Bexiga Neurogênica: O que é?

Bexiga Neurogênica

Qualquer condição que interrompa a função da bexiga ou a sinalização neurológica aferente e eferente provoca bexiga neurogênica.

A bexiga neurogênica é um conjunto de disfunções que afetam o enchimento, o esvaziamento e a capacidade de armazenamento da bexiga. Está presente em pessoas com doenças neurológicas e diabetes, provocando perda da capacidade de controlar a micção.

Os indivíduos com bexiga neurogênica não conseguem perceber quando a bexiga está cheia e não são capazes de eliminar a urina voluntariamente.

Em bexigas com funcionamento normal, à medida que a urina se acumula no seu interior, as suas paredes relaxam para ir acomodando um volume cada vez maior de urina.

Na bexiga neurogênica, as suas paredes perdem essa capacidade de se distender. Logo, conforme a bexiga vai se enchendo, a pressão no seu interior aumenta, podendo inclusive provocar dilatação dos rins.

Assim, a bexiga perde a sua capacidade de armazenar a urina e manter uma pressão baixa no seu interior ao mesmo tempo.

Como resultado, ocorrem contrações involuntárias da musculatura da bexiga, com perdas de urina.

Existem dois tipos de Bexiga Neurogênica:

1. Bexiga Hiperativa

Também é conhecida como bexiga espástica ou bexiga nervosa, pois a bexiga se contrai de forma involuntária, havendo assim a perda de urina de forma inesperada e em momentos inapropriados.

  • Sintomas: incontinência urinária, vontade de urinar frequente e em pouca quantidade, dor ou ardência na região da bexiga, perda do controle da capacidade de urinar.

A bexiga hiperativa é mais comum em mulheres, podendo ser estimulada por alterações hormonais na menopausa, ou pelo aumento do útero na gravidez.

2. Bexiga Hipoativa

Também é conhecida como bexiga flácida, pois a bexiga não é capaz de se contrair voluntariamente, ou o esfincter não é capaz de relaxar, o que provoca o armazenamento de urina, sem a capacidade de eliminá-la de forma adequada.

  • Sintomas: sensação de que bexiga não esvaziou completamente após urinar, gotejamento após urinar ou perda de urina involuntária. Isto aumenta as chances de haver infecção urinária e prejuízo na função dos rins, e por isso o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

O que causa a Bexiga Neurogênica?

Em crianças, as principais causas de bexiga neurogênica são as doenças neurológicas congênitas, como mielomeningoceles, paralisia cerebral, entre outras.

Nos adultos, a bexiga neurogênica está relacionada com lesões na medula espinhal (paraplegia, tetraplegia), Parkinson, diabetes, esclerose múltipla, diabetes, derrames (AVE), tumores cerebrais, entre outras doenças e problemas neurológicos.

Apesar do diabetes não ser uma doença de origem neurológica, pode causar danos nos nervos periféricos que atuam sobre a bexiga.

E algumas outras causas:

  • Irritação da bexiga, por infecção urinária ou alterações hormonais, como na menopausa;
  • Alterações genéticas, como ocorre na mielomeningocele;
  • Doenças neurológicas reversíveis como neurocisticercose ou neuroesquistossomose;
  • Compressão de nervos da região lombar por hérnia de disco;
  • Acidente que lesiona a coluna, causando paraplegia ou tetraplegia;
  • Doenças neurológicas degenerativas como a esclerose múltipla;
  • Comprometimento neurológico pós-AVE;
  • Alterações neurológicas periféricas pelo diabetes;
  • Perda da elasticidade da bexiga, causada por inflamações, infecções ou alterações neurológicas em geral.

Em homens, a próstata aumentada pode simular muitos sintomas de bexiga neurogênica, sendo uma importante causa reversível de alteração da função dos músculos urinários.

A Assistência de Enfermagem

Observando e sentindo a problemática apresentada pelos pacientes portadores de bexiga neurogênica e verificando ser a abordagem deste problema de interesse para a enfermagem, é fornecido a assistência de enfermagem como:

  • Prevenção de infecções e cálculos vesicais;
  • Reeducação da função vesical;
  • Manutenção das roupas secas;
  • Manutenção da integridade da pele.

Prevenção de infecções e cálculos vesicais

Enquanto se processa a avaliação das condições urinárias do paciente é importantíssimo prevenir as infecções e a formação de cálculos vesicais.

Isto pode ser conseguido através de periodicidade e técnica asséptica rigorosa na troca do cateter e de um programa de ingestão de grande quantidade de líquidos, que estimula o funcionamento renal, auxilia a eliminação de resíduos urinários, dificulta a formação de cálculos e a instalação de infecção.

A lavagem vesical periódica, já não é mais aconselhada, na tentativa de eliminação de mais uma fonte de contaminação, no entanto, alguns urologistas ainda indicam o seu uso.

Caso essas medidas preventivas não sejam suficientes para impedir a instalação de infecção, o médico recorre à antibioticoterapia, como parte do tratamento.

Desde que o paciente esteja livre de infecção vesical pode-se tentar um programa de treinamento para esvaziamento periódico da bexiga.

Fase de treinamento para reeducação vesical

Elabora-se um programa de treinamento para o esvaziamento da bexiga de forma a ajudá-la a funcionar em ritmo de freqüência de eliminação tão próximo ao normal quanto o possível.

Fase de treinamento para o auto-cuidado

Após a retirada da sonda, muitos aspectos deverão ser abordados com o paciente, tentando-se evitar complicações como: infecções, cálculos e extravasamentos de urina.

Uma orientação clara, objetiva e enfocando a importância do cuidado que o paciente deve ter com seu corpo, é fundamental para a sua independência.

A ingestão de líquidos continua a ser bastante estimulada, numa média de 3000 ml. diários, tentando-se prevenir as complicações vesicais já referidas anteriormente.

O controle das características e do volume urinário, é importante.

Qualquer alteração na cor, odor, volume ou quantidade de sedimentação, deve ser imediatamente notificada ao médico, ao mesmo tempo em que se inicia uma hidratação oral intensa, visando maior estímulo para o funcionamento renal e vesical, auxiliando a eliminação de impureza.

Veja mais em nosso canal Youtube:

 

Veja também:

Sistema Urinário