Trauma Facial e seus tipos

O trauma facial é qualquer lesão que afeta a face, podendo envolver a pele, músculos, ossos, nervos e até mesmo os dentes. Ele pode variar desde um simples arranhão até fraturas complexas que afetam múltiplas estruturas.

As causas mais comuns de trauma facial incluem:

  • Acidentes de trânsito: Colisões veiculares são uma das principais causas de traumas faciais.
  • Quedas: Principalmente em crianças e idosos.
  • Agressões físicas: Brigas, acidentes de trabalho e esportes de contato podem causar traumas faciais.
  • Acidentes domésticos: Quedas, objetos pontiagudos e queimaduras podem lesionar a face.

Os Tipos de Trauma Facial

Por tipo de trauma

  • Trauma contuso: Causado por um impacto direto, como um soco, um acidente de carro ou uma queda. Pode resultar em hematomas, contusões, fraturas e lacerações.
  • Trauma penetrante: Causado por um objeto que penetra a pele, como uma faca, um pedaço de vidro ou um projétil de arma de fogo. Pode resultar em lacerações profundas, fraturas, danos aos tecidos moles e órgãos internos.
  • Trauma crânio-encefálico (TCE): Envolve danos ao crânio e ao cérebro. Pode ser classificado em leve, moderado ou grave, dependendo da severidade dos sintomas.
  • Trauma térmico: Causado por queimaduras ou exposição a temperaturas extremas. Pode resultar em danos à pele, tecidos moles e ossos.

Por região afetada

  • Trauma orbitário: Envolve o olho e a órbita. Pode resultar em hematoma periorbital (olho roxo), fraturas orbitais, perda da visão e outros problemas oculares.
  • Trauma maxilofacial: Envolve a maxila, mandíbula, dentes e outros ossos da face. Pode resultar em fraturas, perda de dentes, deformidades faciais e problemas de mastigação.
  • Trauma nasal: Envolve o nariz. Pode resultar em fraturas nasais, hematomas, deformidades nasais e problemas respiratórios.
  • Trauma do ouvido: Envolve o ouvido externo, médio e interno. Pode resultar em perda de audição, zumbido, desequilíbrio e outras complicações.
  • Trauma da pele: Envolve a pele da face. Pode resultar em cortes, lacerações, abrasões, hematomas e queimaduras.

Por gravidade

  • Trauma leve: Envolve lesões superficiais e sem complicações graves.
  • Trauma moderado: Envolve lesões mais graves, mas sem risco de vida.
  • Trauma grave: Envolve lesões que colocam a vida em risco, como fraturas múltiplas, danos aos tecidos moles, perda de sangue e comprometimento de órgãos vitais.

Consequências do Trauma Facial

As consequências do trauma facial variam de acordo com a gravidade da lesão e podem incluir:

  • Dor: A dor é um sintoma comum após um trauma facial.
  • Inchaço: O inchaço é uma resposta inflamatória normal do corpo à lesão.
  • Hemorragia: Sangramento nasal ou oral pode ocorrer.
  • Deformidades: As fraturas podem causar deformidades faciais.
  • Problemas de visão: As fraturas orbitais podem afetar a visão.
  • Dificuldade para respirar: As fraturas nasais e maxilares podem obstruir as vias aéreas.
  • Alterações na fala: As fraturas de mandíbula podem afetar a fala.
  • Infecções: As feridas abertas estão sujeitas à infecção.

Tratamento

O tratamento do trauma facial depende do tipo e da gravidade da lesão e pode incluir:

  • Limpeza e sutura da ferida: Para lacerações e avulsões.
  • Redução e fixação de fraturas: Utilizando técnicas cirúrgicas.
  • Antibióticos: Para prevenir infecções.
  • Analgésicos: Para controlar a dor.
  • Cirurgia reconstrutiva: Para corrigir deformidades e restaurar a função.

Cuidados de Enfermagem

Avaliação Inicial

  • Via aérea: Avaliar a permeabilidade das vias aéreas, buscando sinais de obstrução, como dificuldade para respirar, ruídos respiratórios anormais ou cianose.
  • Respiração: Observar a frequência respiratória, o padrão respiratório e a saturação de oxigênio.
  • Circulação: Verificar os sinais vitais (pressão arterial, frequência cardíaca), presença de sangramento ativo e perfusão periférica.
  • Neurologia: Avaliar o nível de consciência, pupilas, força muscular e sensibilidade facial.
  • Lesões: Inspecionar cuidadosamente a face, identificando lacerações, fraturas, hematomas e outras lesões.

