A Terapia Nutricional Enteral (TNE) é um conjunto de procedimentos empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio de Nutrição Enteral.
A Terapia Nutricional Enteral pode ser realizada por dois tipos de Sistemas: Aberto e Fechado. No Sistema Aberto, as dietas exigem manipulação e devem ser preparadas em local específico.
Já o sistema fechado não demanda áreas de preparo ou envase.
Quais são as diferenças entre Sistema Aberto e Fechado?
Ambos são eficazes e possuem propriedades nutricionais equivalentes. Porém, a diferença está na manipulação e administração das dietas, porque enquanto o sistema aberto necessita apenas do produto para a dieta, do equipo e um frasco; o fechado, além dos itens já citados, precisa do auxílio de uma bomba de infusão, que aumenta o custo do tratamento, requer energia elétrica para funcionar e treinamento para sua utilização e programação.
O Cuidado com o Armazenamento das Dietas
O armazenamento das dietas também é diferenciado. As embalagens Tetra Pak (como as de caixa de leite) do sistema aberto possuem tampa e podem ser conservadas dentro da geladeira em caso de fracionamento. Já o sistema fechado, requer um método contínuo para administrar a dieta, pois as bolsas, que justificam o uso da bomba de infusão, não possuem estrutura para ficar em posição que impossibilite o vazamento do produto. No momento da abertura para utilização, o uso de facas e tesouras também aumenta o risco de contaminação do produto, no caso das bolsas, já que, em casa, estes materiais não são esterilizados de forma adequada como em hospitais, por exemplo.
Características da Manipulação
O sistema aberto caracteriza-se por ser produzido em uma área restrita e específica, onde nutrientes industrializados, em forma de pó ou líquido, são reconstituídos, misturados, envasados em frascos, para que se atinjam as composições desejadas, seguindo as boas práticas de manipulação.
O sistema fechado constitui-se de dietas líquidas, industrializadas, estéreis, acondicionadas em recipientes hermeticamente fechados e apropriados para conexão ao equipo de administração.
Desse modo, a nutrição enteral em sistema aberto requer manipulação prévia à sua administração, enquanto o fechado não demanda áreas de preparo ou envase.
Cuidados de Enfermagem com a Administração das Dietas Enterais
Quanto ao preparo da dieta para a Instalação ao paciente:
– Realizar a lavagem das mãos antes e depois do procedimento;
– Utilizar a aparamentação adequada (gorro, máscara, capote descartável, luvas de procedimento);
– Reservar e conferir a prescrição de EMTN/SNEP para confirmação do nome do paciente, Tipo de Dieta Enteral a ser Infundida, Volume Total a ser Infundido e a vazão ml/h (em casos para bomba de infusão) e gotejamento a ser infundido;
– Checar com a Dieta recebida simultaneamente com a prescrição da EMTN para a confirmação;
– Escrever em um rótulo próprio para os frascos de dieta enteral o nome completo do paciente, data de nascimento, número de atendimento, Unidade de Internação e leito, o nome completo da Dieta Enteral descrita na prescrição, o volume total a ser infundido, a vazão ou gotejamento, a hora a ser iniciado, a via de administração, a validade da dieta, o seu nome completo carimbado onde apresenta a inscrição do COREN, e o nome do médico onde realizou a prescrição de EMTN juntamente com sua inscrição de CRM (aplicável em algumas insituições);
– Separar em uma bandeja previamente limpa com solução asséptica própria, o frasco da dieta enteral e o equipo a ser utilizado, e uma seringa de 20ml;
– Realizar a assepsia do bocal do frasco da dieta com álcool 70%, e conectar o equipo ao bocal;
– Retirar o ar de dentro do equipo, até que a dieta preencha todo o equipo, tomando cuidado para não extravasar e reserve na bandeja;
– Leve a bandeja já com a dieta preparada para a Infusão até o leito do paciente, e confira em sua pulseira a identificação do mesmo, caso o paciente seja orientado, perguntar o nome completo do mesmo para a checagem correta do paciente;
– Oriente ao paciente, caso orientado, que estará instalando uma nova dieta enteral;
– Faça a assepsia local na entrada da SNE do paciente com álcool 70%;
– Em caso de bomba de infusão, instale o frasco no suporte de soro onde se encontra a bomba de infusão, e instale a parte siliconada do equipo no rolete da bomba;
– Instale a ponta do equipo ao local de entrada da SNE do paciente;
– Programe a bomba de infusão com os dados previamente descritos pela prescrição da EMTN (volume total, e a vazão ml/h);
– Inicie a infusão da dieta;
– Em caso de equipo gravitacional, utilizar os mesmos passos descritos acima, em diferença de realizar o gotejamento manual da dieta (sistema aberto);
– Anotar em relatório de enfermagem o horário que iniciou-se a dieta, o volume total a ser infundido e a vazão conforme prescrição, e em que via.
Quanto à troca de vazão de dieta enteral conforme prescrição da EMTN (Sistema Fechado em menos de 24 horas):
– Se a Dieta Enteral foi trocada previamente antes de completar 24 horas, e recebido a prescrição de EMTN com a mesma dieta enteral mas alterado pelo mesmo o valor do volume total e a infusão, realizar a alteração do rótulo da dieta enteral com os novos valores, e atualizar na bomba de infusão os novos valores (dependerá de cada POP das instituições);
Quanto à pausa de infusão de Dieta Enteral:
– Atentar se a Instituição adota o sistema de pausas (de 1 a 4 horas), para a adaptação do organismo do paciente, e seguir as instruções conforme seu Protocolo.
Quanto à administração de água filtrada nas pausas para água:
– Atentar aos horários de pausa para a infusão de água (intervalos) conforme a prescrição da EMTN/SNEP, sempre utilizando equipo próprio para a infusão de água, fazendo o mesmo processo de instalação conforme a dieta enteral (em caso de equipo gravitacional).
Quanto à checagem da prescrição da EMTN/SNEP:
– Sempre realizar a checagem dos horários que foram administrados as dietas e as águas, e fazer sempre a dupla checagem da instalação com a prescrição com o Enfermeiro da Unidade, sendo que ambos precisam assinar e carimbar a prescrição. Caso de não administração da dieta ou água, rodelar o horário, assinar e justificar no relatório a razão da não infusão.
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