O que é a Isquemia Cardíaca?

A isquemia cardíaca (IC) é caracterizada pela diminuição da passagem de sangue pelas artérias coronárias. Geralmente, é causada pela presença de placas de gordura em seu interior, que quando não são devidamente tratadas, podem romper e entupir o vaso, causando angina e infarto.

A isquemia cardíaca pode ser classificada como sendo:

ISQUEMIA CARDÍACA CRÔNICA

Caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura no interior das artérias, cujo principal sintoma é a dor no peito que surge inicialmente, durante esforços e, com o tempo, passa a surgir até mesmo em repouso;

ISQUEMIA CARDÍACA TRANSITÓRIA

Caracterizada pela dor no peito que surge quando o indivíduo encontra-se sob estresse emocional ou estresse físico, e diminui em repouso; Comum em mulheres jovens.

ISQUEMIA SILENCIOSA

Pode não gerar sintomas e afetar o indivíduo descansando, sentado, deitado ou dormindo. Geralmente é diagnosticado durante exames de rotina.

TRATAMENTO PARA ISQUEMIA CARDÍACA

O tratamento para isquemia cardíaca pode ser feito com a tomada de medicamentos como:

-Beta-bloqueadores para reduzir os batimentos cardíacos;

-Estatinas para redução das placas de gordura;

-Antiplaquetários para diminuir a formação de coágulos sanguíneos e o rompimento das placas de gordura;

-Nitratos que dilatam os vasos do coração.

Estes medicamentos só devem ser utilizados sob rigorosa orientação do médico cardiologista. Nos casos mais graves, quando a tomada de medicamentos não é suficiente o médico poderá indicar uma cirurgia.

Alguns fatores de risco como colesterol alto, hipertensão arterial, tabagismo, sedentarismo, diabetes, apneia do sono e crises de ansiedade, podem aumentar o risco de isquemia cardíaca e por isso, o controle de todos estes fatores é importante para o tratamento.

OPÇÕES CIRÚRGICAS

ANGIOPLASTIA CORONÁRIA COM OU SEM STENT

Indicada para doenças agudas, que acometem poucos vasos, vaso único ou vasos secundários, ou até mesmo em pacientes com alto risco para cirurgia aberta.

CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

Indicada para casos mais graves quando há uma grande obstrução da passagem sanguínea ou um acometimento de muitos vasos ou de vasos importantes. Utiliza as veias safenas e/ou as artérias mamárias como uma ponte, o que regulariza a passagem de sangue pelos vasos do coração. A cirurgia é delicada e o indivíduo poderá ficar internado no hospital por mais de 4 dias, dependendo da sua recuperação. É indicada a realização de fisioterapia ainda no hospital para reabilitação cardíaca precoce.

Sintomas da isquemia cardíaca

– Angina de peito: caracterizada por dor no peito que pode irradiar para nuca, queixo, ombros ou braços;

– Palpitações cardíacas;

– Pressão no peito;

– Falta de ar ou dificuldade para respirar;

– Enjoo;

– Palidez e suor frio;

No entanto, a isquemia cardíaca pode não apresentar sintomas sendo somente descoberta num exame de rotina ou quando gera um ataque cardíaco.

CAUSAS DA ISQUEMIA CARDÍACA

-Doença aterosclerótica : rompimento de placas que se formaram dentro dos vasos;

-Embolia coronariana;

-Lúpus eritematoso sistêmico;

-Poliarterite nodosa;

-Sífilis;

-Doença de Takayasu;

-Hipercoagulabilidade;

-Espasmo coronário;

-Hipertrofia ventricular esquerda;

-Estenose aórtica;

-Tireotoxicose;

-Diabetes mellitus;

-Uso de drogas como cocaína ou anfetaminas;

-Síndrome X.

A causa mais comum da isquemia cardíaca é a aterosclerose, e esta pode ser controlada através da prática regular de exercícios físicos, alimentação pobre em gorduras e açúcares e manutenção do peso ideal.