Cuidados Diretos

  • Controle do sangramento: Aplicar compressas frias e realizar pressão direta sobre o local do sangramento, se necessário.
  • Limpeza e curativos: Limpar as feridas com soluções antissépticas e aplicar curativos estéreis.
  • Monitorização: Monitorar os sinais vitais, o nível de dor e a presença de complicações, como infecção ou edema.
  • Administração de medicamentos: Administrar analgésicos, antibióticos e outros medicamentos conforme prescrição médica.
  • Orientação: Orientar o paciente sobre os cuidados pós-operatórios e a importância de seguir as recomendações médicas.

Cuidados Pós-Operatórios

  • Controle da dor: Administrar analgésicos conforme prescrição médica e utilizar técnicas não farmacológicas para aliviar a dor, como compressas frias e massagem.
  • Monitorização da ferida: Observar a ferida cirúrgica quanto a sinais de infecção, como vermelhidão, inchaço, calor e secreção purulenta.
  • Higiene oral: Orientar o paciente sobre a importância da higiene oral adequada para prevenir infecções.
  • Dieta: Recomendar uma dieta líquida ou pastosa nos primeiros dias após a cirurgia e, gradualmente, introduzir alimentos mais sólidos conforme a tolerância do paciente.
  • Repouso: Encorajar o repouso e evitar atividades físicas intensas.

Complicações Potenciais e Monitoramento

  • Infecção: Monitorar sinais de infecção, como febre, vermelhidão, inchaço e drenagem purulenta.
  • Hematoma: Observar o aparecimento de hematomas e comunicar ao médico caso haja aumento significativo.
  • Deiscência da ferida: Verificar se há abertura da ferida cirúrgica.
  • Alterações sensoriais: Avaliar a presença de alterações na sensibilidade facial.
  • Dificuldade respiratória: Monitorar a frequência respiratória e a saturação de oxigênio, especialmente em casos de fraturas nasais ou maxilares.

Papel da Enfermagem

O enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência ao paciente com trauma facial. Além dos cuidados diretos, o enfermeiro também deve:

  • Estabelecer um bom relacionamento com o paciente e a família.
  • Oferecer suporte emocional.
  • Promover a autonomia do paciente.
  • Educar o paciente e a família sobre a importância do tratamento e dos cuidados pós-operatórios.
  • Comunicar-se de forma clara e objetiva com a equipe multidisciplinar.

Referências:

  1. UnaSUS
  2. Medway
  3. Silva, J. J. de L., Lima, A. A. A. S., Melo, I. F. S., Maia, R. C. L., & Pinheiro Filho, T. R. de C.. (2011). Trauma facial: análise de 194 casos. Revista Brasileira De Cirurgia Plástica, 26(1), 37–41. https://doi.org/10.1590/S1983-51752011000100009

Tórax Instável

O tórax instável é uma condição grave que ocorre quando há múltiplas fraturas em pelo menos três arcos costais adjacentes, resultando na separação de um segmento da parede torácica do restante da caixa torácica.

Essa condição é um marcador de lesão pulmonar subjacente e pode ser observada clinicamente pelo movimento paradoxal do segmento instável durante a respiração.

Diagnóstico do Tórax Instável

O diagnóstico do tórax instável é clínico. Idealmente, observamos o movimento paradoxal do segmento instável durante a respiração.

No entanto, em alguns casos, a dor ou outras lesões podem dificultar a visualização desse movimento. A radiografia de tórax pode ajudar a confirmar as fraturas ósseas e geralmente mostra contusão pulmonar subjacente. Vale ressaltar que a radiografia não exibe ruptura de cartilagem.

Cuidados de Enfermagem para o Tórax Instável

  1. Cuidados de Suporte:
    • Administração de oxigênio umidificado aos pacientes com tórax instável.
    • Analgésicos podem melhorar a ventilação, reduzindo a dor durante a respiração. Em alguns casos, a ventilação pode precisar de suporte mecânico.
    • Monitoramento cuidadoso da volemia, pois a lesão pode resultar tanto de hipovolemia (por hipoperfusão pulmonar) quanto de hipervolemia (por edema pulmonar).
  2. Reparo Cirúrgico:
    • Em pacientes selecionados com tórax instável, a fixação cirúrgica dos arcos costais pode ser considerada. Isso reduz o risco de pneumonia, o tempo de internação, a duração da ventilação mecânica e a mortalidade.
  3. Fisioterapia Respiratória:
    • A fisioterapia é crucial para evitar complicações respiratórias. Ela ajuda a manter a expansão pulmonar, melhorando a ventilação e prevenindo complicações como atelectasia e pneumonia.
  4. Monitoramento Hidroeletrolítico:
    • É importante ter cuidado com a reposição hidroeletrolítica dos pacientes para evitar congestão e piora da troca respiratória.

