Soro Antiofídico: Como é produzido?

O Soro Antiofídico é utilizado como antídoto quando uma pessoa é picada por uma serpente. Dependendo do tipo de cobra que causou o acidente, existe um tipo de soro – afinal, são muitas espécies de cobras.

Porém, o processo de produção de cada soro é o mesmo, e a efetividade do produto também.

Como é produzido o soro antiofídico?

  1. O primeiro passo é extrair da serpente o veneno e transformá-lo em antígeno. Antígenos são substâncias capazes de fazer o sistema imunológico reagir, produzindo anticorpos.
  2. Os antígenos são aplicados em cavalos, em pequenas doses (que não prejudicam a saúde do animal), para provocar a produção de anticorpos. Dependendo do antígeno, será produzido um tipo de anticorpo específico contra cada veneno – se o antígeno tiver sido extraído de uma cobra coral, o anticorpo produzido combaterá o veneno da cobra coral.
  3. Quando se formam anticorpos suficientes no organismo do cavalo, o plasma (a parte do sangue onde ficam os anticorpos) é coletado.
  4. Após testes, o plasma é submetido a um processamento industrial, utilizando métodos físico-químicos, obtendo ao final os soros específicos. Os soros antiofídicos são envasados em frascos-ampola com 10 ml de solução líquida contendo anticorpos purificados.
  5. Nas diversas etapas de produção, os soros passam por testes de controle de qualidade, garantindo ao final produtos seguros e eficazes. Pronto! Está feito o soro antiofídico.

Os Tipos de Soros

  • Anticrotálico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com cobras cascavéis (gênero Crotalus);
  • Antibotrópico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com jararacas (gênero Bothrops);
  • Antielapídico: Soro utilizado para o tratamento de acidentes com serpentes da família das corais (gênero Micrurus);
  • Polivalente: Soro utilizado quando não se sabe a serpente que picou o paciente. Esse produto é feito com venenos de jararaca e cascavel.

Reações Adversas

Assim como qualquer medicamento, o soro antiofídico pode desencadear reações adversas após a aplicação. É comum o relato de coceira e vermelhidão na pele, vômitos, tosse e crise de asma.

Apesar de pouco frequente, pode ocorrer choque anafilático, a forma mais grave de reação de hipersensibilidade. Pode ocorrer também uma reação tardia conhecida como Doença do Soro, que surge de 5 a 24 dias após a administração do soro e desencadeia coceira, febre, aumento de gânglios, dores articulares e até mesmo comprometimento neurológico e renal.

O uso dos soros antiofídicos é a principal forma de evitar consequências graves em decorrência de picadas de serpentes.

Cuidados após a picada

Procure um médico caso sofra esse tipo de acidente. É importante também que nenhuma substância seja aplicada no local da picada, não sejam realizados torniquetes e cortes no local e o paciente mantenha-se calmo, hidratado e em repouso enquanto procura um hospital.

Atenção: Para evitar acidentes com serpentes, lembre-se sempre de usar botas ou perneiras quando estiver em locais que podem esconder esses animais e nunca colocar a mão embaixo de entulhos, dentro de tocas, buracos e cupinzeiros.

Referências:

  1. Instituto Butantã