Veja mais em:

Colostomia: O que é?

colostomia

O termo colostomia designa a união à parede abdominal anterior de uma porção do cólon, com o fim de permitir a evacuação de fezes e gases. Esta evacuação dá-se por um orifício chamado estoma.

Estoma é um tratamento cirúrgico que corrige distúrbios intestinais, é normalmente recomendado em pacientes que possuem parte do intestino bloqueado ou outra patologia que impeça a eliminação das fezes pelo reto.

Bolsas de Colostomia Descartáveis X Reutilizáveis: As Diferenças

A Bolsa descartável tem sua validade a cada limpeza da colostomia, pois não possui um mecanismo para a limpeza interna do mesmo, e a bolsa de Colostomia reutilizável, popularmente chamada de Bolsa de Karaya, possui uma saída para desprezar e limpar a bolsa internamente, tendo sua validade após instalada em até 7 dias.

Estomaterapia: Você Sabia?

Existe um profissional habilitado especialmente para este tipo de procedimento. Este é o
Enfermeiro Estomaterapeuta, ou seja, é uma área de especialização em enfermagem, reconhecida desde 1980, que é responsável pelo estudo e tratamento de feridas agudas e crônicas. Cabe à especialidade também à assistência a pacientes com estomias e incontinências, a orientar, com mais clareza, os cuidados a serem realizados com diversos tipos de ostomias, como por exemplo, a colostomia, ileostomia, urostomia, etc. em ambiente domiciliar.

Quais são os cuidados que devemos tomar com as bolsas reutilizáveis?

  • Esvaziar a bolsa (no mínimo uma vez por plantão e sempre que necessário), soltando apenas o clampe que a fecha na parte inferior;
  • Lavá-la com soro fisiológico a cada vez que se desprezar o conteúdo no vaso sanitário. O clamp poderá ser reutilizado nas trocas do mesmo paciente;
  • A troca da bolsa é recomendada entre 5 e 7 dias, ou quando necessário (se houver
    vazamentos, mau cheiro intenso, sujidades), a vermelhidão e dor do peristoma indica problemas de irritação da pele;
  • O depósito das fezes na bolsa coletora se inicia em torno de 72 horas após a intervenção cirúrgica;
  • A drenagem poderá ser contínua e constante, pois não há controle de retenção (esfíncter) dos dejetos ao redor do Estoma;
  • A bolsa coletora deve ser esvaziada a cada 4 ou 6 horas. Deve-se observar a quantidade de material drenado com constância e não permitir que seja preenchida além da sua metade;

O preenchimento além desse limite coloca em risco a integridade do Estoma, ocasionando lesões e grande risco de infecção.

Quais são os cuidados que devemos ter com o estoma?

  • A pele no Estoma deve permanecer rosa ou vermelho vívido e brilhante;
  • Observar a pele ao redor da bolsa coletora, bem como a fixação e seu aspecto. Se muito sujo ao redor da fixação, deve-se fazer a troca da bolsa coletora;
  • É no intestino que ocorre a maior parte da absorção de líquidos e eletrólitos dispersos oriundos da nutrição do paciente. É prudente observar a ingestão de líquidos e monitorar com exames laboratoriais específicos a absorção adequada de eletrólitos e a hidratação regular. Sintomas de desidratação como pele seca e cefaléia (dor de cabeça) intensa e recorrente devem ser informados;

Quais são os cuidados gerais de Enfermagem com a Colostomia?