Em resumo, o tratamento do tórax instável envolve uma abordagem multidisciplinar, com foco na estabilização, alívio da dor, suporte respiratório adequado e monitoramento rigoroso. A enfermagem desempenha um papel fundamental na avaliação contínua e na implementação desses cuidados para garantir o melhor resultado possível para o paciente.

Referências:

  1. MSD Manuals
  2. Medway
  3. ABCMED, 2017. Tórax instável – conceito, causas, características clínicas, diagnóstico, tratamento e possíveis complicações.

XABCDEF do Trauma: ATLS

A ATLS (Advanced Trauma Life Support) irá disponibilizar em sua 11º edição, uma atualização importante sobre a avaliação primária.

Como será o novo mnemônico?

X – Exsanguinação

– Identificar e conter hemorragias massivas

A – Vias Aéreas +controle manual cervical

– Realizar desobstrução das VA e restringir movimentos do pescoço

B- Ventilação/Oxigenação

-Exame físico, uso de oximetria e oferta de oxigênio

C -Circulação

-Perfusão, pulsos, coloração + temperatura da pele, sangramentos

D – Neurológico

-Glasgow – Pupilas – Sinais de TCE

E – Exposição e controle de temperatura

-Hipotermia pode ser letal – observar outras lesões

*F – Fatores associados*

-Populações especiais: Criança, idoso, gestante

Não confunda com o XABCDE do PHTLS!

O PHTLS fala do atendimento pré-hospitalar ou traumatizado, já o ATLS fala do suporte avançado de vida no trauma. Ou seja:

No PHTLS vai estudar e trazer referências sobre o atendimento de uma vítima antes dela chegar no Hospital, portanto, no caso de um acidente na rua ou em qualquer outro local que não seja no hospitalar.

Já o ATLS irá tratar apenas de procedimentos avançados, ou seja, procedimentos que serão realizados por médicos ou até enfermeiros porém dentro do ambiente hospitalar.

Contudo, essa atualização trazendo “F” ela aconteceu dentro do ATLS então que dizer, que é uma atualização para ser praticada dentro do ambiente hospitalar!

Essa atualização do ATLS que ainda vai acontecer, ela vai tratar do ambiente INTRA HOSPITALAR, então para quem trabalha no ambiente Extra hospitalar (APH), isso não vai mudar nada, continuando até então o protocolo XABCDE.

Referências:

  1. Global Symposium ATLS

Colar Cervical

O colar cervical é indicado para diferentes situações onde o paciente tem dores no pescoço ou na coluna cervical. A coleira, como também é conhecida, mobiliza apenas a região do pescoço e apesar das pequenas limitações, permite a movimentação geral do corpo, braços e tronco, o que proporciona mais autonomia para o paciente.

Estresse, má postura, manter a cabeça abaixada ou levantada por muito tempo e até dormir de maneira incorreta, podem causar traumas na coluna cervical.

A causa mais comum para o aparecimento da dor cervical são os acidentes de carro, quando a cabeça é projetada para frente e para trás. Porém essas dores também podem surgir como sintomas de problemas mais complexos de tensão muscular.

Quando usar um colar cervical

Pós-operatório

Os médicos costumam indicar o uso do colar cervical após cirurgias de artrodese cervical, hérnia de disco cervical e compressão medular ou radicular por artrose.

A utilização desse acessório é recomendada, pois evita movimentações que podem interferir negativamente na reabilitação e também ajuda a diminuir a dor e proporcionar mais conforto ao paciente.

Primeiros socorros

O uso do colar cervical nessas situações é fundamental para evitar o agravamento do quadro do paciente e algum possível trauma. Ele mobiliza a coluna cervical e protege a medula, garantindo mais segurança durante o transporte até o hospital.

Estabilizar a região do pescoço

É recomendado também em quadros de torcicolo, artrite e artrose. Ele garante uma maior estabilidade cervical e mantém uma postura adequada durante o dia ou para dormir.

Tipos de colar cervical

Existem basicamente três tipos de colar cervical, são eles:

Colar macio

Indicado para o tratamento de dores causados por tensão muscular. Por ser maleável, permite que o pescoço tenha um movimento quase normal.

Colar cervical semirrígido e rígido

Esses dois modelos costumam ser prescritos para estabilizar a cervical após cirurgia, fratura, deslocamento ósseo ou articular. O seu uso é recomendado por períodos de até 2 meses, algumas vezes havendo a necessidade de prolongamento desse tempo. Sendo usado como parte do pós-operatório e não necessariamente para o controle da dor.

O propósito desse acessório ortopédico é imobilizar a cabeça e colocar a coluna cervical em posição neutra, ajudando também a aliviar a dor, trazendo conforto e permitindo que a lesão se recupere.

