O DEA, ou desfibrilador Externo Automático, é um equipamento portátil destinado a reverter parada cardiorrespiratória através da detecção automática de ritmos chocáveis (fibrilação ventricular e taquicardia ventricular) e aplicação de pulso de desfibrilação bifásico.
O desfibrilador automático externo (DEA), utilizado em parada cardiorrespiratória, tem como função identificar o ritmo cardíaco “FV” ou fibrilação ventricular, presente em 90% das paradas cardíacas.
Efetua a leitura automática do ritmo cardíaco através de pás adesivas no tórax. Tem o propósito de ser utilizado por público leigo, com recomendação que o operador faça curso de Suporte Básico em parada cardíaca. Descarga: 200 J (bifásico) e 360 J (monofásico) em adultos. Crianças, acima de 8 anos – 100 J (redutor).
Não há consenso na utilização de crianças com menos de 30 kg.
Hoje, são utilizados equipamentos em unidades de emergência e UTIs, com cargas monofásicas que variam de 0 a 360 J ou bifásicas de 0 a 200 J.
Em muitos países a aquisição e utilização dos aparelhos DEA é livre e incentivada, pelas seguintes razões:
- em caso de paragem cardiorrespiratória tem de ser aplicado de imediato, não havendo tempo para chamar um serviço de emergência;
- os DEA atuam sozinhos/inteligentemente, aplicando o choque apenas se for estritamente necessário.
O DEA/DAE pode ser usado em pediatria, porém, veja na animação a seguir algumas ressalvas:
Cuidados com a utilização do DEA
O uso do desfibrilador acontece segundo os quatro passos seguintes:
- Ligue o aparelho: ligue o DEA e escute atentamente às instruções sobre como proceder.
- Posicione os eletrodos: normalmente, os eletrodos dos DEAs são adesivos em coxim. O direito deve ser posicionado embaixo da clavícula da vítima, enquanto o esquerdo deve ser aderido abaixo do mamilo esquerdo.
É importante que os eletrodos sejam posicionados corretamente, para que a corrente elétrica atinja mais fibras cardíacas.
- Aguarde o aparelho analisar a condição do paciente: depois de posicionar os coxins no paciente, instale o cabo do aparelho na luz indicativa. A partir daí, o DEA irá fazer uma análise do seu ritmo cardíaco.
É o resultado dessa análise que determinará se é necessário aplicar o choque ou não. Quando a análise aponta para a não realização do choque, deve-se prosseguir com a massagem e aguardar a chegada da emergência.
- Dê o choque: se a análise do desfibrilador apontar que é preciso efetuar o choque no paciente, veja primeiro se não tem ninguém muito perto ou em contato com o DEA ou com a vítima.
Assim, pressione o botão de choque. É importante ressaltar que o aparelho dá uma descarga elétrica por vez. Após dois minutos, uma nova avaliação do ritmo cardíaco é realizada, indicando o próximo passo a ser seguido.
Não remova o desfibrilador após o procedimento. Aguarde o atendimento médico.
Preparações especiais
Antes de posicionar os eletrodos do DEA no paciente, é preciso atentar a alguns detalhes. No caso em que a vítima é um homem com muito pelo na região peitoral, deve-se raspar a área antes da colocação dos coxins, a fim de que eles fiquem aderidos diretamente na pele.
Antes de utilizar um DEA, certifique-se de que o paciente não está molhado. Caso esteja, seque-o.
O eletrodo do desfibrilador também não pode ser colado sobre implantes de marca-passo e medicamentos adesivos, uma vez que pode haver interferência na corrente elétrica. É necessário retirar também acessórios de metal como joias, pulseiras e sutiãs com aro.
A cada 40 segundos um brasileiro morre devido a problemas cardíacos. Mas, com um desfibrilador por perto, você garante um atendimento a uma complicação por arritmia cardíaca em adultos e crianças em poucos minutos com uma elevada taxa de sobrevivência.
Cuidados na utilização do DEA com crianças
- Em crianças de 1 a 8 anos, deve-se utilizar um sistema atenuador de carga pediátrico, se disponível;
- Caso o DEA não possua o sistema atenuador pediátrico, deve-se usar um DEA padrão;
- Para crianças com menos de 1 ano de idade, prefira o desfibrilador manual. Caso não haja um disponível, utilize o DEA com atenuação de carga pediátrica. Caso não tenha nenhum dos dois disponíveis, utilize um sem atenuador de carga;
- A carga ideal de desfibrilação em pacientes pediátricos não é conhecida, porém pode-se considerar uma carga inicial de 2 J/kg;
- Nos choques subsequentes, os níveis de energia devem ser de, no mínimo, 4 J/kg, podendo ser considerados níveis de energia mais altos, desde que não excedam 10 J/kg ou a carga máxima para adultos.
Caso a criança chegue à emergência ou tenha uma PCR dentro do ambiente hospitalar, sem suspeita de trauma, e ela esteja não responsiva, havendo suspeita de estar sufocada, a via aérea deve ser verificada.
As duas formas que temos para isso são as manobras chin-lift (inclinação da cabeça – elevação do queixo e jaw-thrust (elevação da mandíbula). Ressalta-se que em caso de suspeita de trauma de crânio ou cervical, a manobra utilizada para a abertura das vias aéreas deve ser a de elevação da mandíbula (manobra jaw-thrust).
Referências:
- CMOs drake
- IESPE
- ANVISA
- Lister, Pablo et al. Uso do desfibrilador automático externo no ambiente pré-hospitalar peruano: melhorando a resposta a emergências na América Latina. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. 2009, v. 21, n. 3 [Acessado 4 Agosto 2022] , pp. 332-335. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-507X2009000300015>. Epub 30 Out 2009. ISSN 1982-4335. https://doi.org/10.1590/S0103-507X2009000300015.
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