  • Limpar a região da colostomia com soro fisiológico a 0,9%, em movimentos circulares;
  • Secar a área ao redor com gaze estéril;
  • Marcar na bolsa o círculo com um guia de corte, de acordo com o diâmetro da fístula, do dreno ou da ostomia;
  • Recortar o orifício marcado;
  • Observar para que o orifício não fique apertado demais garrotando a ostomia, ou grande demais facilitando o contato da secreção direta com a pele lesando-a;
  • Retirar o adesivo;
  • Retirar o protetor que recobre a face superior da placa;
  • Aplicar a placa com o aro sobre a região;
  • Adaptar a bolsa plástica à parte inferior do aro na placa, em posição cefalocaudal;
  • Exercer uma leve pressão à roda, a partir da parte inferior da bolsa plástica até que esteja segura, solicitando ao paciente que enrijeça a região;
  • Puxar suavemente a bolsa para baixo, para confirmar se ela se encontra devidamente encaixada.
  • Registrar no prontuário: característica do débito de colostomia, volume, odor, cor, etc…

 

Classes de Antibióticos

Antibióticos

Os antibióticos podem ser classificados em bactericidas e bacteriostáticos, dependendo se o fármaco causa diretamente a morte das bactérias ou se apenas inibe sua replicação, respectivamente. Na prática, esta classificação se baseia no comportamento do antibiótico in vitro e ambas as classes podem ser eficazes no tratamento de uma infeção.

Os antimicrobianos podem ser classificados de várias maneiras, considerando seu espectro de ação, o tipo de atividade antimicrobiana, o grupo químico ao qual pertencem e o mecanismo de ação.

Mesmo com o grande número de compostos disponíveis, os sítios de ação são limitados. As principais classes de antibióticos inibem quatro alvos principais: biossíntese da parede bacteriana, biossíntese de proteínas, biossíntese de ácidos nucleicos, metabolismo do ácido fólico e membrana celular.

Para selecionar as substâncias antimicrobianas foram considerados os seguintes critérios: relação constante no Anexo I da RDC 20/11, Rename e Formulário Terapêutico Nacional e substâncias mais utilizadas na terapêutica.

Os antibióticos selecionados foram divididos nos seguintes grupos: penicilinas, carbapenêmicos, cefalosporinas, aminoglicosídeos, sulfonamídeos, macrolideos, quinolonas, fluoroquinolonas, glicopeptídeos, lincosamidas, tetraciclinas, anfenicóis e nitromidazólicos.

Penicilinas

Penicilina é o termo genérico que define um grande grupo de fármacos: penicilina G, penicilina V, meticilina, oxacilina, dicloxacilina, nafcilina, ampicilina, amoxicilina, carbenicilina, ticarcilina, mezlocilina, azlocilina e piperacilina.

As penicilinas formam um dos mais importantes grupos de antibióticos. São bactericidas e interferem na síntese da parede celular bacteriana. Hoje estão disponíveis penicilinas de origem natural ou sintética, sendo amplamente utilizadas devido à alta eficácia e baixa toxicidade. O grupo é dividido em penicilinas naturais ou benzilpenicilinas, aminopenicilinas, penicilinas resistentes às penicilinases e penicilinas de amplo espectro.

A associação da penicilina com determinadas substâncias, como a penicilina G potássica/benzilpenicilina potássica, determina a farmacocinética e farmacodinâmica das benzilpenicilinas.

As aminopenicilinas são penicilinas semi-sintéticas com adição de um grupo amino na cadeia lateral, e de espectro de ação mais amplo, em relação às benzilpenicilinas.

Apresentam boa absorção, tanto oral como parenteral. As aminopenicilinas disponíveis para uso clínico no Brasil são ampicilina e amoxicilina.

Após o advento da penicilina G, houve uma rápida disseminação de resistência a esta droga, por produção de beta-lactamases pelos estafilococos.

Assim, foram desenvolvidas as penicilinas resistentes às penicilinases. No Brasil, atualmente, o único representante disponível é a oxacilina, apenas para uso endovenoso. Apresenta metabolização hepática e excreção renal.

Posteriormente, para ampliar a cobertura contra os bacilos gram-negativos, foram desenvolvidas as penicilinas chamadas de penicilinas de amplo espectro, obtidas por associação com inibidores de betalactamase, as quais foram desenvolvidas na tentativa de evitar a aquisição de resistência das bactérias.