Embora o colar seja considerado uma intervenção necessária em muitos casos, os seus efeitos colaterais devem ser considerados, principalmente quando usado por um longo período de tempo. Por isso, é importante procurar um especialista que irá indicar o melhor modelo e a forma de uso correta para o seu caso.

Esse tipo de imobilizador auxilia pessoas que sofreram algum tipo de queda ou trauma, além das que precisam estabilizar o pescoço para tratar dores ou se recuperar de cirurgias na coluna cervical.

Referências:

  1. De Souza. G, Gonçalves, D., & Pastre, C. (2006). Propriocepção cervical e equilíbrio: uma revisão. Fisioter Mov, 19(4), 33–40.

Fios de Kirschner

Fios de Kirschner, ou Fios K, consistem basicamente de um fio metálico com uma pequena rosca na extremidade, e foram introduzidos na medicina em 1909 por Martin Kirschner. A função original dos Fios de Kirschner é de fixar fragmentos ósseos, sendo utilizados até hoje nessa função, primordialmente em conjunto com placas ósseas.

Contudo, atualmente esses fios metálicos também são utilizados em outra função, que se tornou até mais comum. Eles são usados como fios-guia para cirurgia, auxiliando na inserção de parafusos canulados para a correta posição no tecido ósseo. Nesta função, estes produtos são considerados instrumentais cirúrgicos que apresentam contato invasivo com o paciente, mas que não ficarão implantados.

Classificação

De acordo a Estrutura Física:

  • Os Fios-K rosqueados, utilizados em situações em que a migração do pino é frequente, anulando forças biomecânicas e físicas, como a força da gravidade, forças de alavanca, forças de contração muscular, forças ligamentares).
  • Fios-K com ponta cônica única.
  • Fios-K com ponta cônica em ambas extremidades.
  • Fios-K com ponta trifacetada.
  • Fios-K com ponta bifacetada.
  • Fios-K com Oliva.
  • Os Pinos de Schanz, normalmente chamados assim pinos com diametro maior a 1.4mm na nomeclatura internacional.
  • Os “Pinos de Denhan” são varetas com rosqueamento central, intercalado por extremidades lisas. Eles são usados para tração esquelética de engate ou em Fixadores Ósseos Externos.

De acordo a estrutura Química:

  • Fios-K de Aço: Fabricados em Aço Inoxidável 316L (austenítico).
  • Fios-K de Titanio: Fabricados em Titânio F136.

De acordo a estrutura Físico-Química:

  • Fios-K Elásticos: Fabricados com Nitinol, (liga de TiNi).

Indicações de Uso

  • Os Fios-k são usados para fixação temporária durante algumas cirúrgias, após a fixação definitiva eles são normalmente retirados. São utilizados como fixação temporária, onde eles são removidos normalmente entre 4 e 8 semanas de pós operatório.
  • Os fios podem ser usados como fixação definitiva em fraturas com fragmentos pequenos ou instáveis. (p. ex. fraturas do punho e fraturas e luxações na Mão). Em determinadas situações, são usados para fixação óssea intramedular como na Ulna.
  • Os Fios-K rosqueados, utilizados em situações em que a migração do pino é frequente, anulando forças biomecânicas e físicas, como a força da gravidade, forças de alavanca, forças de contração muscular, forças ligamentares).
  • Banda de Tensão
  • Tração esquelética
  • Fixação Articular Temporária
  • Fios-k podem ser usados como Fio-Guia na inserção de parafusos Canulados, aumento assim a precisão de inserção.
  • Fios-k Elásticos podem ser usados em alguns tipos fraturas de Clávicula.
  • Fios-k também formam parte do fixador de Ilizarov.

Complicações

  • Infecção no trajeto do pino: Nas fixações percutâneas com sepultamento, devido a ser introduzido no osso através da pele, eles formam uma um trajeto pelo qual é potencialmente possível passagem e migração de bactérias, vírus ou fungos ao osso, causando infecção óssea, denominada Osteomielite. Em tais casos, a área ao redor do pino, se torna vermelha e inchada e pode haver secreção de pús. Normalmente a infecção é resolvida com a remoção do pino.
  • Em Fixações Percutâneas Temporárias, nas fraturas do osso Punho, os pinos são normalmente deixados expostos e realizado um semi círculo para previnir o deslocamento do pino ou sepultamento por cicatrização. Com a mesma finalidade há Olivas metálicas, inseridas por pressão na extremidade exposta.
  • Geralmente os cirurgiões recomendam a higiene e limpeza no local de inserção do pino, a frequência e o tipo solução antisséptica dependem da bibliografia e experiência pessoal do Médico Cirurgião.

