisfação do cliente/usuário, aumentando a credibilidade da instituição.

Baixe um exemplo de POP elaborado pelo Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian.

Referências:

  1. Coren-GO.

Bandeja para Sondagem Enteral

Indicação

Atender as necessidades básicas de alimentação e hidratação do cliente.

Executor:

Enfermeiro

Material Necessário:

  • 01 Par de luvas de procedimento;
  • Sonda Duboff;
  • 01 tubo de Xylocaína geléia;
  • Gaze não esterilizada;
  • 01 seringa de 20 ml;
  • Adesivo, micropore ou esparadrapo para fixação da sonda;
  • 01 estetoscópio;
  • 01 toalha;
  • 01 bandeja.

Pré – Execução

  • Observar prescrição médica;
  • Preparar o material;
  • Lavar as mãos.

Execução

  • Identificar-se;
  • Checar o nome o leito do cliente;
  • Orientar o cliente e/ou acompanhante quanto ao procedimento;
  • Elevar decúbito do cliente;
  • Calçar as luvas;
  • Medir a distância da ponta do nariz ao lobulo da orelha até o apêndice xifóide;
  • Marcar a sonda;
  • Colocar toalha sobre o tórax do cliente;
  • Lubrificar a extremidade distal da sonda e a narina escolhida com Xylocaína gel;
  • Introduzir a sonda, lentamente, pela narina até o local marcado;
  • Testar a localização da sonda, injetando 10-20 ml de ar pela sonda e procedendo ausculta abaixo do apêndice xifóide;
  • Fechar a sonda;
  • Fixar a sonda na asa do nariz, temporariamente;
  • Deixar o cliente confortável e com a campainha ao seu alcance;
  • Deixar o ambiente em ordem.

Pós – Execução

  • Lavar as mãos;
  • Desprezar o material utilizado no expurgo;
  • Checar a prescrição médica;
  • Solicitar RX de posicionamento de sonda;
  • Realizar as anotações necessárias;
  • Checar posicionamento de sonda pela imagem do RX;
  • Retirar fio guia;
  • Fixar sonda na asa do nariz, deixando uma folga para que a sonda migre até o duodeno.

Avaliação

  • Posicionamento da sonda;
  • Padrão respiratório;
  • Dificuldade de realização do procedimento;
  • Sangramento.

Riscos / Tomada de Decisão

  • Falso trajeto: avaliar dificuldade de realização do procedimento, repetir o procedimento e se necessário comunicar ao médico;
  • Sangramento: avaliar sangramento, comunicar ao médico;
  • Erro de posicionamento: avaliar posicionamento da sonda através de exame radiológico se necessário;
  • Desconforto respiratório: avaliar padrão respiratório e comunicar ao médico do cliente, se necessário.

Para saber mais sobre:

Sonda Nasogástrica e Sonda Nasoenteral: As diferenças na Nutrição Enteral

Os tipos de Dieta Enteral

Obstruiu a Sonda Enteral! Qual é o próximo passo?

Nutrição Enteral: Sistemas Aberto e Fechado

Equipo de Nutrição Enteral

Dietoterapia: Enteral e Parenteral

Como fazer uma Fixação de Sonda Enteral ou Gástrica?

 

Referências:

  1. SMELTZER, S, C.: BARE, B. G. BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 13 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
  2. POTTER, P.A.; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 8 Ed. São Paulo: Elsevier, 2013.
  3. KOCH. R.M. et. al. Técnicas básicas de enfermagem. 22 Ed. Curitiba: Século XXI Livros, 2004.
  4. STACCIARINI, T.S.G.; CUNHA, M.H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 2014.

Os Tipos de Luvas Hospitalares

Atuando no controle da disseminação de microrganismos em ambientes hospitalares, na proteção da equipe de saúde e de pacientes, as luvas hospitalares o são itens extremamente importantes para a proteção em diversos setores.

E para cada uso, existe um tipo de luva de procedimento que se encaixa perfeitamente.

Diante desse processo simples e primordial, no entanto, o fato de usar luvas não significa ausência de risco de transmissão de micro-organismos; por este motivo, a mesma deve conter indicação de uso e estar íntegra para não falhar no momento assistencial.