Os efeitos adversos mais frequentes causados pelas penilicinas são as reações de hipersensibilidade que podem variar desde uma simples reação urticariforme até um choque anafilático; também podem ocorrer manifestações cutâneas, toxicidade renal, toxicidade hematológica e neurotoxidade.

Carbapenêmicos

São antibióticos que contém anel beta-lactâmico e foram desenvolvidos para vencer os micro-organismos gram-negativos produtores de beta-lactamase, resistentes às penicilinas de amplo espectro.

O imipenem é um exemplo de carbapenêmico utilizado em associação com cilastatina, que bloqueia sua degradação no rim. Trata-se de um antibiótico ativo contra muitas bactérias gram-negativas e positivas, aeróbias e anaeróbias, incluindo infecções causadas por Pseudomonas e Acinetobacter spp. Seu uso deve ser reservado para infecções hospitalares graves causadas por bactérias altamente resistentes.

Cefalosporinas

As cefalosporinas constituem grande e valioso grupo de antimicrobianos utilizados em clínica. A maioria deriva da cefalosporina original (cefalosporina C) e são compostas por anel beta-lactâmico ligado a um anel di-hidrotiazínico. São classificadas em gerações em razão de seu espectro de atividade.
São bactericidas, possuem elevada toxicidade seletiva e boa distribuição corporal.

Estima-se que cerca de 1% a 3% dos pacientes tratados com cefalosporinas podem desenvolver algum tipo de reação alérgica. Apresentam como mecanismo de ação a inibição da síntese da parede celular, fato que as torna muito seguras, permitindo sua utilização com grande segurança em pediatria, na gravidez e lactação.

As cefalosporinas de primeira geração atuam preferentemente em cocos gram-positivos e apresentam pouca atividade frente aos gram-negativos. Os representantes da segunda geração apresentam atividade em bacilos gram-negativos, ainda mantendo alguma atividade diante de cocos gram-positivos. As cefalosporinas de terceira geração mostram-se muito eficazes contra bacilos gram-negativos, apresentando menor atividade contra cocos gram-positivos quando comparados aos representantes de primeira e segunda geração. Cefalosporinas de quarta geração apresentam amplo espectro de atividade, atuando contra bacilos gram-negativos e cocos gram-positivos, têm ainda maior estabilidade perante as beta-lactamases.

Aminoglicosídeos

Aminoglicosídeos são antimicrobianos usados principalmente no tratamento de pacientes com infecções graves causadas por bactérias gram-negativas aeróbias. São ineficazes contra anaeróbios. São bactericidas e todos têm eficácia semelhante.

Com o desenvolvimento de antimicrobianos menos tóxicos, o uso de aminoglicosídeos tem sido contestado. No entanto, por terem comprovada eficácia, apresentarem raro desenvolvimento de resistência bacteriana, pequeno risco de alergias e baixo custo, continuam sendo largamente utilizados, especialmente no tratamento de pacientes internados com infecções graves.

Em razão de ototoxicidade e nefrotoxicidade, as doses desses antimicrobianos devem ser muito bem definidas e seus possíveis efeitos tóxicos em potência devem ter monitoria durante todo o tratamento.

Sulfonamídeos

As sulfonamidas foram os primeiros agentes quimioterápicos eficazes usados no homem para profilaxia e cura de infecções bacterianas. Constituíam a principal terapêutica antibacteriana antes do advento da penicilina. Com a disponibilidade desses fármacos, houve a possibilidade da administração sistêmica de substâncias com propriedades antimicrobianas, dotadas de toxicidade seletiva. Apesar do aparecimento de inúmeros antibióticos, as sulfonamidas continuam tendo papel importante na terapêutica.

São fármacos bacteriostáticos, ativos contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, bem como determinados protozoários e alguns fungos.