Referências:

  1. Sussex Hand Surgery «K Wire Fixation of Hand Fractures»

Luxação, Entorse, Estiramento, Contusão: As Diferenças

Ao praticar exercícios físicos, quando estamos no trabalho ou, mesmo, cumprindo tarefas rotineiras, estamos sujeitos a sofrer uma lesão como entorse, contusão, estiramento e luxação. Todas essas condições precisam ser diagnosticadas corretamente para receber o cuidado adequado.

No entanto, esses problemas são comumente confundidos, seja em função dos seus sintomas ou porque o conceito é aplicado de forma errada. Foi pensando nisso que preparamos este artigo para explicar quais são as diferenças entre eles.

O que é Luxação?

A luxação ocorre somente nas articulações. Essa lesão faz com que os ossos que se encontram desloquem, ficando posicionados do modo errado. É muito comum que a luxação aconteça nos tornozelos, ombros, cotovelos, joelhos, quadris, dedos e mandíbula.

A pessoa que sofre uma luxação não consegue realizar movimentos, uma vez que os ossos não estão se encontrando adequadamente na articulação. Por isso, ela precisa receber tratamento profissional, pois o cuidado inadequado pode causar danos aos nervos e tendões.

Essa lesão pode acontecer em função de um movimento malfeito, uma pancada, acidente, queda ou qualquer outra situação que venha forçar a articulação e faça com que os ossos se movimentem e se desencontrem.

Sintomas

A luxação provoca uma dor muito intensa na articulação afetada e pode irradiar pelo membro ou região do corpo, em função de dano ao nervo. Outros sintomas que se manifestam são o inchaço, hematoma, limitação ou impossibilidade de movimentos e deformidade.

O que é um Entorse?

A entorse, popularmente conhecida como torção, é um tipo de lesão que afeta os tecidos fibrosos que fazem a conexão de dois ossos na articulação. É comumente provocada por um movimento atípico, em geral, rotacional. Por isso, costumamos dizer que torcemos o tornozelo ou o pulso, por exemplo.

Quando ocorre essa movimentação inadequada, os ligamentos podem sofrer um estiramento, que ocorre quando o tecido se estica além da sua capacidade. Como consequência, pode acontecer a ruptura parcial ou total deles.

A entorse resulta de movimentos inadequados ou exagerados de uma articulação. Também pode ser o resultado da falta de aquecimento antes da prática de exercícios, ou um preparo físico deficiente para aquela atividade.

Sintomas

A pessoa que sofre uma entorse sente uma dor intensa no local lesionado, bem como pode perceber a formação de edema, inchaço e vermelhidão na pele. O local fica sensível, existe a possibilidade de inflamar e, muitas vezes, há dificuldade para realizar movimentos. Em casos mais graves também pode ser notada uma deformidade e hematoma.

O que é um Estiramento?

O estiramento muscular é a lesão que acontece quando existe ruptura das fibras musculares, sendo mais comum após um esforço físico excessivo que acabe esticando demasiado o músculo.

Assim que acontece o estiramento, a pessoa pode sentir uma dor intensa no local da lesão, além de também poder notar diminuição da força muscular e da flexibilidade.

Sintomas

Os principais sintomas de estiramento muscular são:

  • Dor intensa no local do estiramento;
  • Perda de força muscular;
  • Diminuição da amplitude do movimento;
  • Diminuição da flexibilidade.

O estiramento muscular acontece com mais frequência na musculatura da coxa e nas panturrilhas, mas também pode acontecer nas costas e nos braços.

É importante que assim que surgirem sintomas sugestivos de estiramento se consulte um ortopedista ou fisioterapeuta, para que seja avaliada a gravidade da lesão e indicado o tratamento mais adequado.

O que é uma Contusão?

A contusão é um tipo de lesão menos grave do que a entorse porque ela não provoca grandes danos, uma vez que não afeta os ossos nem os ligamentos. É um problema que acontece de forma superficial, afetando somente tecidos moles, como a pele, a camada de gordura, a musculatura e vasos sanguíneos ou linfáticos.

Um tombo ou pancada podem desencadear uma contusão. Sendo assim, quando você bate a perna ou o braço, por exemplo, e o local fica dolorido por um tempo, você sofreu uma lesão desse tipo. Assim que os sintomas cessam, é possível retornar às atividades sem limitações.

Sintomas

É muito difícil encontrar uma pessoa que nunca tenha sofrido uma contusão, e provavelmente isso também já aconteceu com você. Ela provoca sintomas como dor, inchaço, hematoma, vermelhidão e sensação de calor na região afetada. Esses incômodos podem passar em menos ou mais tempo, dependendo da intensidade da pancada sofrida.

Cuidados após sofrer estes tipos de lesões

Se você sofrer uma lesão que apresente sintomas característicos de entorse ou luxação é muito importante manter o local imobilizado e procurar ajuda médica, pois esses dois problemas podem trazer danos mais significativos que exigem atendimento especializado.