Os Tipos de Luvas Hospitalares

  1. Luva Cirúrgica (luva estéril): produto feito de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética. É o equipamento de proteção individual de uso único, de formato anatômico, contendo punhos capazes de assegurar ajuste ao braço do usuário, para utilização em cirurgias.
  2. Luva para Procedimentos Não Cirúrgicos(luva não estéril ou luvas de procedimento): produto feito de borracha natural, de borracha sintética, de misturas de borracha natural e sintética, e de policloreto de vinila, de uso único, para utilização em procedimentos não cirúrgicos para assistência à saúde. As luvas de látex de borracha natural oferecem alto nível de proteção contra sangue e fluidos corporais potencialmente contaminados; têm grande força, elasticidade, flexibilidade e conforto. Devido a isso, o látex de borracha natural é o material de escolha para luvas quando houver contato com sangue e fluidos corporais.
  3. Luvas para Procedimentos Não Cirúrgicos Antialérgicas ao Látex: são fabricadas a partir de um derivado do petróleo e de borracha nitrílica. Pode ser utilizada como uma alternativa ao látex. No entanto, as propriedades de barreira devem ser definidas pelo fabricante. As luvas de borracha nitrílica geralmente contêm aditivos químicos semelhantes ao látex, que podem atuar como alérgicos de contato. São adequadas no uso com agentes químicos e pessoas que têm alergia ao látex.
  4. Luvas de Vinil (PVC): tem custo baixo e, infelizmente, muitas instituições aderem à compra desse material para assistência ao paciente. Essas luvas são fabricadas a partir de cloreto de polivinila (PVC), um material sintético que é menos flexível, elástico, durável e possui menos conformidade com a mão do que o látex.

A luva de PVC e sua Integridade

Durante o uso, a luva de PVC pode ocorrer a quebra da integridade de barreira. Quanto mais abrasiva ou estressante a atividade ou quanto maior o tempo de utilização, maior a taxa de falha.

Por isso, esse tipo de luva não deve ser utilizado para uso clínico e assistencial. Os profissionais que utilizam luvas de vinil em ambiente hospitalar, se expõe diariamente ao risco de contaminação direta por materiais biológicos.

Após o uso, as luvas devem ser descartadas de acordo com as políticas locais de gestão de resíduos vigentes.

Devo usar qualquer luva desde que seja para me proteger?

A junção de custo e benefício no âmbito hospitalar, laboratorial e em clínicas, disponibiliza qualquer luva para os profissionais usarem, o que, infelizmente, não é o adequado.

A compra e o uso da luva devem estar alinhando conhecimento, tipo de técnica e avaliação de um profissional, além de cuidado para a prevenção de acidentes, pois caso o profissional tenha contato com material biológico sem a proteção adequada, não servirá de nada usar luvas e muito possivelmente irá se prejudicar ao invés de ajudar.

Referências:

  1. Organização Mundial da Saúde – Guia Lavagem das Mãos;
  2. Vigilância Epidemiológica – 2016;
  3. Recomendações sobre o uso de Luvas em Serviços de saúde – Secretaria do Estado de São Paulo / Divisão Epidemiologia Hospitalar

A Pressão Arterial Invasiva ou PAI

A Pressão Arterial Invasiva ou PAI

A Pressão Arterial Invasiva ou PAI é um procedimento de extrema importância em uma UTI. Indicado para pacientes mais críticos, para controle rígido de pressão juntamente com drogas vasoativas. A pressão por este método é medida através de um cateter introduzido na artéria, o qual é conectado em uma coluna líquida. A medida da pressão é obtida através do transdutor de pressão que faz a leitura; é obtida pressão sistólica, diastólica e média (PAM).

Quais são as preferências para as regiões do cateter?

-Radial (Imprecisa em situações de vasoconstrição extrema);
-Femoral.

Uma dica!

O valor da PAM (Pressão Arterial Média) não precisa necessariamente ter um cateter em radial ou femural para obter o resultado médio. Você pode usar seguinte fórmula:

PAM = PAS + (PAD x 2)
                        3

PAM = pressão arterial média
PAS= pressão arterial sistólica
PAD=pressão arterial diastolica

Quais são os valores normais da PAM?

Os valores normais da PAM variam de 75 a 105 mmHg.

Quais são as indicações para este tipo de procedimento?

  • Cirurgia cardiopulmonar;
  • Grandes cirurgias vasculares, torácicas, abdominais ou neurológicas;
  • Instabilidade hemodinâmica;
  • Uso de drogas vasoativas;
  • Uso de monitorização da pressão intracraniana;
  • Emergência hipertensiva associada à dissecção de aorta ou AVC;
  • Necessidade de gasometria arterial mais que três vezes ao dia;
  • Controle rigoroso da pressão arterial para conduta clínica.