Como análogos estruturais do PABA (ácido paraaminobenzoico), impedem a síntese de ácido fólico bacteriano pela inibição competitiva da di-hidropteroatosintase (enzima responsável pela incorporação de PABA ao ácido di-hidropteroico).

Em alguns casos são utilizadas as sulfonamidas associadas à trimetoprima devido à grande atividade sinérgica, pois esta última atua por bloqueio sequencial de duas enzimas compreendidas na biossíntese do ácido folínico.

Macrolídeos

Os macrolídeos são de origem natural, produzidos por espécies de Streptomyces sp. Diversos congêneres semissintéticos foram produzidos, mas somente azitromicina e claritromicina têm uso clínico corrente.

Sua ação pode ser bacteriostática ou bactericida, dependendo de concentrações, tamanho do inóculo e micro-organismos infectantes.

Podem ser utilizados como fármacos alternativos em pacientes alérgicos a beta-lactâmicos.

Quinolonas

São ativas contra bactérias gram-negativas. Atuam intracelularmente inibindo a subunidade A da enzima DNA-girase, essencial para a síntese do DNA bacteriano. As quinolonas concentram-se somente na urina, por isso, são indicadas apenas no tratamento de infecções do trato urinário. Devem ser ingeridas com bastante líquido.

São contraindicadas na gravidez, lactação, insuficiência renal e hepática, menores de 15 anos e pacientes com histórico de crises convulsivas.

Fluorquinolonas

Fluorquinolonas são isósteros das quinolonas, consideradas quinolonas de segunda geração. São bactericidas, ativas contra bacilos e cocos gram-negativos aeróbios, incluindo Enterobacteriaceae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis (Branhamella catarrhalis), Neisseria gonorrhoeae e Pseudomonas aeruginosa.

Apresentam atividade também contra micobactérias, micoplasmas e Rickettsia.
São menos ativas contra micro-organismos gram positivos (Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Enterococcus faecalis). Não possuem atividade contra a maioria das cepas de Acinetobacter e são pouco ativas contra anaeróbios.

Apresenta efeito pós-antibiótico prolongado e meias-vidas relativamente longas, permitindo intervalos de dose de 12 a 24 horas, o que favorece a adesão ao tratamento. Essas vantagens farmacocinéticas não devem apoiar o emprego frequente e sem critério de fluorquinolonas, mesmo porque o alto custo e a emergência crescente de resistência limitam seu uso.

Infecções por micro-organismos sensíveis a outros antimicrobianos não devem ser a priori tratadas com fluorquinolonas, cujo uso deve ser preservado para situações em que ocorram bactérias multirresistentes ou contraindicações clínicas aos agentes de primeira linha, como penicilinas, penicilinas associadas a inibidores de beta-lactamases, macrolídeos e tetraciclinas.

Geralmente, não são recomendadas para crianças, adolescentes, grávidas e lactantes e, devem ser usadas com muita cautela em pacientes com arteriosclerose cerebral ou epilepsia. Não se recomenda o uso em pacientes jovens devido aos efeitos adversos sobre as articulações.

Glicopeptídeos

O principal representante dos antibióticos glicopeptídeos é a vancomicina, que é bactericida e inibe a síntese da parede celular. É eficaz principalmente contra bactérias gram-positivas, sendo utilizada para enterococo resistente. Constitui a primeira escolha para tratamento de infecções causadas por Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis resistentes a meticilina.

Recomenda-se monitoria da concentração sérica de vancomicina como estratégia para diminuir a ocorrência de nefrotoxicidade. Outros efeitos adversos incluem risco de tromboflebite e reação sistêmica, caracterizada por prurido, rubor, taquicardia e hipotensão, acometendo face, pescoço e tronco (síndrome do homem do pescoço vermelho), provavelmente intermediada por liberação de histamina.

Embora os glicopeptídeos sejam ativos contra diversos micro-organismos, deve-se restringir seu uso para evitar o aparecimento de resistência, especialmente enterococos resistentes a vancomicina. Dados recentes mostram que S. aureus com resistência intermediária a vancomicina têm sido identificados em todo mundo e em muitos casos estão associados à falha no tratamento.