No caso da contusão, como ela é uma lesão mais superficial, dificilmente haverá necessidade de procurar um médico. Você mesmo pode se tratar em casa aplicando uma compressa fria no local para aliviar a dor e reduzir o inchaço. De toda forma, se os sintomas persistirem, é importante procurar um especialista.

Para qualquer uma dessas lesões não é recomendado fazer a automedicação. A única medida segura é a aplicação de compressas frias ou usar uma bolsa de gelo no local até que o especialista seja consultado, se preciso.

Também evite tocar o local, massagear ou tentar por conta própria reposicionar os ossos em caso de uma luxação. Isso porque também existe a possibilidade de ter ocorrido uma fratura, condição que somente pode ser tratada por um médico.

Para não sofrer uma entorse, luxação ou contusão é muito importante aquecer corretamente antes da prática de exercícios, respeitar os limites do organismo e usar equipamentos como tornozeleiras e joelheiras. Prevenir uma lesão é fundamental para que você não comprometa nenhuma estrutura do seu corpo, tenha mais saúde e qualidade de vida.

Referências:

  1. Clínica Mayo
  2. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
  3. Fundação AO

Veja também:

Tipos de Fraturas Ósseas

Classificação de Fraturas Salter-Harris

Ferimentos Por Arma (FAF e FAB)

A violência com armas branca e de fogo é um problema de saúde pública, pela magnitude das repercussões na longevidade e na qualidade de vida dos cidadãos, e ainda pelos  levados gastos públicos decorrentes deste problema, seja pela segurança ou atenção à saúde.

De acordo com a legislação brasileira, armas são definidas como artefatos que têm por objetivo causar dano, permanente ou não, a seres vivos e coisas.

Arma branca é definida como artefato cortante ou perfurante, normalmente constituído por peça em lâmina ou oblonga. Arma de fogo é definida como arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara que, normalmente, está solidária a um cano que tem a função de propiciar continuidade à combustão do propelente, além de direção e estabilidade ao projétil.

Os traumas, por ferimento por arma branca (FAB), são pouco descritos, quando comparados com ferimentos por arma de fogo (FAF), porém, não menos importantes, pelo aumento de sua frequência, conforme há o crescimento populacional, a violência civil e os crimes passionais, associados ao maior controle e dificuldade em se adquirir arma de fogo, quando comparado com arma branca.

Escore de Trauma Revisado (RTS)

Existem diversos índices de trauma, com diferentes níveis de complexidade para aplicação prática. O Escore de Trauma Revisado (RTS) é largamente utilizado pelos serviços de emergência em todo o mundo. Este escore é classificado como fisiológico, uma vez que leva em consideração parâmetros das funções vitais do paciente.

No RTS são analisados três parâmetros: avaliação neurológica pela Escala de Coma de Glasgow (ECG), avaliação hemodinâmica pela pressão arterial sistólica (PAS) e frequência respiratória (FR).

Os valores das variáveis devem ser ponderados e somados, mediante a fórmula: RTS = 0,9368 x ECGv + 0,7326 x PASv + 0,2908 x FRv, onde v é o valor (de 0 a 4) correspondente às variáveis na admissão do paciente.

Dessa maneira, o RTS poderá variar de 0 a, aproximadamente, 8, permitindo frações. Quanto maior o valor final, melhor será o prognóstico, sendo possível o conhecimento da probabilidade de sobrevida.

Cuidados de Enfermagem

  • Utilizar condutas para ferimento fechados ou abertos dependendo do tipo de lesão causada pela arma de fogo;
  • Sendo exposto o ferimento para inspeção;
  • Controle do sangramento;
  • Limpeza de superfície da lesão e proteção com gaze estéril;
  • Os orifícios de entrada e saída do projétil igualmente protegido;
  • Avaliar a necessidade de reanimação da vítima;
  • Manter vias aéreas pérvias;
  • prevenir estado de choque, ou tratar se já estiver instalado e imobilizar a coluna se o ferimento for na cabeça, pescoço, tórax ou abdômen.