E as suas contra-indicações?

  • Doença vascular periférica;
  • Doenças hemorrágicas;
  • Uso de anticoagulantes ou trombolíticos;
  • Punção em áreas infectadas;
  • Queimaduras no local de punção.

Há complicações, podemos citar:

  • Embolização arterial e sistêmica;
  • Insuficiência vascular;
  • Isquemia da região;
  • Trombose;
  • Alterações cutâneas : Hematomas,infiltrações;
  • Infecção;
  • Hemorragia maciça por desconexão do cateter.

O procedimento: Que materiais devo separar?

  • Mesa auxiliar;
  • Anti-sépticos padronizados na instituição;
  • Bandeja para acesso venoso profundo ou bandeja de pequena cirurgia;
  • Máscara;
  • Luva estéril;
  • Óculos;
  • Avental estéril;
  • Seringa descartável;
  • Agulha 13 x 0,38;
  • Agulha 40 x 12;
  • Anestésico local ( lidocaína a 2% sem vasoconstritor);
  • Fio de sutura agulhado para fixação cateter (de preferência mononylon);
  • Kit arterial;
  • Transdutor de pressão;
  • Bolsa pressurizadora, suporte para solução e suporte para transdutor;
  • Solução salina 0,9% ( 250 ou 500 ml);
  • Heparina sódica 5000 UI / ml.

 

Realização do procedimento ao técnico de enfermagem:

  • Verificar pacientes com indicação para cateterização arterial e solicitação médica para o procedimento;
  • Selecionar material para punção arterial, selecionar monitor com módulo de PAM;
  • Higienizar as mãos;
  • Abrir embalagem contendo circuito (transdutor eletrônico) de PAM estéril, observando para evitar contaminação;
  • Montar adequadamente transdutor de PAM acoplando ao soro fisiológico 0,9% de preferência 250ml, retirando ar do sistema, deixando-o pronto para conexão na linha arterial;
  • Preparar paciente posicionando o membro escolhido para punção;
  • Deixar bandeja com material para punção próxima do Box;
  • Oferecer ao médico material para punção, paramentação e anti-sepsia;
  • Calçar luvas acompanhando durante o procedimento;
  • Após punção da linha arterial, conectar via paciente do circuito de PAM, verificar refluxo de sangue arterial e realizar flush de solução fisiológica, para garantir permeabilidade do cateter;
  • Após proceder a zeragem do sistema, tendo como ponto zero a linha média axilar (eixo flebostático), 4º espaço intercostal;
  • Preferencialmente deve ser zerado com cabeceira a 30º, sendo que se a zeragem for outra deverá ser informada e registrada em local visível a equipe;
  • Zerar sistema no monitor (calibrar);
  • Observar curva;

Cuidados de Enfermagem ao manuseio do sistema:

  • Atentar para manutenção em pressurizador: o manter a permeabilidade do cateter pelo fluxo contínuo de SF 0,9% (250 ml) e a bolsa pressurizadora com 300 mmhg;
  • Realizar flush de SF a cada 6 horas;
  • Atentar para coágulos e permeabilidade do sistema;
  • Acompanhar fixação do cateter, e após realizar curativo estéril, atentando para possibilitar observação da equipe após;
  • Assegurar fixação do membro, prevenindo retirada acidental do cateter;
  • Descarte do material;
  • Realizar lavagem de mãos;
  • Registrar anotação do procedimento;
  • Datar local punção e sistema;
  • Observar curva constantemente, atentar para sinais infecção do sítio punção,e lavar mãos antes e após cada manipulação com o cateter ou sistema;
  • Realizar zeragem do sistema a cada 6 horas;
  • Atentar para alarmes acionando-o no inicio da conexão.

Resultado esperado:

  • Monitorizar a Pressão Arterial Invasiva ou PAI (PAM invasiva) de pacientes críticos de forma contínua e segura;
  • Possibilitar coleta de sangue arterial;
  • Manutenção da linha arterial com adequada permeabilidade.

NÃO CONFORMIDADE:

A Pressão Arterial Invasiva ou PAI pode obter alterações, se houver quaisquer alterações com o sistema ou cateter devem ser comunicadas ao intensivista para definição de conduta. Perda da linha arterial por obstrução/ contaminação/ desconexão devem ser registradas no prontuário e na folha de não conformidades do setor.

Veja também:

Drogas usadas em UTI

Como Interpretar o Eletrocardiograma (ECG) de forma divertida e facilmente

A Pressão Venosa Central ou PVC