Ordem de medicamentos para a sequência rápida de intubação (SRI)

A sequência rápida de intubação (SRI) é uma técnica usada para garantir a ventilação e a proteção das vias aéreas em pacientes com risco de aspiração ou instabilidade hemodinâmica.

A SRI envolve o uso de medicações para sedação, analgesia e relaxamento muscular, além de manobras para facilitar a laringoscopia e a inserção do tubo endotraqueal.

Ordem/Sequência da SRI

  • Indutores: Fentanil ou lidocaína: para reduzir a resposta adrenérgica e a reatividade das vias aéreas causadas pela laringoscopia. A dose recomendada é de 2-6 mcg/kg para o fentanil e 1,5 mg/kg para a lidocaína.
  • Hipnóticos: Etomidato, quetamina, midazolam ou propofol: para induzir a perda de consciência e a hipnose. A escolha da droga depende das condições clínicas do paciente e dos efeitos adversos potenciais. A dose recomendada é de 0,3 mg/kg para o etomidato, 0,2-0,4 mg/kg para a quetamina, 0,5-0,3 mg/kg para o midazolam e 1-2,5 mg/kg para o propofol.
  • Bloqueadores Neuromusculares: Succinilcolina ou rocurônio: para produzir o relaxamento muscular e facilitar a intubação. A succinilcolina tem um início de ação rápido e uma duração curta, mas pode causar hiperpotassemia, hipertermia maligna e outras complicações. O rocurônio tem um início de ação mais lento e uma duração mais longa, mas não tem os mesmos efeitos adversos da succinilcolina. A dose recomendada é de 0,5-1,5 mg/kg para a succinilcolina e 0,6-1,2 mg/kg para o rocurônio.

A SRI requer uma equipe treinada e preparada, com equipamentos adequados e monitorização contínua do paciente. Deve ser realizada com cuidado e seguindo protocolos estabelecidos para evitar complicações como hipoxemia, hipotensão, arritmias, lesões de vias aéreas e aspiração.

Referência:

  1. 1. Yamanaka CS, Góis AFT de, Vieira PCB, Alves JCD, Oliveira LM de, Blanes L, et al.. Intubação orotraqueal: avaliação do conhecimento médico e das práticas clínicas adotadas em unidades de terapia intensiva. Rev bras ter intensiva [Internet]. 2010Apr;22(2):103–11. Available from: https://doi.org/10.1590/S0103-507X2010000200002

Reanimação Cardiopulmonar Sequência: C-A-B-D

A Reanimação Cardiopulmonar (RCP) é uma sequência organizada de ações, em resposta a uma parada cardíaca.

Uma análise inicial do local é fundamental para garantir a segurança para a vítima, os socorristas e outros que se encontrem próximos à ocorrência.

Pode-se tornar o local mais seguro observando potenciais riscos na cena, fazendo a sinalização correta, afastando a vítima de escadas ou corrente elétrica, por exemplo.

Tendo acesso seguro, tocar firmemente nos ombros da vítima, perguntando em voz alta e clara: “Você está bem?”.

Caso a vítima não responda, na presença de um único socorrista no cenário, recomenda-se chamar por outras pessoas, se estiver só, deixar o local para acionar por telefone o SME ou SAMU 192, solicitando um DEA no local, para depois voltar à vítima e instituir as manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP).

Observar a expansão do tórax. Para isto, remover as roupas que estiverem cobrindo o tórax e observar se há movimentação de entrada e saída de ar.

Se não houver evidência de respiração ou a respiração estiver anormal ou ruidosa, deve-se iniciar imediatamente as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP).

A Sequência

Em uma situação de PCR, os passos do atendimento em SBV são representados pelo “CABD” primário, onde:

C – Circulação: promover compressões no tórax do paciente. Após posicionar o paciente em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida (por exemplo deitado no chão) e remover as roupas que estiverem cobrindo o seu tórax, posicionar as mãos colocando a face hipotenar (“calcanhar”) de uma das mãos sobre o tórax, entre os mamilos, colocando a outra sobre esta e entrelaçar os dedos.

Aplicar movimentos de compressão num ângulo de 90, formado entre o tórax do paciente e os braços do socorrista. Comprimir forte e rápido, a uma frequência de 100 a 120/min., deprimindo o tórax com profundidade de, pelo menos, cinco cm para um adulto médio, evitando profundidades superiores a seis cm, permitindo o retorno do tórax após cada compressão, até a chegada do socorro especializado/DEA.

Realizar o rodízio do socorrista a cada 2 minutos se possível para garantir a qualidade das compressões realizadas. Quando realizada por dois socorristas ou profissionais de saúde, realizar a RCP na sequência de 30 compressões e 2 ventilações (descritas a seguir), iniciando sempre pelas compressões.

A – Abertura de vias aéreas: segundo a técnica de inclinação da cabeça e elevação do mento, na suspeita de trauma realizar a tração da mandíbula para garantir a permeabilidade, evitando que a queda da língua interfira na passagem de ar pela traqueia.

B – Boa ventilação: realizar 2 ventilações rápidas de 1 segundo com auxílio de dispositivos de barreira ou de bolsa valva-máscara conectadas a uma fonte de oxigênio (10 a 15 Litros/Minuto).

Posicionar a máscara do dispositivo ou da bolsa valva-máscara de forma a vedar a via aérea (nariz e boca) usando a técnica C + E no posicionamento dos dedos e promover a ventilação sob pressão.

D – Desfibrilação: preparar o DEA para uso, abrindo e ligando o aparelho; abrir a embalagem dos eletrodos de acordo com as instruções do rótulo observando se estão no tamanho adequado para a idade do paciente (adulto ou pediátrico);

Colocar os eletrodos no peito do paciente, pressionando para a aderência adequada à pele; aguardar a análise do ritmo: se choque indicado, o aparelho dará uma advertência para todos se afastarem do paciente e pressionar o botão de choque; pressionar o botão de choque; reiniciar a RCP, numa sequência de 30 compressões (conforme técnica já detalhada), e 2 ventilações.

A cada 2 minutos checar o pulso carotídeo em menos de 10 segundos. Garantir o revezamento de quem realiza as compressões com outro socorrista, para assegurar a qualidade e efetividade das compressões.

Posição de recuperação

Se durante o processo de reanimação, o paciente retornar a consciência, apresentar batimentos cardíacos ou respiração espontânea, realizar a lateralização do mesmo para garantir a permeabilidade das vias aéreas e evitar o risco de broncoaspiração.

Observar continuamente o pulso e a respiração, mantendo os eletrodos do DEA no tórax do paciente, pois este pode apresentar nova PCR, garantindo assim a rápida desfibrilação, se necessário, até a chegada do Suporte Avançado de Vida (SAV).

Referência:

  1. (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015; GONZALES et al, 2013).