Referências:

  1. ALVAREZ, Bruno Durante et al. Analysis of the Revised Trauma Score (RTS) in 200 victims of different trauma mechanisms. Rev do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 43 (5): 334-340, 2016.
  2. ALVES, Elizângela; MESQUITA, Wiliany; TELES, Naracélia. Situações enfrentadas pelos enfermeiros no serviço de atendimento pré-hospitalar. Rev Diálogos Acadêmicos, 3 (2): 102-108, 2016.
  3. ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. São Paulo, 2015. 156 p. BORGES, Lucienne Martins; LODETTI, Mariá Boeira; GIRARDI, Júlia de Freitas. Homicídios conjugais: o que dizem os processos criminais. Psicol. argum, 32 (2):197-208, 2014.
  4. BRASIL. Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000. Dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados. Diário Oficial, Brasília, DF, 21 nov. 2000.
  5. BRASIL. DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (DATASUS). Sistema de informação sobre mortalidade. Disponível em: <http://datasus.saude.gov.br/ >. BRASIL. Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Informações de Saúde, Sistema de Informações sobre Mortalidade.
  6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Coordenação-Geral de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis. Coordenação de Vigilância, Prevenção e Controle de Violências e Acidentes. NOTA TÉCNICA Nº CDDANT/DASIS/SVS/MS. Sistema de Informação de Vigilância de Violências e Acidentes em Serviços Sentinela – VIVA (Notificação/Investigação Individual de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras Violências; e Notificação de Acidentes e Violências em Unidades de Urgência e Emergência). Brasília: Ministério da Saúde; 2006. [Citado 2008 abr. 15].
  7. CABRAL, Amanda et al. Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: um observatório dos acidentes de transportes terrestres em nível local. Revista Brasileira de Epidemiologia, 14 (1): 3-14, 2011.
  8. CARVALHO, Isabel Cristina Cavalcante Moreira; SARAIVA, Isabel Sá. Perfil das vítimas de trauma atendidos pelo serviço de atendimento móvel de urgência. Rev Interdisciplinar, 8(1):137-148, 2015.
  9. CARVALHO, Tânia et al. Caracterização de casos de homicídio em uma capital do nordeste brasileiro: 2003 a 2007. Rev da Rede de Enferm do Nordeste, 11(3), 2010.
    CASAGRANDE, Denise; STAMM, Bruna; LEITE, Marinês Tambara. Perfil dos atendimentos realizados por uma Unidade de Suporte Avançado do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Rio Grande do Sul. Scientia Medica, Porto Alegre, 23(3): 149-55, 2013.

Protocolo START: Triagem de Múltiplas Vítimas

O protocolo de triagem START Simple Triage And Rapid Treatment, isto é, triagem simples e tratamento rápido, foi pensado para rápida avaliação em incidentes com múltiplas vítimas, categorizando-as em quatro categorias de cores que informam o nível de urgência necessária de atendimento.

Pacientes classificados como categoria verde, são os feridos que deambulam; esses indivíduos podem se movimentar e obedecer comandos. Eles devem ser direcionados a uma área segura e aguardar posterior atendimento e tratamento.

Pacientes classificados no grupo preto não respiram, mesmo após reposicionamento das vias aéreas. Esses pacientes não recebem tratamento.

As duas categorias intermediárias – vermelho, que indica pacientes que necessitam de atendimento imediato, e amarelo”, que indica pacientes que também devem receber cuidado rápido, porém ainda podem aguardar – requerem uma avaliação mais aprofundada acerca do status respiratório, circulatório e neurológico (mental).

RPM – 30 – 2 – obedece ordens

“RPM – 30 – 2 – obedece ordens” foi criado como uma forma de memorizar os componentes do exame que separam pacientes entre o grupo vermelho e o grupo amarelo. Cada uma das três primeiras letras do mnemônico se relaciona com um dos três componentes seguintes:

  • R (respiração): Indica aqueles pacientes que se adequam para tratamento posterior, devendo apresentar frequência respiratória (FR) menor que 30 ipm;
  • P (perfusão): Perfusão adequada é indicada quando tempo de preenchimento capilar é menor do que 2 segundos;
  • M (mental): nos sugere que o status mental é adequado se o paciente consegue obedecer comandos. Isto é, o paciente com status mental adequado consegue realizar as ordens que lhes são solicitadas.

Pacientes com qualquer das categorias RPM alterada (FR maior que 30 ipm, perfusão capilar lenta ou status mental alterado) pertencem à categoria “vermelha e demandam controle imediato de condições de alto risco de morte como hemorragia ou obstrução de vias aéreas. Aqueles que não se encaixam nas categorias verdevermelho ou preta são designados amarelos, recebendo prioridade após a categoria vermelha ser atendida.

Pela sua natureza, incidentes com múltiplas vítimas são estressantes e acontecem quando estamos menos preparados. O simples mnemônico “RPM – 30 – 2 – obedece ordens” pode ajudar você a lembrar os componentes importantes do sistema a serem avaliados.

Referências:

  1. https://canadiem.org/start-triage-protocol-rpm-30-2-can-do/;
  2. Rosen P. Rosen’s Emergency Medicine. Elsevier; 2018.