Os glicopeptídeos não têm atividade contra anaeróbios e micro-organismos gram-negativos. Teicoplanina, outro representante dos glicopetídeos, administrada por via intramuscular ou intravenosa tem em essência a mesma eficácia que a vancomicina, porém de ação mais prolongada.

Lincosamidas

As lincosamidas são bacteriostáticas ou bactericidas, dependendo da concentração. Agem inibindo a síntese proteica.

Seu espectro de ação é relativamente amplo, com atividade contra a maioria das bactérias gram-positivas, diversas gram-negativas anaeróbias e Bacteroides spp.

O uso das lincosamidas é limitado devido aos seus graves efeitos adversos, principalmente colite grave.

Tetraciclinas

As primeiras tetraciclinas foram isoladas de culturas de espécies de Streptomyces sp, outras com propriedades melhoradas foram preparadas por processos biossintéticos e algumas obtidas por síntese total.

Tetraciclinas são usadas principalmente no tratamento de infecções causadas por Rickettsia, Chlamydia e Mycoplasma, bem como uma variedade de bactérias atípicas gram-negativas e gram-positivas suscetíveis.

Devido ao risco de desenvolvimento de resistência, tetraciclinas são empregadas em infecções causadas por bactérias típicas apenas quando outros antibióticos estiverem contra indicados ou forem inefetivos.

A eficácia bacteriostática dos diversos representantes é semelhante, mas pode haver discreta superioridade de representantes mais lipofílicos, como minociclina e doxiciclina. Tetraciclina é considerada protótipo do grupo, mas a doxiciclina apresenta vantagens clínicas e substituiu a tetraciclina na maioria das infecções.

As tetraciclinas estão contraindicadas na gravidez, lactação, crianças abaixo de 12 anos e pacientes com insuficiência renal devido a via de excreção.

Anfenicóis

Este grupo compreende o cloranfenicol e seus análogos sintéticos. São antibióticos bacteriostáticos de amplo espectro de atividade, atuando contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, Rickettsia, Chlamydia e Mycoplasma. Podem também ter ação bactericida se usados em altas concentrações.

O cloranfenicol é um antibiótico produzido pelo Streptomyces venezuelae. Este micro-organismo foi isolado pela primeira vez em 1947, em amostra de solo coletada na Venezuela, por Burkholder e pesquisadores da universidade de Illinois.

Tem como principais indicações as infecções graves no SNC, epiglotite aguda na criança, além de febre tifoide.

Apresenta como principal e mais grave efeito, alterações hematológicas importantes, como aquelas observadas na medula óssea.

Nitroimidazólicos

Os nitroimidazólicos são drogas de baixo peso molecular com distribuição em quase todos os tecidos e fluidos do organismo, com poder bactericida.

A via de excreção é primariamente renal, não sendo necessária a alteração da dose na insuficiência renal, pois todos os imidazólicos são hemodialisáveis.

Tem espectro de ação contra protozoários e bactérias anaeróbicas. Normalmente, são usados em associações com aminoglicosídeos ou cefalosporinas.

Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas, dores abdominais, gosto metálico e neutropenia reversível.

O metronidazol foi o primeiro a ser descoberto, possui excelente atividade contra bactérias anaeróbias estritas (cocos gram-positivos, bacilos gram-negativos, bacilos gram-positivos), além de certos protozoários como amebíase, tricomoníase e giardíase.

A nitrofurantoína também é um representante deste grupo; possui efeito bacteriostático nas doses usualmente utilizadas, com maior ação no pH ácido das vias urinárias. Sabe-se que inibe várias enzimas bacterianas.

Fonte: Projeto: Farmácia estabelecimento de saúde – Fascículo VI: Antibióticos

Veja mais em:

farmacologia

Cálculo de Gotejamento

Você está sendo redirecionado para a página procurada… Aguarde…

Please wait while you are redirected...or Click Here if you do not want to wait.