Mochilas para Atendimento Pré-Hospitalar

As mochilas para o Atendimento pré-hospitalar são ferramentas para facilitar o atendimento de acordo com o tipo de suporte: O SBV / SAV.

De acordo com o Atendimento em questão:

  • SBV (Suporte Básico de Vida) : Sempre as mochilas vermelha e verde, DEA (Desfibrilador Externo Automático), adicionando a mochila laranja quando se tratar de casos traumáticos;
  • SAV (Suporte Avançado de Vida) : são as mochilas azul, Amarela, Verde, Monitor Cardíaco, Mochila laranja quando se tratar de casos traumáticos.

O Que contém em cada Mochila?

Mochila Verde

Possui as mais variadas medicações, possibilitando todo tipo de atendimento, como por exemplo, casos de hipertensão, parada cardíaca, dispneia, surtos psicóticos, náuseas, vômitos entre outras queixas.

Mochila Azul

Possui variados materiais para abertura de vias aéreas, intubação.

Mochila Vermelha

Possui materiais para punção venosa e aparelhos para mensuração de sinais vitais como oximetro, estetoscópio, termômetro, esfigmomanômetro e aparelho HGT.

Mochila Amarela

Possui materiais para pequenas cirurgias (instrumentos, tesouras, ataduras, gazes, etc).

Mochila Laranja

Possui materiais de apoio para queimaduras, acesso venoso, vias aéreas, entre outros.

Dependendo do tipo de ocorrência, comunicada pelo médico regulador, a equipe deve se organizar em relação a que tipo de material e como transportá-lo, a fim de diminuir o tempo resposta do atendimento.

Referência:

  1. SAMU 192 Sorocaba

Punção Intraóssea

A punção intraóssea (IO) é um procedimento emergencial que permite a administração da maioria dos medicamentos utilizados em emergências quando não se consegue um acesso venoso periférico, principalmente em casos de hemorragia e em situações de trauma.

A via intraóssea pode ser usada com segurança em diferentes locais de punção, em pacientes adultos e crianças, com um risco muito baixo de complicações, sendo a mais comum o derramamento de fluidos.

Essa via de administração pode ser usada para lactentes, crianças ou adultos, quando não for possível estabelecer um acesso venoso de emergência nos primeiros dois minutos após o atendimento inicial no caso de parada cardiorrespiratória.

Locais para Punção

Crianças
  • Superfície antero-medial da tíbia proximal, 2,5 cm abaixo da tuberosidade tibial;
  • Tíbia e fêmur distais. A tíbia distal é preferível por ter uma cobertura fina de córtex ósseo e por possibilitar acesso mais difícil, porque o osso está bem protegido por músculo e gordura;
  • A inserção no esterno não é recomendável para crianças, devido ao risco de perfuração;
  • Nunca introduzir uma agulha intraóssea nas placas epifisárias de uma criança.
Adultos
  • Crista ilíaca ou esterno (com exceção do segmento anteroposterior, no qual a agulha poderia penetrar por completo);
  • Extremidade distal do rádio, a metáfise proximal do úmero e uma região situada 3 a 4 cm antes da extremidade distal do maléolo lateral ou medial;
  • A agulha também pode ser introduzida no processo estiloide da ulna, na epífise distal do segundo metacarpo, na epífise distal do primeiro metatarso, na tíbia ou no fêmur distal.

Enfermeiro pode ser habilitado para realizar punção intraóssea!

O COFEN aprovou a  Resolução 648/2020, que dispõe sobre a normatização, capacitação e atuação do enfermeiro na realização da punção intraóssea em situações de urgência e emergência pré e intra-hospitalares.

A normativa, proposta pela Comissão Nacional de Urgência e Emergência, busca trazer mais segurança no procedimento, crucial para salvar a vida de pacientes graves.

Observação

  • Recomenda-se a antissepsia do local com gluconato de clorexidina a 0,5%, iodopovidona a 10% ou álcool a 70%;
  • Utilizar cobertura estéril de fixação e não ultrapassar impreterivelmente, o período máximo de 24h com uso da via intraóssea, buscando um novo acesso após estabilização do paciente.

Referências:

  1. LANE, John Cook and GUIMARAES, Hélio Penna. Acesso venoso pela via intraóssea em urgências médicas. Rev. bras. ter. intensiva [online]. 2008, vol.20, n.1, pp. 63-67.
  2. Ricardo Américo Ribeiro de; MELO, Clayton Lima; DANTAS, Raquel Batista  and  DELFIM, Luciana Valverde Vieira. Acesso vascular por via intraóssea em emergências pediátricas. Rev. bras. ter. intensiva [online]. 2012, vol.24, n.4, pp. 407-414.
  3. EUA. Suporte Avançado de Vida Cardiovascular. American Heart Association. Manual do Profissional, 2011.