Drogas usadas em UTI

Drogas

Veja mais em:

farmacologia

Os Neurotransmissores

Neurotransmissores

Os neurotransmissores são substâncias químicas liberadas pelos neurônios e utilizadas para a transferência de informações entre eles. Embora seja simples esta definição, até pouco tempo atrás havia forte opinião contrária sobre se determinadas substâncias eram ou não neurotransmissores, em consequência das dificuldades metodológicas envoltas na sua identificação e isolamento.

Conhecendo os Neurotransmissores

– Adrenalina (C9H13NO3)

A adrenalina é um hormônio liberado pelas glândulas que ficam sobre os rins (glândulas suprarrenais). A presença no organismo se dá através de um sinal liberado em resposta ao grande estresse físico ou mental, situações de forte emoção como, por exemplo: descida em montanha russa, salto de paraquedas, esportes radicais em geral.

A adrenalina atua como um neurotransmissor que tem efeito sobre o sistema nervoso simpático, preparando o organismo para um grande esforço físico. Os sintomas característicos da liberação de adrenalina são: suor, vasoconstrição, aumento dos batimentos cardíacos, dilatação das pupilas e brônquios (aumenta a visão e deixa a respiração ofegante), eleva o nível de açúcar no sangue, entre outros.

– Noradrenalina (C8H11NO3)

Também chamada de norepinefrina, a noradrenalina é um neurotransmissor excitatório tal qual a adrenalina. Ela atua na regulação do humor, aprendizado e memória, promovendo assim, disposição, uma vez que está relacionada à excitação física e mental. Se os níveis dessa substância estiverem alterados no corpo pode levar ao aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. Quando reduzidos pode levar a depressão e ao aumento do stress.

– Dopamina (C8H11NO2)

Hormônio liberado pelo hipotálamo, associado à sensação de bem-estar e dos controles motores do corpo. As alterações dos níveis de dopamina no corpo pode desencadear diversas doenças, por exemplo, a doença de Parkinson e a esquizofrenia. Enquanto o Mal de Parkinson é resultante da falta desse neurotransmissor, a esquizofrenia é o contrário, ou seja, pode ser gerada pelo excesso de dopamina no corpo.

– Serotonina (C10H12N2O)

A serotonina vem sendo utilizada no senso comum como sinônimo de felicidade. E, de fato, é uma substância implicada em depressão e felicidade, ansiedade e tranqüilidade e em outras diversas áreas do comportamento, como agressividade, raiva, irritabilidade. Participa também de outras funções importantes no organismo, como apetite, controle de temperatura, sono, náusea e vômitos, sexualidade e, é claro, muito importante no sistema de dor.

– Ácido gama-aminobutírico (C4H9NO2)

O ácido gama-aminobutírico, ou GABA, abreviado do Inglês, é o principal neurotransmissor inibidor do sistema nervoso central (SNC) no adulto, provocando sedação e relaxamento. Assume um papel importante na regulação da transmissão dos impulsos nervosos e na regulação do tónus muscular.

– Acetilcolina (C7H16NO2)

Foi o primeiro neurotransmissor descoberto. Tem um papel importante tanto no sistema nervoso central (SNC) – constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal – no qual está envolvida na memória e na aprendizagem, como no sistema nervoso periférico (SNP) – do qual fazem parte o sistema nervoso somático e pelo sistema nervoso autônomo.

– Glutamato (C5H9NO4)

É um tipo de neurotransmissor, um aminoácido simples, e age como principal neurotransmissor excitatório no SNC. Ele desempenha um papel importante na transmissão rápida (isto é, resposta rápida ao estímulo), cognição, memória, movimento e sensação.

– Endorfina (C15H17NO3)

Esse neurotransmissor relaciona-se com sentimentos como euforia e êxtase. Esse neurotransmissor atua também aliviando a sensação de dor e reduzindo o estresse.